segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Valido (1914-1998)



Augustín Valido nasceu em Buenos Aires no dia 31 de janeiro de 1914 e foi um dos primeiros “hermanos” a se tornar ídolo de uma torcida carioca. Revelado pelo Boca Juniors, foi campeão argentino em sua primeira e única temporada defendendo a camisa xeneize, em 1934, no mesmo ano em que foi negociado com o Lanús, onde jogou durante três anos. Em excursão de um combinado, pelo Rio de Janeiro, o ponta-direita chamou a atenção dos dirigentes do Flamengo, que o contrataram.

Pelo rubro-negro, Valido conquistou as maiores glórias no esporte. O primeiro título veio em 1939, ano em que conquistou o Campeonato Carioca e ajudou o rubro-negro a sair da fila de 12 anos sem títulos. Nesta temporada, o argentino foi o vice-artilheiro do Fla, que contava com craques como Domingos da Guia, Leônidas da Silva e seu conterrâneo, Alfredo Gonzalez. Nos dois anos seguintes, foi vice-campeão.

Em 1942 a taça voltou à Gávea, iniciando a marcha para o primeiro tri da história flamenguista. Na campanha do título, Valido jogou todas as partidas e após a conquista decidiu abandonar o futebol, aos 28 anos, para cuidar de sua gráfica. A aposentadoria precoce fez com que o ponta-direita não estivesse no grupo que, no ano seguinte, conquistou o bicampeonato. O descanso o alçaria a uma gloria maior na temporada seguinte.

Em outubro de 1944, Valido pediu ao técnico do Flamengo, Flávio Costa, o campo de treino do clube emprestado para uma partida entre o time de sua gráfica e o de outra empresa. Flávio não só liberou o campo como, quando viu a atuação do argentino –que entrou, “para quebrar o galho”, no lugar de um zagueiro ausente- pediu que ele voltasse a jogar pelo Flamengo. Valido relutou, mas acabou aceitando.

A reestréia aconteceu na penúltima partida do Campeonato Carioca, uma goleada de 6 a 1 sobre o Fluminense. A decisão, contra o Vasco, aconteceu uma semana depois, e nestes sete dias Valido foi atormentado por uma forte febre. Porém, demonstrando a raça peculiar de um portenho, mesmo se arrastando em campo, Valido jogou a final e, faltando dois minutos para o fim do jogo, marcou, de cabeça, o gol do título rubro-negro. O tento foi muito contestado pelos cruzmaltinos, que alegaram que o argentino teria feito falta no zagueiro Argemiro para concluir o lance, mas o gol foi validado, garantindo o primeiro tri-carioca do Fla. Valido faleceu em 1998, pouco tempo depois de completar 84 anos.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Pré-Jogo: Clássico dos Milhões



Hoje é dia de Clássico dos Milhões, um dos jogos de maior rivalidade do Brasil. No atual momento as duas equipes vivem situações distintas. O Fla, eufórico com as contratações e a boa campanha no campeonato. Os vascaínos, apreensivos com um elenco que não corresponde a paixão depositada pela torcida.

Como estou longe, não conseguirei ver a partida da maneira como gostaria, então vou escrever sobre um confronto que terminou empatado, com gols marcados pelos maiores ídolos dos clubes: Zico e Roberto Dinamite.

No dia 20 de outubro de 1974, 85.044 pagantes foram ao Maracanã presenciar a 15ª partida do Campeonato Carioca, a quarta do returno. A primeira torcida a comemorar foi a cruzmaltina, que há pouco tempo comemorara seu primeiro título brasileiro. Aos 28 minutos, o camisa 10 do Gigante da Colina, Roberto Dinamite, abriu o placar. Quando a peleja começava a entrar em sua parte final, o 10 da Gávea, Zico empatou, aos 79’. Neste ano, importantíssimo na história de ambas as equipes, o Fla foi campeão carioca.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Romário, o gênio da área, completa hoje 45 anos


Impossível descrever somente em um post os feitos de Romário de Souza Faria. O baixinho da Vila da Penha foi um dos maiores atacantes da história do futebol. Estreou nos gramados profissionais com a camisa do Vasco, e, no dia 31 de outubro de 1985, após marcar três vezes na vitória de 7 a 1 sobre o Olaria, ganhou o posto de titular da equipe, e passou a fazer dupla de ataque com Roberto Dinamite.

Em 1987 veio o primeiro dos muitos títulos conquistados: o Campeonato Carioca, que teve o Baixinho como artilheiro. No ano seguinte levantou novamente a taça, mas a artilharia ficou com um atacante do Flamengo, que, anos mais tarde, faria com o próprio Romário uma das duplas de atacantes mais inesquecíveis da história das Copas do Mundo: Bebeto.

No ano seguinte, transferiu-se para o PSV Eindhoven, e a primeira parte de sua história em São Januário teve um fim. Na Holanda, o atacante mostrou incrível faro de gols. Foi artilheiro e campeão do Campeonato Holandês. Na mesma temporada, também levantou a Copa dos Países Baixos. Até 1992, seu último ano pelo PSV, venceu mais duas vezes os mesmos campeonatos e faturou também a Supercopa dos Países Baixos. O desempenho chamou a atenção de outro neerlandês, Johan Cruijff, que seria responsável pela sua ida ao Barcelona em 1993.

Com a camisa blaugrana ele já foi mostrando que era “o cara”. Fez uma pré-temporada espetacular e ajudou o Barça a conquistar o tetracampeonato espanhol. Nas partidas contra os times de Madrid, colocou seu nome na história. Contra o Atlético, fez dois “hat-trick”, um em cada turno - nas vitórias de 3 x 4 e 5 x 3. Porém, o que estará sempre no coração dos Culés foi a atuação contra o Real Madrid, quando marcou três vezes e deu uma assistência na vitória por 5 a 0.

O ano de 1994 marcou o auge do craque, que foi o grande protagonista do título conquistado contra a Itália, na Copa do Mundo. Fazendo dupla com Bebeto, Romário marcou cinco gols –todos decisivos- e ajudou a Seleção Brasileira a levantar um título que não vinha desde 1970. Seu desempenho individual lhe credenciou como melhor jogador do mundo. No mesmo ano deixou a Espanha e acertou o seu retorno ao Brasil, onde defenderia o Flamengo, arqui-rival do clube que o revelou.

A primeira temporada com a (centenária) camisa rubro-negra foi para se esquecer. O Fla não venceu nenhum título, foi vice-campeão estadual para o Fluminense, e assistiu o Botafogo ser campeão brasileiro. Em 1996, o Baixinho foi artilheiro e conquistou o Campeonato Carioca de forma invicta, mas acabou sendo emprestado ao Valência, da Espanha. Na terra da sangria, se desentendeu com o técnico Luís Aragonés e retornou à Gávea em 1997, ano em que perdeu as decisões do torneio Rio-São Paulo e da Copa do Brasil para Santos e Grêmio, respectivamente.

Ainda em 1997 voltou brevemente ao Valência, a pedido de Jorge Valdano, mas o retorno ao clube novamente não deu certo. Romário se desentendeu com o treinador Cláudio Ranieri, que o colocou na reserva de Marcelinho Carioca. Em 1998 ele voltou ao Fla e, mais tarde, foi cortado da Copa do Mundo, na França, uma mágoa que o Baixinho não digeriu durante muito tempo, e que rendeu polêmicas e provocações à Zagallo e Zico.

Em seu último retorno ao Clube da Gávea, ajudou a equipe na conquista da Copa Mercosul, porém não jogou a segunda partida da semifinais nem os jogos do título –contra o Palmeiras- pois teve o contrato rescindido pelo presidente Edmundo Santos Silva após sair para uma boate, no mesmo dia de uma derrota para o Juventude, pelo Campeonato Brasileiro.

Sem clube, foi repatriado pelo Vasco, que disputaria o Mundial de Clubes da FIFA no Rio de Janeiro. Com a camisa cruzmaltina, o Baixinho fez dupla de ataque com Edmundo, seu futuro desafeto. O Vasco perdeu o título mundial e, ao longo da primeira parte da temporada, os maus resultados foram alimentando as rusgas entre os atacantes. Após um jogo contra o Olaria, Romário falou que na “corte vascaína” existia um rei (Eurico Miranda), um príncipe (ele próprio) e o bobo seria Edmundo. O Animal seria emprestado para o Santos.

No segundo semestre de 2000, a sorte voltou a sorrir para o Gigante da Colina, que venceu, de forma heróica, a Copa Mercosul – Romário marcou três vezes na histórica final, contra o Palmeiras- e a Copa João Havelange, o primeiro Brasileirão conquistado pelo camisa 11.

Após alguns desgastes, deixou o Vasco em 2002 para jogar no Fluminense. No mesmo ano não foi convocado para a Seleção Brasileira, que conquistou o pentacampeonato mundial sob o comando de Luís Felipe Scolari. Em seu primeiro jogo com a camisa tricolor, que naquele ano completava o centenário de seu futebol, marcou duas vezes na goleada obtida ante o Cruzeiro, por 5 a 1.

Após um hiato no qual foi defender o Al-Sadd, do Qatar, por três meses, voltou às Laranjeiras e marcou um de seus mais belos gols, de bicicleta, na vitória de 5 a 2 contra o Guarani. Foi também contra o Bugre que o Baixinho jogou pela última vez com pelo Flu, na derrota por 4 a 1. Despediu-se do clube em 2004, sob vaias da torcida, e, sem nenhum troféu conquistado. Após muita especulação sobre uma aposentadoria, acertou seu retorno para São Januário.

Com um novo projeto, o de alcançar os mil gols, Romário marcou 22 vezes no Brasileirão de 2005 e, com 39 anos, passou a ser o jogador mais velho a ser artilheiro do Campeonato Brasileiro. Com o objetivo de marcar mais tentos em sua contagem, passou um período jogando em Miami e depois na Austrália. Quando retornou, pela quarta vez, ao Vasco, marcou o milésimo gol no dia 20 de maio de 2007, em partida contra o Sport. Chegou também a exercer a função de técnico-jogador. Pouco tempo depois, no dia 14 de abril de 2008, anunciou sua aposentadoria.

Em nome do pai, Edevair, notório torcedor do América, que faleceu no mesmo ano em que o filho pendurou as chuteiras, Romário voltou aos campos em uma partida oficial no dia 25 de novembro de 2009, no jogo que deu ao time rubro o título da segunda divisão do Campeonato Carioca.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Mazaropi, que nos pênaltis foi o nome do Vasco em duas oportunidades, faz 58 anos


Geraldo Pereira de Matos Filho nasceu em Minas Gerais no dia 27 de janeiro de 1953. Formado pelas divisões de base do Vasco da Gama, passou a ser conhecido como Mazaropi por se vestir de maneira semelhante ao humorista Amácio Mazzaropi. Aos 20 anos de idade foi promovido para a equipe principal do Gigante da Colina, onde sagrou-se, do banco de reservas, campeão brasileiro de 1974. O titular do gol vascaíno naquela época era o argentino Andrada, que, ao sair em 1976, abriu o espaço que Mazaropi precisava para deixar seu nome marcado na história do futebol.

Naquele mesmo ano, começou a brilhar sob as traves do Vasco. No dia 13 de junho enfrentou o Flamengo na final da Taça Guanabara. Na partida, decidida nos pênaltis, defendeu as cobranças de Zico e Geraldo, se transformando em um dos heróis da conquista. No entanto, o título estadual daquele ano ficaria com o Fluminense, que na finalíssima venceu o cruzmaltino por 1 a 0.

No ano seguinte voltou a levantar a Taça Guanabara e, desta vez, o título estadual não escapou. Na decisão da Taça Manoel do Nascimento Vargas Neto –nome do segundo turno daquele campeonato- Mazaropi voltou a brilhar nas penalidades máximas. A vítima, novamente, foi o Flamengo. O goleiro, que durante o segundo turno não levou um gol sequer, voou no canto direito para defender a cobrança de Tita e dar ao Vasco o Campeonato Carioca de 1977. Na sequência da temporada, e no ano posterior, entrou para a história por ter ficado 1816 minutos sem levar gols. O feito -um recorde mundial- lhe garantiu um prêmio dado anos depois pela IFFHS (Internacional Federation of Football History & Statistics).

Em 1979, com a chegada de Emerson Leão, foi emprestado ao Coritiba. Pelo Coxa foi campeão paranaense, e, no ano seguinte regressou à São Januário, onde voltaria a ser campeão carioca em 1982. Neste torneio, jogou 22 das 25 partidas, porém, nos jogos finais o técnico Antônio Lopes fez uma série de mudanças no time. Uma delas foi sacar Mazaropi para a entrada de Acácio. Na opinião geral, as substituições (Mazaropi, Rosemiro, Nei, Giovanni e Elói por Acácio, Galvão, Ivan, Ernani, e Jérson, respectivamente) foram fundamentais para a conquista daquele título.

Insatisfeito com a reserva, novamente foi emprestado. O destino, desta vez, foi o Grêmio. Pelo Tricolor Gaúcho, o goleiro conquistou a Libertadores da América e o Mundial de Clubes. Em 1984 retornou mais uma vez ao Vasco, onde teve passagem rápida, e jogou em Pernambuco, onde foi campeão estadual com o Náutico. Em 1985 o goleiro retornaria para Porto Alegre para ser, com o Grêmio, hexa-campeão gaúcho e campeão da Copa do Brasil. Jogou ainda no Figueirense e no Guarany de Bagé antes de pendurar as luvas, no início dos anos 90.

Após tentar carreira política, atualmente Maza é treinador, e no ano passado comandou o Santa Cruz-RS no Campeonato Gaúcho.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Pré-jogo: Botafogo x Madureira


Botafogo e Madureira se enfrentam hoje, no Engenhão, pela 3ª rodada da Taça Guanabara. O primeiro embate entre os clubes aconteceu em 1935 pelo Campeonato Carioca, obviamente. No dia 21 de julho daquele ano, o Glorioso levou a melhor e venceu por 2 a 0. Ao todo foram disputadas 116 partidas. A última delas, no dia 4 de fevereiro de 2010, quando o Botafogo goleou por 4 a 1. Os gols foram marcados por Fábio Ferreira, Caio, Fahel e Loco Abreu (Botafogo). Valdir descontou para o Tricolor Suburbano.

Porém, o confronto de mais importância entre os times aconteceu no ano de 2006, quando o Madureira surpreendeu os grandes, venceu a Taça Rio, e disputou as finais do Campeonato Carioca com o Botafogo, que venceu sem nenhuma dificuldade e levantou o troféu. O primeiro jogo aconteceu no dia 2 de abril, e, com gols de Reinaldo e Joílson, o alvinegro venceu por 2 a 0.

A segunda partida, na semana seguinte, foi para sacramentar o título. Em um jogo fácil, no qual a torcida gritou “é campeão!” durante os 90 minutos, o Botafogo, novamente, não encontrou nenhuma dificuldade para derrotar o time dirigido pelo técnico Alfredo Sampaio, que contava com veteranos como o zagueiro Odvan e o meia Djair, e jogadores que iriam aparecer, posteriormente, vestindo camisas de times maiores, como Muriqui e André Lima. Os dois primeiros tentos foram marcados por Dodô, aos 18’ e 48’. O atacante Fábio Júnior descontou para o Madureira aos 57’, e Reinaldo, aos 80 minutos, fez o gol do título. Placar final, 3 a 0.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Taça GB: Mesmo com um jogador a mais, Vasco perde mais uma


Vasco e Nova Iguaçu se enfrentaram no Raulino de Oliveira pela 2ª rodada da Taça Guanabara. Mostrando mais uma vez fragilidade e deficiência em seus setores, o Gigante da Colina vacilou e, mesmo com um jogador a mais, acabou perdendo por 3 a 2.

Desde o início da peleja, o Nova Iguaçu honrou a alcunha de Orgulho da Baixada. Logo aos 3 minutos, Alex Moraes aproveitou falha da defesa vascaína -que ainda não conta com Dedé e Anderson Martins-, e abriu o placar. Por incrível que pareça, o tento dos iguaçuanos não acordou o time de PC Gusmão, que levou outro gol aos 18’, anotado por Maykon.

Aos 22’, Éder Luís arriscou belo chute que, por pouco, não encontrou as redes do goleiro Diogo. Logo em seguida, Fernando Prass salvou o que seria o terceiro gol do time da Baixada, após veloz contra-ataque. Cada vez mais desesperados, mesmo com a vantagem numérica, já que o juiz havia expulsado Paulo Henrique após cotovelada em Ramón, os cruzmaltinos demasiadamente nas bolas alçadas à área. O zagueiro Fernando chegou a acertar a trave, após cabeçada, mas o primeiro tempo terminou em derrota por 2 a 0.

Na segunda etapa, tudo levava a crer que o Vasco ao menos chegaria ao empate, e, de fato, chegou. Após muito insistir, o Gigante da Colina descontou em um chute forte de Rômulo, dentro da área. Cinco minutos depois, aos 13’, o juiz marcou pênalti inexistente em Carlos Alberto -que sairia posteriormente com dores no dedo do pé. Marcel cobrou e fez o seu primeiro gol com a camisa cruzmaltina, 2 a 2. A partir daí, o goleiro do Nova Iguaçu, Diogo, foi testado a todos os instantes, aparecendo sempre bem para fazer as defesas.

Aos 33 minutos, o que parecia ser inacreditável aconteceu. Felipe errou na saída de bola, que foi parar nos pés de William. O atacante limpou facilmente os zagueiros e tocou, levemente, a redonda para o fundo das redes de Fernando Prass. A vitória do Nova Iguaçu ficou nas mãos de Diogo que, no último lance, ainda fez uma defesaça em chute de Enrico. A segunda derrota em dois jogos deixou complicada a situação do Vasco no campeonato. O time não marcou nenhum ponto e tem o seu pior início de campeonato em 27 anos. A torcida já começou a protestar e escolheu os dois alvos: Carlos Alberto e Felipe.

BOTAFOGO:

O Botafogo foi até Macaé enfrentar o Cabofriense. O alvinegro começou bem na partida e, logo no início, Abreu obrigou o goleiro Fábio a fazer bela defesa. Logo depois foi a vez de Herrera desperdiçar algumas chances. Ainda deu tempo de Renato Cajá acertar a trave, em cabeçada. O gol era uma questão de tempo, mas ninguém suspeitava que ele viria em dois lances cômicos.

O primeiro foi aos 24 minutos, quando o volante e capitão do Tricolor Praiano, Goeber, cabeceou contra a própria meta. Seis minutos depois, Goeber conseguiu repetir o feito, desta vez com o pé, colocando o Botafogo na frente, para o desespero de Fábio. Não demorou muito para o técnico Luís Antônio Zaluar sacar o jogador.

Com a vitória nas mãos, e enfrentando um time com um nível técnico baixíssimo, o Glorioso administrou a partida. A entrada de Caio, no lugar de Herrera, deu mais ânimo à equipe de General Severiano, que, depois dos 30 do segundo tempo, fez três tentos (Renato Cajá, aos 30’, Caio, aos 35’, e Antônio Carlos, aos 42’) e aproveitou para fazer saldo de gols. A equipe, que saiu de campo bastante aplaudida, é a líder do Grupo B, com o mesmo número de pontos que o Fluminense.

FLUMINENSE:

Em partida realizada no Engenhão, o Fluminense recebeu o Olaria, que colocou as faixas de campeão brasileiro nos tricolores. Dentro de campo, o jogo foi bem movimentado e com algumas alternâncias. Aos 11 minutos, após receber passe de calcanhar de Fred, Marquinho chutou forte e abriu o placar. Porém, em seis minutos, o ousado Azulão da Rua Bariri virou a partida com gols de Felipe e Renan Silva.

Acabando com qualquer esperança de um excelente resultado para o Olaria, Fred pôs fim à zebra. O atacante recebeu belo passe de Deco e chutou forte para empatar, aos 29’. Ainda na primeira etapa, o camisa 9 virou o jogo, de cabeça, para a alegria da torcida pó de arroz. A defesa do Olaria estava comprometendo, mas o ataque não queria saber de descanso e continuou partindo para cima do time de Muricy Ramalho.

Na etapa final, o Flu começou a construir a goleada. Logo aos 2 minutos, Rodriguinho –que entrara no lugar de Deco- balançou as redes ao desviar escanteio cobrado por Marquinho. O tento decretou a morte do Olaria em campo e, a partir deste momento, o Tricolor Carioca não teve dificuldades para anotar mais dois gols, novamente com Rodriguinho, aos 20’, e Marquinho, fazendo o seu segundo no jogo aos 38’, sacramentando a goleada.

FLAMENGO:

No sábado (22), o Flamengo foi até Edson Passos enfrentar o América, que tem como mascote a figura de um Diabo. Ironia ou nao, podemos afirmar que o campo estava com a temperatura do inferno. Foi desumano ver os atletas correndo sob um sol tão forte.

Mesmo estando longe do auge do preparo físico, o Fla começou a partida em um ritmo forte. Aos 6 minutos, Deivid levou perigo à meta defendida por Mota, mas a cabeçada do atacante foi para fora. Aos 11’, em cobrança de falta, Léo Moura rolou a bola levemente para Renato chutar forte, em meio a um emaranhado de jogadores, para abrir o placar.

A equipe rubra mostrou que é limitadíssima, e errava jogadas por deficiência de fundamento. O Flamengo seguia melhor, e ,aproveitando as falhas americanas, Léo Moura cresceu no lado direito do campo. Aos 32’, Renato cruzou na área e o zagueiro David Brás, com a colaboração do goleiro, aumentou a vantagem rubro-negra. Pelo América, somente Felipe Adão (ex-Botafogo) apareceu com algum destaque. O atacante levou perigo para o gol de Felipe em duas oportunidades; uma cabeçada, e um chute forte. Em ambas, o camisa 1 do Fla fez a defesa –sendo a primeira a mais difícil.

Logo no início da segunda etapa, novamente em jogada pela direita, Vander tocou a bola para o meio da área e Deivid completou para o fundo das redes, 3 a 0. O gol aliviou a pressão que o atacante estava começando a sofrer pela falta de gols, e a assistência de Vander apagou o incrível gol perdido por ele ainda no primeiro tempo. O gol do América, feito por Leandrinho, aos 22’, não ameaçou em nada a vitória rubro-negra, líder do Grupo A.

*Outros resultados:

Volta Redonda 0 x 1 Boavista
Resende 1 x 1 Americano
Duque de Caxias 4 x 1 Macaé
Madureira 0 x 1 Bangu

*De volta para o passado:

Pela 2ª rodada da Taça GB 2010, o Flamengo enfrentou o Volta Redonda no Raulino de Oliveira e venceu por 3 a 1. Os gol foram anotados por Bruno Mezenga (2) e Petkovic. Tácio descontou para o Voltaço.

No Maracanã, o Fluminense recebeu o Bangu e venceu por 3 a 0. Fred marcou duas vezes, ambas de pênalti, e Alan aumentou nos acrescimos na partida.

No Engenhão, o Botafogo demorou para marcar,mas, com gols de Renato Cajá e Herrera, venceu o Friburguense por 2 a 0.

Também jogando no Engenhão, o Vasco bateu o América por 2 a 1. Nilton e Carlos Alberto fizeram os gols que garantiram a vitória vascaína. Nos acréscimos, Fágner marcou contra.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Premier League: Everton marca, no último segundo, e empata com o West Ham


O West Ham, lanterninha do campeonato, foi até Liverpool enfrentar o Everton no Goodison Park, pela 24ª rodada da Premier League. O fraco nível técnico de ambos os times fez com que o jogo tivesse muito mais faltas do que jogadas de ataque, mas uma forte carga de emoção ficou reservada para a parte final do cotejo, que terminou empatado em 2 a 2. (clique aqui para saber melhor como foi a partida. Saiba também como foram as vitórias de Manchester United e Arsenal)

*De volta para o passado:

Se desta vez o Everton evitou uma derrota nos últimos segundos de jogo, no ano passado a façanha ficou com os Hammers. No dia 4 de abril de 2010, o West Ham foi ao Goodison Park enfrentar os Toffes pela 33ª rodada da Premier League 09/10. Quem abriu o placar foi o time da casa, com Diniyar Bilyaletdinov. No segundo tempo, aos 60', o português Manuel da Costa empatou para os Hammers. Na parte final do cotejo, o nigeriano Yakubu Ayegbeni (que entrara no lugar de Bilyaletdinov) colocou o Everton de novo na frente, mas, aos 87 minutos, quando tudo dava a crer que a vitória seria dos Toffes, o brassileiro Ilan, de cabeça, igualou o marcador para o West Ham.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Ídolo no Botafogo, Gonçalves completa 45 anos


Revelado pelo Flamengo em 1987, Gonçalves (22/01/1966) começou a jogar com maior regularidade no rubro-negro somente em 1989 –após um período emprestado ao Santa Cruz-, e não deixou nenhuma saudade na Gávea. Em partida contra o Botafogo, o Fla, até os 35 do segundo tempo, vencia por 3 a 1 quando o novato Gonçalves foi protagonista de uma bobeira digna de “Os Trapalhões”. O defensor encobriu o próprio goleiro e fez um gol contra. No apagar das luzes Vítor empatou a partida para o Botafogo, que a partir daquele momento ganhou fôlego e conquistou aquele campeonato. Por obra do destino, o até então atrapalhado zagueiro transferiu-se exatamente para o alvinegro, onde, no ano seguinte, fez parte do time que conquistou o bicampeonato.

Jogando ao lado do excelente Mauro Galvão, ganhou a experiência que lhe ajudou, anos depois, a se firmar como um dos melhores zagueiros do país. Nesta época atuou também ao lado de Wilson Gottardo, que seria seu companheiro em sua maior conquista pelo Glorioso. Ainda em 1990, tentou a sorte no futebol mexicano, onde defendeu o UAG Tecos por cinco temporadas e ganhou um Campeonato Mexicano (93/94). Em 1995 retornou à General Severiano para colocar, de vez, seu nome na história do clube.

Reeditando parceria com Gottardo, foi campeão brasileiro naquela temporada, seu principal título com a camisa de um clube. Suas atuações lhe alçaram a condição de ídolo e, no ano seguinte, foi convocado pela primeira vez para defender a Seleção Brasileira.

Em 1997 teve um ano individualmente fantástico. Sua única perda foi os longos cabelos, cortados em uma “traquinagem” dos jogadores da Seleção Brasileira durante a Copa das Confederações, competição vencida pelo Brasil. Pela Seleção Canarinho também participou da conquista da Copa América, realizada na Bolívia. Também foi campeão estadual pelo Botafogo e devolveu a provocação feita por Edmundo, que fez a famosa “dança da bundinha” na primeira partida das finais, contra o Vasco.

Após um breve período jogando no Cruzeiro, retornou ao Botafogo em 1998 para, novamente, ser campeão. Seu último título com a camisa alvinegra, o Torneio Rio-São Paulo, foi também seu último no futebol. No mesmo ano foi convocado para a Copa do Mundo da França, onde jogou duas partidas, uma derrota (Noruega) e uma vitória (Chile), e foi vice-campeão mundial.

No ano seguinte rumou para Porto Alegre e fez sua última temporada como jogador profissional vestindo a camisa do Internacional. Atualmente é empresário de jogadores, um dos mais famosos deles –não necessariamente pela habilidade- é o atacante Val Baiano, recém dispensado do Flamengo.

Pré Jogo: América x Flamengo

América e Flamengo se enfrentam hoje, em Édson Passos, pela 2ª rodada da Taça Guanabara. A coincidência que une os dois clubes é um sobrenome: Coimbra. Pelo time rubro, Eduardo Antunes Coimbra, ou simplesmente Edu, atuou durante 10 anos e, em 1974, ajudou os americanos na conquista da Taça Guanabara, em partida contra o Fluminense. A conquista credenciou o Mequinha a disputar o triangular final da competição com Vasco e Flamengo. O time da Gávea, com uma jovem equipe, que mais tarde entraria para a história do clube, somou mais pontos e foi o campeão.

Foi neste mesmo ano que o irmão de Edu, Zico, ganhou a vaga incontestável de titular do Fla, de onde alcançaria uma condição de praticamente um semi-deus. Na temporada em questão, enfrentou o América em quatro oportunidades. Em todas elas saiu com a vitória, marcando contra o time do irmão mais velho quatro vezes em três partidas.

O primeiro dos embates aconteceu no dia 18 de agosto de 74. O Flamengo venceu por 2 a 1 e Zico deixou o seu, de pênalti. No dia 29 de setembro, novo confronto e goleada rubro negra, 4 a 1. Zico fez dois. No último cotejo antes do triangular decisivo, vitória por 2 a 1, também com um gol do Galinho, que não marcou na vitória pelo mesmo placar, uma semana depois, no dia 15 de dezembro. Hoje, o embate entre as equipes será às 17h.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Taça GB 2011: Fla vence jogando bem. Botafogo e Fluminense suam para ganhar. Vasco perde


Dentre os grandes times do Campeonato Carioca, o Flamengo foi quem teve o melhor desempenho. Porém, a vitória por 2 a 0 contra o Volta Redonda, na última quarta-feira (19), no Engenhão, não foi fácil. O time da Cidade do Aço obrigou o goleiro Felipe a mostrar trabalho, mas o Flamengo foi superior e mereceu a vitória.

O Fla começou melhor no jogo e levou muito perigo nos arremates de fora da área, principalmente em chutes de Renato e de Vander. Ao final da primeira etapa, a jovem revelação baiana partiu pra cima dos zagueiros adversários e, na ponta direita, cruzou para o centro da área, mas a bola desviou em Padovani e entrou.

Em busca de um resultado melhor, o Volta Redonda começou o segundo tempo se lançando ao ataque, e obrigou Felipe a fazer, em um curto espaço de tempo, três importantes intervenções. O ímpeto preto e amarelo foi freado aos 15 minutos, quando Wanderlei aproveitou bela jogada de linha de fundo de Léo Moura e cabeceou para o fundo das redes do goleiro Mauro. Os rubro-negros continuaram com uma boa posse de bola e ainda tiveram mais chances de marcar, mas ficou nisso. Flamengo 2 x 0 Volta Redonda.

VASCO:

Primeiro grande a jogar no certame –às 19h30 de quarta-feira (19)- o Vasco foi também a primeira decepção. Jogando em São Januário, o Cruzmaltino recebeu o Rezende e começou buscando o gol adversário, principalmente com Carlos Alberto, mas o time seguiu com um problema que já vem do ano passado: a falta de um atacante para concluir as jogadas.

Quando começou a segunda etapa, a vontade de ganhar se transformou em cansaço, e o time de PC Gusmão caiu muito na parte física. Tanto o jogo quanto a paciência do torcedor estava chegando ao fim quando, aos 41 minutos, Tiago Bastos cruzou para a área e Alexandro, sozinho, cabeceou e fez o gol que deu a vitória ao time visitante. A derrota gerou protestos dos torcedores vascaínos, que, irônicos, sacudiam notas e pediam o dinheiro de volta.

BOTAFOGO:

A estréia do detentor do título, contra o Duque de Caxias, representante carioca na Série-B nacional, não foi nada boa, mas acabou sendo suficiente para conseguir a vitória. O jogo inteiro foi muito fraco. O Botafogo começou melhor, principalmente pelo lado direito, mas, após 20 minutos de jogo, o Duque de Caxias se mostrou superior e obrigou Jéfferson a fazer belas defesas. Ao final do primeiro tempo, o juiz Marcelo de Lima Henrique assinalou pênalti duvidoso de Lucas em Geovane Maranhão. O atacante Somália (ex-Fluminense) bateu com frieza e deixou o Tricolor da Baixada na frente.

Quando os times voltaram para a segunda etapa, Joel Santana fez algumas mudanças. Sacou os novatos João Filipe e Guilherme e colocou outros estreantes, Bruno Thiago e Alexsander. O Glorioso melhorou um pouco, mas não foi suficiente. A equipe estava desligada, distraída. Depois de algumas tentativas, o Botafogo finalmente chegou ao gol. Após escanteio, Caio arriscou contra o gol e a bola foi de encontro às mãos do zagueiro Lucão, pênalti. Loco Abreu bateu e marcou. O tento animou um pouco a equipe de Joel Santana, que virou o jogo três minutos depois. Após bela troca de passes, Caio recebeu em velocidade no canto direito da área e bateu forte para balançar as redes e garantir a vitória alvinegra, 2 a 1.

FLUMINENSE:

O campeão brasileiro também não teve vida fácil. O primeiro duelo do Tricolor Carioca foi contra o Bangu. O confronto tem história, em 1985 as equipes jogaram a finalíssima do campeonato, que teve final um tanto quanto caótico. O árbitro José Roberto Wright deixou de marcar pênalti claro de Vica em Cláudio Adão, do Bangu, no último lance. O Fluminense venceu a partida por 2 a 1 e sagrou-se tricampeão estadual, o Bangu precisava apenas do empate para ficar com o título. Após o jogo, o campo foi invadido e o árbitro ameaçado.

Mesmo não vivendo uma fase como aquela, o Bangu deu muito trabalho para o time de Muricy Ramalho. A superioridade alvirrubra ficou maior após a expulsão infantil do meio-campista Souza, aos 38’, que até o momento era o melhor em campo pelo Flu. Apesar da pressão banguense, o primeiro tempo terminou em um empate sem gols.

Até os 14 minutos da segunda etapa, o jogo não havia mudado. O Bangu ameaçou muito o gol de Ricardo Berna, acertando até uma bola na trave, mas, o cartão vermelho recebido pelo zagueiro Raphael não igualou somente o número de atletas em campo, igualou a partida.

Dotado de jogadores com um nível técnico muito melhor, o Flu começou a chegar com perigo. Aos 36 minutos, Fred aproveitou bola alçada na área por Tartá e cabeceou para abrir o placar, que garantiu a vitória do atual melhor time do Brasil.

*Outros resultados:

Boavista 1 x 1 América
Americano 1 x 1 Nova Iguaçu
Olaria 1 x 0 Madureira
Macaé 3 x 0 Cabofriense

*De volta para o passado:

Na primeira rodada da Taça Guanabara de 2010 todos os grandes venceram. O Botafogo foi até Campos, no Estádio Godofredo Cruz, enfrentar o Macaé e venceu por 3 a 2. O estreante Herrera marcou logo aos 2 minutos para o alvinegro, que levou o empate logo depois com gol de André. O Macaé surpreendeu e virou o jogo aos 31’, com Fernandão, mas o Glorioso pressionou e virou o placar graças a gols de Lúcio Flávio, aos 36’, e Marcelo Cordeiro, aos 42’.

O Vasco recebeu o Tigres do Brasil em São Januário e conquistou uma vitória magra, por 1 a 0. O tento cruzmaltino foi anotado pelo lateral Fágner, que contou com a colaboração do goleiro adversário. A partida foi difícil. O Tigres pressionou o Gigante da Colina e até marcou primeiro, mas o gol foi corretamente anulado pelo árbitro. Porém o Vasco fez valer o peso de sua camisa e conquistou a vitória.

Jogando no Maracanã, o Flamengo suou para vencer o Duque de Caxias. O Tricolor da Baixada começou na frente, com gol de Marinho, aos 15 minutos. O empate rubro-negro só veio na segunda etapa, com Kléberson. A virada veio logo em seguida, aos 52’, com Fierro. O Duque de Caxias ainda diminuiu com John antes de levar o golpe final, em tento de Fernando.

Em Campos, o Fluminense enfrentou o Americano e ganhou facilmente por 3 a 0, com gols de Éverton, Maicon e Júlio César.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Decisivo nas finais, Wágner defendeu o Botafogo durante nove anos


Sebastião Wágner de Souza e Silva nasceu no dia 20 de janeiro de 1969 (42 anos) e foi criado em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense do Rio de Janeiro. Começou a se destacar como goleiro no início dos anos 90, defendendo as cores do Bangu. Em 1993 foi contratado pelo Botafogo, clube que o consagraria, e já em seu primeiro ano, ainda como reserva, viu um limitadíssimo time bater o Peñarol nos pênaltis e faturar a Copa Conmebol.

No ano seguinte conquistou de vez a camisa 1, e só a largaria em 2002. A primeira temporada de Wágner pelo Botafogo não foi de grandes conquistas. A maior possibilidade que o time teve de levantar uma taça foi no Japão, onde disputou, contra o São Paulo, a Recopa Sul-Americana. O tricolor paulista levou a melhor, mas, pouco a pouco, o alvinegro ia formando a equipe que um ano mais tarde se consagraria no Campeonato Brasileiro.

O ano de 1995 não começou da melhor forma, no dia 23 de março o Botafogo perdeu a final da Taça Guanabara por 3 a 2 para o Flamengo. Posteriormente, a equipe comandada por Paulo Autuori daria muitas alegrias ao torcedor botafoguense. Wágner ia se destacando como um dos principais nomes do time que avançou para as fases finais do Campeonato Brasileiro. O Botafogo venceu a semi-final, contra o Cruzeiro, e conquistou o título em cima do Santos, no jogo que marcou a melhor exibição de Wágner em toda a sua carreira. O goleiro fez defesas espetaculares e foi o herói da partida. Naquele ano, foi considerado o melhor goleiro do país, no entanto, não teve realizado o sonho de defender a Seleção Brasileira.

Na temporada seguinte, conquistou a Taça Cidade Maravilhosa e o Troféu Teresa Herrera, em um jogo emocionante contra a Juventus de Turim. A equipe italiana, campeã da Liga dos Campeões e posteriormente do Mundial de Clubes, contava com craques como Del Piero, Vieri, Deschamps, Di Livio e Amoruso. A partida, épica, terminou em 4 a 4, e o título teve de ser decidido na disputa de pênaltis. Wágner não fez cerimônia e defendeu todas as cobranças, ajudando o Botafogo a levar mais uma taça para General Severiano.

Conquistou seu primeiro Campeonato Carioca em 1997, vencendo as finais contra o Vasco de Edmundo. No segundo jogo da decisão, vencida por 1 a 0 –gol de Dimba- Wagner novamente mostrou que sua estrela brilhava em jogos decisivos, e fez grandes defesas. Em 1998 ajudou o Glorioso a ser campeão do Torneio Rio-São Paulo.

Após a fase dos títulos, passou um período de dificuldades na meta alvinegra. Em 1999 e em 2001 foi vice-campeão da Copa do Brasil e do Torneio Rio-São Paulo (nesta final, foi a primeira grande vítima do então novato Kaká), respectivamente. Deixou de defender as cores do Glorioso em 2002, após 412 jogos. Na mesma temporada, sem as suas defesas, o time foi rebaixado à Série-B, da qual retornaria um ano depois. Wágner ainda jogou pelo Santo André, América-RJ, Nova Iguaçu e pendurou as luvas jogando pelo Madureira, em 2004.

Em 2009 trabalhou como preparador de goleiros do Botafogo e fez parte do staff campeão carioca no ano seguinte, mas deixou o cargo durante a temporada de 2010.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Coppa Italia: Roma vence o Derby Della Capitale e vai às quartas-de-final



Roma e Lazio se enfrentaram hoje pela fase 1/16 da Coppa Itália. O vencedor da partida única seguiria para a próxima fase do torneio mata-mata da Velha Bota. As duas equipes de Roma já se enfrentaram na atual temporada, pelo Campeonato Italiano,e os giallorossi levaram a melhor. Hoje, o torneio era outro, mas o vencedor foi o mesmo.

Antes do início da partida, uma notícia triste. Um adolescente de 15 anos foi internado em estado grave após ser esfaqueado em uma briga entre as duas torcidas. Dentro de campo, a Lazio começou melhor e assustou o goleiro Júlio Sérgio que, em um lance afobado, quase entregou um gol após acertar uma canelada na bola. Aos 14 minutos, o atacante Zárate arriscou um chute que levou perigo ao gol do time comandado por Cláudio Ranieri.

À medida que o cronômetro rolava, aumentava a “animosidade” dos jogadores, e o cotejo ficou mais brigado. Aos 21’, Júlio Sérgio apareceu bem e, mostrando que está com os reflexos em dia, evitou o que seria o primeiro tento da Lazio. Quando o primeiro tempo chegou ao fim os biancocelesti mereciam estar na frente, mas o placar ficou no zero.

Na segunda etapa, Cláudio Ranieri fez duas substituições. Sacou Leandro Greco e Adriano –com dores no ombro- e colocou Menez e Vucinic, respectivamente. O técnico dos Aquilotti, Edy Reja, manteve a mesma equipe. A exemplo do que aconteceu durante os primeiros 45 minutos, o jogo seguia catimbado. A primeira oportunidade de gol, novamente, foi da Lazio, em cabeçada de André Dias, mas quem marcou primeiro foram os giallorossi.

Aos 51 minutos, Riise tentou cruzamento pelo lado esquerdo, a bola bateu na mão de Lichsteiner, e o juiz assinalou o pênalti. Borriello bateu no canto direito de Berni e correu para o abraço. A Lazio chegou ao empate pouco tempo depois, também em um penal - sofrido por Zárate. Hernanes bateu bem e igualou o marcador. A partida ganhou em qualidade e emoção.

A Lazio seguia melhor, se arriscava mais, porém foi a Roma quem virou o placar. Após uma jogada um tanto quanto atrapalhada de Menez, a bola sobrou para o brasileiro Fábio Simplício que, com extrema categoria, tocou devagarzinho para o fundo das redes. Novamente atrás no placar, os laziale se lançaram ainda mais ao ataque giallorossi e Floccari quase marcou um belo gol. A Roma aproveitava alguns contra-ataques, e quase aumentou o placar em chute de Vucinic. Mesmo pressionando até o fim, a Lazio não conseguiu evitar mais uma derrota no Derby Della Capitale, mas, desta vez o revés desclassificou a vice-líder da Lega Calcio. A Roma avança às quartas-de-final e enfrentará a Juventus, no jogo que colocará frente a frente os dois maiores vencedores deste certame –nove títulos para cada lado.

*De volta para o passado:

No dia 25 de março de 2000, a Lazio venceu o Derby Della Capitale em partida válida pela 27ª rodada do Campeonato Italiano. Quem saiu na frente foi a Roma, com gol de Vincenzo Montella, aproveitando cruzamento de Totti. A virada biancocelesti começou a ser construída nos pés de Nedved, que na época não ostentava a cabeleira que ficou famosa, posteriormente, quando o tcheco jogou pela Juventus. O gol do desempate foi anotado por Verón, em cobrança primorosa de falta, um golaço. Naquela temporada a Lazio conquistou o Scudetto.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Começa hoje o 105º Campeonato Carioca de Futebol


Hoje começa mais um Campeonato Carioca. É a 105ª edição do torneio de futebol mais charmoso do planeta. A iniciativa da criação do certame foi do Football & Athletic, clube fundado por moradores do Andaraí, que, ao ver o crescimento do número de times sendo fundados no estado, sugeriu a criação de um campeonato, a exemplo do que já acontecia em São Paulo. Durante aquele ano muitas reuniões foram feitas até que, no dia 8 de julho, representantes do Botafogo, Fluminense, Bangu, América, Football & Athletic, e Sport Club Petrópolis reuniram-se na sede do tricolor carioca, nas Laranjeiras, e fundaram a “Liga de Football do Rio de Janeiro”, a entidade que controlaria o torneio que foi disputado, pela primeira vez, em 1906 e teve o Fluminense como campeão.

Como sempre, os quatro grandes clubes do Rio são mais do que favoritos para a conquista do título, que neste ano promete emoção ainda maior pelo bom momento que vive o futebol carioca. O Fluminense é o atual campeão brasileiro. Conta com investimento, grande elenco e com o melhor técnico do Brasil, Muricy Ramalho. O que pode afetar as atuações do tricolor no torneio é a disputa paralela da Libertadores da América, prioridade nas Laranjeiras.

O Flamengo é, ao lado do Fluminense, a equipe favorita ao título. O time da Gávea teve um péssimo 2010, mas as contratações de Thiago Neves, Botinelli e Ronaldinho Gaúcho renovaram as esperanças do sempre otimista torcedor rubro-negro. Responsabilidade grande para Ronaldinho, craque do time, e para o técnico Vanderlei Luxemburgo, que precisa mostrar que ainda pode montar equipes vencedoras.

Atual campeão, o Botafogo inicia a competição da mesma maneira em relação aos últimos anos, “comendo pelas beiradas”. Apesar de não ter um time brilhante, o alvinegro mostrou nos últimos cinco anos a sua força no campeonato ao chegar sempre nas finais. A manutenção da base do time e a presença de Joel Santana, especialista quando o assunto é o Cariocão, são os fatores que podem deixar os botafoguenses confiantes em mais uma boa campanha.

Dentre os quatro grandes, o Vasco é quem mais precisa do título. Sem nenhuma conquista desde 2003, quando faturou pela última vez o estadual, o Gigante da Colina também manteve a base do time que fez uma campanha média no Brasileirão 2010. A esperança dos cruzmaltinos está depositada em quatro jogadores de posições distintas. O goleiro Fernando Prass, ídolo da torcida, o zagueiro Dedé, o atacante Éder Luís e o meio-campista Carlos Alberto, que pouco entrou em campo no último ano.

Dentre os muito ganhos de um campeonato cheio de bons jogadores, somente um lamento: a falta das finais no Maracanã. O último Campeonato Carioca sem jogos no “Maraca” foi em 1992, quando o estádio estava interditado após a tragédia ocorrida na final do Campeonato Brasileiro daquele ano, entre Flamengo e Botafogo. O Estádio Mário Filho é o maior palco do certame desde 1950. Neste ano, a tarefa foi repassada ao Engenhão.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O dia em que Gaúcho fez um gol contra o time de Ronaldinho



Depois de muita novela, a contratação de Ronaldinho Gaúcho finalmente foi oficializada pelo Flamengo no último dia 10. O jogador, recebido com grande festa na Gávea, já treina com o grupo e assistiu ontem a vitória rubro-negra, por 2 a 1, em amistoso contra o América Mineiro.

Ronaldinho dispensa comentários e, se levar o trabalho a sério, tem tudo para se consagrar com a camisa 10 rubro-negra. A chegada do dentuço, aliás, é boa para o futebol carioca e brasileiro, que ganham mais notabilidade e investimentos. Qual jogador no mundo não gostaria de atuar, com ou contra, um dos melhores da última década? O Botafogo, por exemplo, é um dos outros clubes -fora o Fla- que vai aproveitar um pouquinho dos muitos ganhos financeiros que RG10 vai trazer para o futebol nacional, já que o Engenhão será a casa dos cariocas durante as (absurdas) obras no Maracanã.

O jornalista e blogueiro André Rocha preparou em seu blog um material de qualidade ímpar que analisa, de acordo com o atual elenco flamenguista, como Ronaldinho deverá atuar nesta temporada. Leitura obrigatória para os rubro-negros e para os amantes do esporte bretão. Para ler é só clicar aqui. Outro que estudou as opções táticas de RG10 em seu novo time foi o especialista em futebol argentino e esquemas táticos Renato Zanata Arnos, em participação especial para o blog do Mauro Cézar Pereira. Para ler é só clicar aqui.

Neste humilde blog vou relatar uma passagem curiosa da história do Flamengo que, em 1991, venceu o time de um outro Ronaldinho, com um dos gols marcados por um “falso” Gaúcho. Ficou confuso? Leia o post abaixo e entenda melhor.

No dia 18 de novembro de 1991 o Flamengo enfrentou, no estádio Caio Martins, em Niterói, o São Cristóvão. Era o 19º jogo do Fla no torneio, o oitavo do segundo turno. A jovem equipe rubro-negra, que viria a conquistar o caneco, era comandada por Carlinhos.

Dentro das quatro linhas, o time que revelou jogadores como Djalminha, Marcelinho Carioca, e Paulo Nunes contava com a experiência do já veterano Leovegildo Lings Gama Jr., o Júnior. Neste jogo, visto por 2.492 pagantes, o Flamengo do atacante Gaúcho enfrentou o lanterninha do certame.

O primeiro gol saiu aos 43 minutos, quando Paulo Nunes aproveitou o rebote dado pelo goleiro Flávio e abriu o placar. Em busca da artilharia, que seria alcançada ao final do torneio, Gaúcho – que, apesar do apelido, nasceu em Canoas (RJ)- buscou o gol de todas as formas. Conseguiu balançar, finalmente, as redes aos 86’, gol que sacramentou a vitória de 2 a 0. O São Cristóvão contava com uma dupla de ataque composta por Gílson e um desconhecido chamado...Ronaldinho – que não era o Fenômeno, revelado pelo Cadetes e posteriormente vendido ao Cruzeiro-!

domingo, 16 de janeiro de 2011

Lega Calcio: Milan joga mal e fica só no empate com o Lecce


Pela 20ª rodada da Lega Calcio, o líder Milan enfrentou o desesperado Lecce no Estádio Via Del Mare. Favoritíssimo para conquistar a vitória, que lhe daria seis pontos de vantagem em relação a Lazio e Napoli, o rubro-negro italiano teve uma atuação decepcionante e ficou só no empate.

Sem contar com jogadores como Robinho, Boateng e Pirlo, o time de Massimiliano Allegri tomou conta da posse de bola nos primeiros 45 minutos de jogo, mas não ameaçou o gol adversário. Os rossoneri insistiam, sem sucesso, nos arremates de fora da área, e o primeiro tempo terminou em um empate sem gols.

Logo no início da segunda etapa, o jogo recebeu um toque de beleza. Aos 48 minutos Ibrahimovic recebeu a bola na intermediária, disputou com o defensor giallorossi, e, mesmo pressionado, acertou um lindo chute que balançou as redes do goleiro Antônio Rosati. O tento deu uma injeção de ânimo à equipe, que se lançou mais ao ataque. Porém, a postura ofensiva não passou de ilusão e o Milan recuou demasiadamente, dando ao Lecce uma oportunidade de crescer no jogo.

Aos 60’, o uruguaio Rubén Oliveira obrigou o goleiro Amélia a mostrar que está com os reflexos em dia. O jogo voltou a cair em emoção e qualidade. Aos 80’, a equipe do técnico Luigi de Canio voltou a assustar o líder do campeonato. O atacante David Di Michele arriscou um perigoso chute contra o gol de Amélia, que colocou a bola para escanteio. Na cobrança, a redonda foi de encontro aos pés de Rubén Oliveira que, sozinho, bateu de primeira e empatou a partida. Nos lances finais os rossoneros tentaram a virada, mas o jogo ficou nisso. Com o empate, a vantagem do Milan na competição continua sendo de quatro pontos.

*De volta para o passado:

O resultado obtido hoje pelo Milan foi o mesmo da última vez em que os rossoneros jogaram no Via Del Mare. No dia 9 de novembro de 2008 o Milan, que contava ainda com Kaká e Ronaldinho, foi até a cidade de Lecce para enfrentar os giallorossi.

O primeiro gol da peleja veio somente no segundo tempo, quando, aos 79 minutos, Ronaldinho Gaúcho aproveitou o passe de Alexandre Pato, na ponta direita, e tocou de carrinho para um gol vazio.

O empate da equipe da casa veio na “bacia das almas”. Aos 90 minutos o defensor Andrea Esposito subiu mais do que toda a defesa rossonera e, de cabeça, igualou o marcador.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Premier League: Chelsea vence o Blackburn e dorme na quarta colocação


Após a incrível derrota sofrida para o Wolverhampton, na 22ª rodada do Campeonato Inglês, a equipe de Carlo Ancelotti pôde recuperar a confiança ao fazer sete gols, na FA Cup, contra o Ipswich Town. Na partida de hoje, válida pela 23ª rodada da Premier League, o Chelsea recebeu o Blackburn Rovers no Stamford Bridge, e, contando com o famoso “chuveirinho”, venceu por 2 a 0. Para ler o texto completo da partida clique aqui.

* De volta para o passado:

Chelsea e Blackburn se enfrentaram na 37ª rodada da Premier League 2008/2009. A partida realizada no Stamford Bridge, no dia 17 de maio de 2009, terminou com o mesmo placar da realizada hoje no mesmo estádio. Porém, os Blues demoraram muito menos para balançarem as redes dos Rovers.

O primeiro gol foi marcado logo aos 4 minutos de jogo. Após Anelka cruzar a bola para dentro da área, Malouda veio cheio de vontade e desferiu o que chamamos de “um chute com a cabeça” para abrir o placar.

O segundo tento foi marcado por outro francês. Aos 59’, após receber passe de Drogba, Anelka chutou, da entrada da área, no canto direito do goleiro Paul Robinson e garantiu a vitória da equipe da casa, para a alegria de grande parte dos 40.804 espectadores presentes no estádio.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Coppa Itália: Na volta de Buffon, Juventus vence o Catania e avança para a próxima fase


A Juventus recebeu o Catania pela fase 1/16 da Coppa Itália. A partida, realizada no Olímpico de Turim, dava ao vencedor uma vaga nas quartas-de-final do torneio. Era também a volta do goleiro Buffon, que desde o problema de hérnia sofrido em 2010 não atuava com a camisa juventina. Nos últimos dois jogos, pelo Campeonato Italiano, os bianconeros sofreram duas grandes derrotas - para Parma e Napoli, respectivamente -, levando um total de sete gols. Desta vez, porém, a Vecchia Signora não levou gols e venceu, com facilidade, a equipe siciliana por 2 a 0.

Durante toda a partida, os bianconeros tiveram mais posse de bola. O primeiro tento da Juve saiu aos 35 minutos da primeira etapa, quando Del Piero -que teve ótima atuação- fez bela jogada na ponta-esquerda e cruzou a bola para Krasic, que, finalizando de primeira, balançou as redes. No segundo tempo, aos 54’, o italiano Pepe ampliou o placar para a Juve após escanteio. O camisa 23, a exemplo de Krasic, também arrematou sem deixar a redonda bater no gramado. Com a vitória a Juve fica na espera de Roma ou Lazio, que farão o Derby Della Capitale no dia 19 para ver quem avança para a próxima fase do torneio.

*De volta para o passado:

No dia 25 de março de 1984, a Juve enfrentou o Catania, pela 24ª rodada do Campeonato Italiano 1983/1984, e venceu por 2 a 0. Os gols da equipe, que seria a campeã italiana da temporada, foram marcados por Gaetano Scirea, grande zagueiro e ídolo bianconero.

De goleiro vencedor a empresário de jogadores, Gilmar Rinaldi completa 52 anos


Gilmar Rinaldi nasceu em Erechim, no dia 13 de janeiro de 1959, e foi um dos goleiros mais regulares e vitoriosos do Brasil. Revelado pelo Internacional de Porto Alegre, no início da década de 1980, fez parte do elenco tetra-campeão gaúcho de 81 a 84.

Em 1985 transferiu-se para o São Paulo onde, no mesmo ano, seria campeão paulista em final contra a Portuguesa. A conquista do Campeonato Brasileiro viria logo depois, em 1986, após uma partida eletrizante contra o Guarani. Como o jogo terminou em 3 a 3, o título foi decidido na disputa de pênaltis. Gilmar defendeu a primeira cobrança do Bugre, feita por Marco Antônio, e teve papel importante na segunda conquista nacional do tricolor paulista. Pelo São Paulo ainda venceu outros dois paulistões em 1987 e 1989, contra Corinthians e São José, respectivamente.

Em 1991, após uma temporada na qual passou mais tempo no banco de reservas, o bigodudo deixou o São Paulo para desfilar sua elegância no Rio de Janeiro, mais precisamente na Gávea. Pelo Flamengo, aos 32 anos de idade, retomou o posto de titular em uma grande equipe e, de cara, conquistou o título carioca daquele ano, decidido contra o Fluminense.

No ano seguinte, em uma campanha de início irregular e término, até certo ponto, surpreendente, conquistou seu segundo título brasileiro, na final disputada contra o Botafogo. Apesar de tantas glórias em campo, o maior título de sua carreira veio quando era o terceiro goleiro da seleção canarinho, na Copa do Mundo de 1994. Mesmo ser ter atuado em nenhuma partida, fez parte do grupo que venceu a Itália e conquistou o tetracampeonato mundial.

Após a Copa dos Estados Unidos, já veterano (estava com 35 anos), se transferiu para o futebol japonês onde defendeu, até 1999, a meta o Cerezo Osaka, único clube pelo qual não foi campeão.
Depois de ter “pendurado as luvas” voltou ao Brasil como superintendente de futebol do Flamengo, cargo que exerceu durante dois anos. Hoje é empresário de diversos jogadores, sendo o mais famoso deles o atacante Adriano, que, ultimamente, têm obrigado Gilmar a fazer outros tipos de defesas. Desta vez, a favor de seu polêmico cliente.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Gerson, o "Canhotinha de Ouro", completa 70 anos


Gérson
de Oliveira Nunes foi um dos melhores jogadores da história do futebol brasileiro. Dotado de uma incrível capacidade de organização em campo, a precisão de seus lançamentos, sempre com o pé esquerdo, era tanta que lhe rendeu um apelido que virou praticamente um sobrenome: “Canhotinha de Ouro”.

Nascido em Niterói, em 11 de janeiro de 1941, começou a dar seus primeiros passos no gramado com a camisa do Flamengo. Em 1959, se destacou no Campeonato Carioca, mostrando que não seria um jogador comum.

Dois anos depois foi campeão do Torneio Rio-São Paulo, o primeiro de muitos títulos que viria a conquistar. Figura polêmica, não tinha papas na língua, e sempre falou o que pensa. Em 1962 demonstrou publicamente sua insatisfação com o Flamengo, reclamando do valor dos “bichos” dados nas vitórias rubro-negras. Neste mesmo ano reclamou também do técnico, Flávio Costa, que o colocou para atuar como falso ponta na tentativa de "parar" Garrincha -o que não deu muito certo.

Em 1963 conquistou o primeiro de seus títulos cariocas, mas pouco participou da campanha rubro-negra. Jogou apenas três jogos e marcou três gols: dois na estréia, contra o Canto do Rio, e um contra a Portuguesa (seu último jogo pelo Fla), todos de pênalti. Às vésperas de uma partida contra o Botafogo, voltou a reclamar e teve o passe posto à venda. Seu próximo destino seria, exatamente, o alvinegro carioca.

Passou seis anos em General Severiano, e pelo Botafogo conquistou o maior número de títulos de sua carreira, vivendo, em um clube de futebol, sua época mais gloriosa. Em 1964 veio o primeiro troféu como jogador do Botafogo: o Torneio Rio-São Paulo. Gérson conquistaria o mesmo título em 1966, ano em que foi convocado para sua primeira Copa do Mundo, na Inglaterra. Na Terra da Rainha, fracassou assim como todo o grupo, mas, foi escolhido como um dos principais culpados da eliminação precoce da seleção.

Após o trauma da eliminação, Gérson passaria os próximos anos se aperfeiçoando em campo para se destacar na próxima Copa, que seria realizada no México. Em 1967, sob o comando de Zagallo, venceu o Campeonato Carioca sendo peça importantíssima de um fantástico time. Com seis tentos marcados foi, ao lado de Roberto Miranda, o artilheiro do Glorioso no certame. Em 1968 fez três gols a mais em relação ao ano anterior, ajudando a garantir o bi-alvinegro. Neste mesmo ano venceu também a Taça Brasil – a final foi disputada somente em 1969- e, antes da Copa do Mundo, foi transferido para o São Paulo.

No México, vestindo a “amarelinha”, o Canhota de Ouro consagrou de vez sua perna esquerda. Dentre muitos lançamentos perfeitos, fez o segundo gol da vitória brasileira, por 4 a 1, na final contra a Itália. Quando voltou ao São Paulo, ainda conquistou o bi-campeonato paulista.

Em 1972 voltou ao Rio de Janeiro para defender seu clube de coração, o Fluminense. Ficou nas Laranjeiras até 1974 e conquistou mais um Campeonato Carioca -em 1973- antes de se aposentar dos gramados. Em 1976 voltou a aparecer graças a um comercial de cigarros, consagrando uma expressão que passou a ilustrar o “jeitinho –malicioso- brasileiro”, a “Lei de Gérson”. Posteriormente, o ex-craque se arrependeu de ter sua imagem associada a tal comportamento ético. Hoje, é comentarista de rádio e participa de um programa de mesa redonda na televisão.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Calcio: Napoli vence a Juventus com três gols de Cavani


Napoli e Juventus se enfrentaram pela 19ª rodada do Campeonato Italiano. Os dois clubes protagonizaram jogos históricos, principalmente na década de 1980, quando o duelo marcava o encontro dos craques Michel Platini, da Juve, e Diego Maradona, do Napoli.

A partida de hoje, realizada no estádio San Paolo, em Nápoles, começou muito movimentada. A Juventus, que contava com a estréia de Luca Toni, foi melhor nos minutos iniciais. Aos 14’, o ítalo-brasileiro Amauri sentiu, no corpo, que vontade era o que não faltava ao Napoli. Com um sangramento no nariz, o camisa 11 da Juve teve que ficar alguns minutos do lado de fora. Quando retornou ao gramado, o time da casa já começava a dar sufoco para a zaga bianconera.

O primeiro gol saiu aos 19 minutos. Cavani avançou completamente desmarcado na área da Vecchia Signora e, com todo o tempo do mundo, cabeceou para o fundo das redes de Storari. Na jogada seguinte o goleiro ainda teve que evitar o segundo, em chute forte de Lavezzi. Em busca do empate, a Juventus quase diminuiu com Amauri, mas De Sanctis fez uma belíssima defesa e colocou a bola para escanteio. Após a cobrança, o juiz invalidou o gol marcado por Luca Toni que, ao subir para a cabeçada, fez falta no goleiro napolitano.

A peleja seguia muito disputada, mas o Napoli era melhor e ampliou a vantagem aos 25’. Depois de receber cruzamento preciso de Dossena, Cavani testou a bola, novamente, para o fundo das redes. Os Partenopei ainda obrigaram o goleiro da Juve a fazer mais defesas antes do final do primeiro tempo.

Na volta para a segunda etapa, o time de Luigi Del Neri esboçou uma reação, e De Sanctis teve de mostrar seu valor. A entrada de Del Piero no lugar de Amauri, aos 51 minutos, era a esperança de uma reação juventina. No entanto, foi o Napoli quem acabou marcando, novamente com Cavani. O uruguaio aproveitou a bela jogada de Lavezzi e fez a sua tripleta, se igualando a Di Natali, da Udinese, na artilharia do campeonato.

Com o resultado os Azzurri seguem na vice-liderança, com 36 pontos, quatro a menos que o Milan, que em uma partida emocionante empatou em 4 a 4 com a Udinese, em Milão. A Juventus, que nos últimos dois jogos levou sete gols, está na 6ª colocação.

*De volta para o passado:

No dia 25 de março de 1990, as duas equipes se enfrentaram no estádio San Paolo pela 30ª rodada do Campeonato Italiano. O primeiro gol foi anotado por Diego Maradona, que girou na pequena área e, sempre com a canhota, bateu para o gol. O Pibe marcaria o segundo dos napolitanos, desta vez em cobrança de falta. Aos 61’, De Agostini diminuiu para a Juve, mas, três minutos depois, Francini garantiu a vitória do Napoli, que naquela temporada de 1989/1990 ficaria com o Scudetto.

sábado, 8 de janeiro de 2011

FA Cup: Stevenage vence o Newcastle em uma partida histórica


Tendo sua primeira edição no ano de 1872, a F.A Cup é o torneio de futebol mais antigo do mundo, e também o mais democrático. A competição reúne centenas de times na Inglaterra, e volta e meia uma equipe pequena consegue eliminar os chamados grandes, são os “matadores de gigantes”. Hoje, o Newcastle United foi até Stevenage enfrentar o Stevenage Borough.

O Stevenage é um time novo. Com apenas 34 anos de existência venceu, na temporada passada, a Conference -5ª divisão- e atualmente está na 13ª posição da League Two, a quarta divisão do futebol inglês. A diferença em relação à camisa do Newcastle é enorme. Juntando todas as divisões do futebol da Terra da Rainha a distância entre os dois times é de 73 posições, isso deixando de lado os títulos conquistados pelos Magpies – a F.A Cup, por exemplo, os Toons já venceram seis vezes.

Dentro de campo, no acanhado estádio Broadhall Way (ou Lamex Stadium), foi o Newcastle quem teve a primeira oportunidade de gol, com Joe Barton. Foi a única coisa que os alvinegros (jogando de azul) conseguiram fazer no primeiro tempo, que foi muito fraco tecnicamente. A equipe da casa surpreendia por jogar de igual para igual com um time da Premier League. Na metade final da primeira etapa, o goleiro Tim Krull foi obrigado a fazer duas boas defesas. Ao fim dos primeiros 45 minutos o que se esperava era uma atuação melhor dos Magpies.

No segundo tempo, mais precisamente aos 49’, veio a surpresa. Stacy Long arriscou um chute de fora da área. A bola bateu em Mike Williamson e enganou o goleiro Krull. O Stevenage, que já tinha mais posse de bola, merecidamente abriu o placar. No lance seguinte quase veio o balde de água fria, mas o goleiro Chris Day fez uma bela defesa e garantiu a vitória parcial do Borough.

O resultado, impressionante, se tornou inacreditável aos 54’ quando após sucessivos erros da zaga dos Toons, Collocini deixou a bola chegar aos pés de Michael Bostwick, que arrematou forte no canto direito de Krull. A bola ainda bateu na trave antes de beijar as redes, 2 a 0. A vibração no estádio foi tanta, que o sinal de TV caiu durante alguns minutos. Os jornalistas britânicos tiveram que recorrer ao empoeirado rádio para tomar conhecimento do que acontecia na partida.

No gramado do Broadhall Way, o time de Alan Pardew estava desesperado. Aos 71 minutos o marfinense Tioté, que havia entrado no lugar de Alan Smith, foi expulso após entrada violenta. O Stevenage continuou sendo superior. Aos 90’, Barton arriscou de longe e fez um golaço. O tento, teoricamente, diminuiria o vexame dos Magpies, mas, 30 segundos depois, Peter Winn fez valer seu sobrenome e, dentro da área, tocou por cima de Krull, no maior estilo "Romário", anotando o gol da vitória histórica, que dá ao time o direito de disputar a 4ª fase da competição.

*De volta para o passado:

Há 13 anos, estas mesmas duas equipes se enfrentaram pela FA Cup, em um jogo pra lá de polêmico. Após conseguir um improvável empate em 1 a 1 contra o Newcastle, (gols de Alan Shearer e Giuliano Grazioli, ambos de cabeça) resultado comemorado como título -com direito até a champagne- o Borouth teve a oportunidade de jogar o jogo de desempate, no St. James Park. Jogando em casa o Newcastle venceu por 2 a 1, com dois gols de Alan Shearer.

A polêmica da (tensa) partida está no primeiro tento dos Magpies. Após ser alçada para a área, a bola foi cabeceada por Shearer, e, em cima da linha o zagueiro evitou o tento. O juiz, no entanto, validou o gol, causando a revolta dos torcedores do Stevenage.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Calcio: Thiago Motta brilha na estréia de Leonardo e Inter vence o Napoli, em Milão


Internazionale e Napoli se enfrentaram, no Giuseppe Meazza, pela 18ª rodada do Campeonato Italiano. Foi o primeiro jogo da Inter sob o comando de seu novo treinador, o brasileiro, e ex-rossonero, Leonardo. O fato de atuar sem muitos de seus principais jogadores (Júlio César, Eto’o e Sneijder) não dificultou a partida para a Inter que, jogando pela primeira vez na temporada como campeã mundial, foi consistente e venceu por 3 a 1.

A peleja começou quente. Logo aos 3 minutos, após bela troca de passes, Thiago Motta acertou um belo chute, de primeira, no canto esquerdo de De Sanctis, abrindo o placar para o time da casa. O Napoli não se deu por vencido e foi buscar o empate. Aos 7’ chegou a balançar as redes com Dossena, mas o impedimento do jogador foi corretamente assinalado. A equipe napolitana rondava a intermediária nerazzuri, sem conseguir furar o bloqueio. A solução foi apostar no jogo aéreo. A opção deu certo aos 24 minutos quando, após cobrança de escanteio, Pazienza apareceu entre quatro jogadores interistas para fazer, de cabeça, o gol do empate.

Os Partenopei quase viraram a partida, com Maggio, mas quem acabou marcando foi a Inter. Após cruzamento preciso de Maicon, Cambiasso apareceu de surpresa para desferir uma cabeçada mortal contra as redes do Napoli, garantindo a vitória parcial dos nerazzuri no primeiro tempo.

Na segunda etapa o Napoli começou assustando, mas perdeu o ímpeto inicial no decorrer do cotejo. Thiago Motta, em tarde inspirada, resolveu logo o jogo para a Inter. O brasileiro marcou o seu segundo (belo) tento na partida, desta vez de cabeça. Com uma vantagem de dois gols os nerazzuri controlaram o jogo e conquistaram uma importante vitória. A Internazionale segue sua recuperação no Calcio e, com dois jogos a menos, sobem para a 7ª colocação, com 26 pontos. O Napoli segue em 3º na tabela.

* De volta para o passado:

O resultado de hoje foi o mesmo da temporada passada, quando as equipes se enfrentaram, no Giuseppe Meazza, pela 5ª rodada do Campeonato Italiano. Assim como hoje, a rede balançou logo aos 3 minutos de jogo. Quem abriu o placar foi Eto’o. Na jogada seguinte Diego Milito aumentou a vantagem para a equipe comandada por José Mourinho. Aos 32’, o zagueirão Lúcio fechou o caixão napolitano, que teve seu gol de honra feito por Ezequiel Lavezzi.

Premier League: Liverpool perde para o Blackburn


A difícil vitória do Liverpool na última rodada da Premier League, conquistada no último segundo, contra o Bolton, pareceu dar uma sobrevida ao ameaçado técnico Roy Hodgson. Em busca de mais três pontos na tabela, os Reds foram, ontem, até o Ewood Park enfrentar o Blackburn Rovers, que apareceu mais do que o usual nas manchetes do mundo todo por ter feito uma oferta milionária por Ronaldinho Gaúcho. A visibilidade que pareceu dar um ânimo a mais aos Rovers, somado a uma tarde infeliz de Steven Gerrard e Fernando Torres, resultou em um impressionante placar de 3 a 1 para Blackburn.

No início da partida tudo levava a crer que o Liverpool cumpriria o papel que dele se espera, e conquistaria a vitória. Fernando Torres teve a primeira chance do jogo, mas cabeceou para fora. A partir dos 10 minutos, o time da casa passou a pressionar mais a equipe de Anfield Road. Com 20 minutos de bola rolando, foram três chutes contra a meta de Reina. A superioridade do Blackburn se traduziu em gol aos 32’, quando Mame Diouf deixou Martin Olsson na cara do gol. O sueco não desperdiçou, 1 a 0. Cinco minutos depois, Pedersen levantou a bola para a área. Benjani Mwaruwari dominou com categoria, girou, e, com um chute forte, balançou as redes de Reina, que nada pôde fazer. Antes da saída para o intervalo, os Reds ainda tentaram criar algumas chances de gol, mas não tiveram sucesso.

Na segunda etapa, mesmo tomando mais cuidado com a parte defensiva, o Blackburn ainda chegou ao terceiro gol, novamente com Mwaruwari. Desesperado, Hodgson lançou Dirk Kuyt a campo, mas o efeito não foi o esperado. Em sua primeira jogada, o holandês foi advertido pelo árbitro por ter colocado a mão na bola. O Liverpool estava batido. O gol de Gerrard, aos 80 minutos, não reacendeu a chama do time. A prova disso é que logo depois o próprio capitão ainda desperdiçou, de forma grotesca, o pênalti que ele próprio sofreu. O vermelho da 22ª rodada da Premier League foi de vergonha. Se o Liverpool “nunca andará sozinho”, o mesmo não podemos garantir a respeito de seu técnico. Com o resultado os Reds ficam na 12ª posição, com 25 pontos. Os Rovers, na 9ª colocação, têm 28.


Este mesmo texto e a resenha de Aston Villa x Sunderland você encontra também no site Premier League Brasil


* De volta para o passado:

Na 16ª rodada da Premier League temporada 08/09 foi o Liverpool quem bateu os Rovers, no Ewood Park, por 3 a 1. Todos os gols saíram no segundo tempo. Xabi Alonso abriu o marcador aos 69’. Dez minutos depois, o israelense Yossi Benayoun ampliou para os Reds. Roque Santa Cruz, aos 86’, deu aos torcedores uma esperança de empate,
mas Gerrard, aos 90’ deu números finais ao jogo.



A vitória do Sunderland sobre o Aston Villa foi a segunda consecutiva no placar de 1 a 0. As duas equipes vêm apresentando jogos muito equilibrados, tanto em campo, quanto nos resultados. A última vitória do Aston Villa, pelo placar de 1 a 0, aconteceu na temporada 2002/2003. As equipes se enfrentaram no Villa Park pela 37ª rodada do campeonato, e, aos 80’ o sueco Marcus Allback fez o gol da vitória dos Villans.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Cláudio Coutinho, arquiteto do maior Flamengo de todos, faria hoje 72 anos


Cláudio Coutinho foi um pioneiro no futebol nacional. Nasceu na fronteira com o Uruguai, na cidade gaúcha de Dom Pedrito, no dia 5 de janeiro de 1939, mas seu coração era carioca. No Rio de Janeiro seguiu carreira militar, chegando ao posto de Capitão da Artilharia. Anos mais tarde descobriria sua real função: comandante.

Em 1968 conheceu o idealizador do “Método de Cooper”, Kenneth Cooper, e passou a usar o novo aprendizado no esporte, sendo o introdutor da metodologia no Brasil. Termos, até então, estranhos como o “overlaping” passaram a ser constantemente atribuídos a seu trabalho. Em 1970 integrou a comissão técnica brasileira na Copa do Mundo exercendo a função de preparador físico. No mesmo ano iniciou a carreira como técnico, assumindo a seleção peruana. Na Copa de 1974 integrou, novamente, a comissão técnica do Brasil, desta vez como coordenador técnico. Após uma passagem pelo Olympique de Marseille dirigiu a seleção Olímpica nos jogos de Montreal, em 1976, e ficou com a quarta colocação. No mesmo ano voltou como treinador do Flamengo.

Rubro-negro desde a infância -havia conquistado títulos como jogador de vôlei pelo clube da Gávea- começou a montar ali o maior time da história do Flamengo. Em 1977 saiu do Fla para assumir a Seleção Brasileira, após Osvaldo Brandão se demitir. No ano seguinte levou a equipe ao terceiro lugar no polêmico Mundial da Argentina e disse que a seleção, invicta, ganhara o título de “campeã moral” do torneio. A frase entrou para a história. Depois da Copa retornou ao Flamengo.

Contando com craques como Zico, Júnior, Adílio, Cláudio Adão e muitos outros, pôde colocar em prática sua concepção de futebol moderno, com um tempero apimentado de futebol arte. Com apenas uma derrota, levantou seu primeiro troféu, o Campeonato Carioca de 1978. Em 1979 levantou outros dois cariocas pelo Fla e sagrou-se tricampeão estadual. No ano seguinte, a grande conquista: o Campeonato Brasileiro, conquistado após partidas épicas contra o Atlético Mineiro.

Em 1980, após desentendimentos com a diretoria rubro-negra, deixou o clube e rumou para os Estados Unidos, onde treinou o Los Angeles Astecas, seu último time. Aos 42 anos, no dia 27 de novembro, quatro dias após o Flamengo conquistar a Libertadores da América, o mentor da equipe que em pouco mais de duas semanas ganharia o título mundial morreu afogado enquanto praticava um dos seus hobbies, a pesca submarina. No dia 21 de setembro de 1982 foi homenageado pelo exército, que batizou uma pista de caminhadas e trilhas, no bairro da Urca, Rio de Janeiro, com seu nome.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Andrada, o goleiro do milésimo


No dia 2 de janeiro de 1939 nasceu, em Rosário, Argentina, um dos maiores goleiros da história do Vasco da Gama: Edgardo Andrada. Revelado no Rosário Central, o arqueiro jogou no clube argentino durante 10 anos quando, em 1969, teve o passe comprado pelo Vasco, clube que defenderia por seis temporadas.

O primeiro ano de Andrada no cruzmaltino entrou para a história não pelas glórias, e sim pela partida realizada no dia 19 de novembro, válida pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa. Neste dia, às 23h11, Pelé fez, de pênalti, seu milésimo gol. O defensor da meta vascaína, era o argentino.

No ano seguinte veio a primeira das glórias, a Conquista do Campeonato Carioca. Quatro anos depois, o principal feito do argentino pelo Gigante da Colina: o Brasileirão de 1974. Na final do certame, contra o Cruzeiro, nem o gol de Nelinho foi suficiente para tirar do Vasco o título, conquistado com uma vitória por 2 a 1. A temporada posterior não foi boa para o Vasco, nem para Andrada, que decepcionou no Brasileirão e na Libertadores da América.

Em 1976 se transferiu para o Vitória, onde ficou somente um ano, depois voltou à sua terra natal para como jogador do Colón. Curiosamente, o time usava uma camisa muito parecida com a do Newels Old Boys, maior rival do primeiro clube de Andrada. Pelos Sabaleros, sua última equipe como jogador profissional, Andrada ficou durante cinco anos. Pendurou as luvas em 1982.