sábado, 2 de abril de 2011

"Lá e de volta outra vez": Os 67 anos de "El Lobo" Fischer

Fischer chuta a bola contra o gol de Renato para marcar o segundo gol da histórica goleada ante o Flamengo

Em 2010, o Botafogo conquistou o Campeonato Carioca com uma dupla de frente apelidada de “Ataque Mercosul”, composta pelo argentino Herrera e pelo grandalhão uruguaio Loco Abreu. Atual referência na área e dono de grande habilidade no cabeceio, o uruguaio faz o torcedor botafoguense se lembrar de um outro “hermano”, com caraterísticas ofensivas muito semelhantes, que atuou em grande estilo com a camisa alvinegra: o argentino Rodolfo José “El Lobo” Fischer.

Nascido no dia 2 de abril de 1944 (completa hoje 67 anos), Fischer nasceu na bela cidade de Oberá, a 1150 km de Buenos Aires. Em outubro de 1963, chegou ao San Lorenzo de Almagro, tradicionalíssimo clube da capital argentina, mas somente em 1965 jogaria no time principal.

Pelo El Ciclón, conquistou dois torneios Metropolitanos; em 1968, no qual foi artilheiro e marcou o gol do título, contra o Estudiantes, e o de 1972, do qual participou apenas da metade dos jogos. Neste ano, El Lobo, constantemente convocado para a Seleção Argentina, defendeu sua pátria na Taça Independência (torneio criado para comemorar o sesquicentenário da independência do Brasil), realizada em terras brasileiras. O desempenho do atacante despertou a atenção do Botafogo, que não poupou esforços financeiros para contratá-lo.

Em sua primeira temporada defendendo o Glorioso, foi vice-campeão brasileiro. A decisão foi em jogo único e, graças a um empate sem gols, o título ficou com o Palmeiras. No caminho daquela campanha, no dia 15 de novembro, marcou dois dos seis gols na goleada histórica ante o Flamengo.

No ano seguinte, ajudou na eliminação do Palmeiras na Libertadores da América. No jogo derradeiro, Fischer fez a jogada do gol anotado por Jairzinho (alguns diziam que os dois não se davam bem), que selou a vitória por 2 a 1. Posteriormente, o Alvinegro (que contava com um timaço, com Brito, Marinho, Carlos Roberto, Nei Conceição e Jairzinho) seria eliminado na segunda fase, em mais um empate, pelo Colo-Colo. Em 1975, mesmo vencendo o Fluminense por 1 a 0, o tão sonhado título pelo Glorioso não chegou; o Flu levantou o caneco por ter um saldo de gols maior. Mesmo assim, a torcida botafoguense sempre nutriu grande carinho pelo gringo.

El Lobo ficou mais um ano em General Severiano e, após uma rápida passagem pelo Vitória da Bahia, acertou seu retorno ao San Lorenzo, onde jogou até 1978. Pelo clube azulgraná disputou, no total, 272 partidas; é o oitavo jogador que mais vestiu a camisa da equipe de Almagro e o 4º maior goleador da história do clube. Passou ainda por Once Caldas (Colômbia), Sarniento de Junin e Sportivo Belgrano, ambos da Argentina. Atualmente Fischer descansa em uma fazenda no interior da Argentina, onde pode dedicar-se, tranquilamente, a uma de suas paixões: a leitura.



(*a título de curiosidade: assim como Fischer, também excelente nas bolas aéreas, Abreu defendeu o San Lorenzo)

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