terça-feira, 26 de abril de 2011

Completando hoje 74 anos, Manga transformou seu aniversário em data que homenageia os goleiros

Manga: um dos melhores goleiros da história do futebol brasileiro

Sob as traves, foi tão importante que o dia 26 de abril, data de seu aniversário, é considerado o “Dia do Goleiro”. Nascido no Recife, em 1937, Aílton Corrêa Arruda ficou conhecido no Brasil, e América do Sul, como Manga. Deu os primeiros passos no futebol defendendo o Sport Clube de Recife, onde conquistou o Campeonato Pernambucano de Juniores em 1954. Pelo time principal, jogou apenas por dois anos, até 1959, quando foi contratado pelo Botafogo.

No Alvinegro fez história, e é considerado o maior goleiro de todos os tempos no clube. Fez parte do time que encantou o mundo, com Garrincha, Nilton Santos, Didi, Quarentinha e tantos outros craques. A qualidade que aquela equipe mostrava com os pés, Manga mostrava nas mãos, que, devido aos árduos anos de trabalho, ficou bastante deformada. Pelo time de General Severiano conquistou o maior número de títulos em sua carreira; oito oficiais (quatro Campeonatos Cariocas, três Rio-São Paulo e a Taça Brasil) fora os conquistados nas excursões internacionais, muito comuns naqueles tempos.

Jogando ao lado de boa parte dos craques que conquistaram o bicampeonato mundial com a Seleção Brasileira, Manga só foi defender o Brasil na Copa do Mundo de 1966, entrando somente em um jogo, na eliminação contra Portugal. Falando em más recordações, o goleiro não nutria de muita simpatia por parte dos flamenguistas, já que antes de enfrentar o rival dizia que “contra o Flamengo o bicho (premiação em dinheiro) é certo”. Os anos gloriosos no Glorioso duraram uma década, e Manga se despediu na campanha que culminou com o título nacional da Taça Brasil de 1968.

Após os dez anos em preto e branco, a relação do camisa 1 com o clube já estava desgastada - um exemplo disso foi a “discussão” com João Saldanha após a festa do título carioca de 1967*. Manguinha, como era carinhosamente chamado, rumou então para o Uruguai, onde também fez história defendendo o Nacional de Montevidéu. Pelos Albos, venceu a Libertadores da América e o Mundial de clubes de 1971, além de quatro títulos nacionais (69-70-71-72). Permaneceu no Uruguai até 1974, quando voltou para o Brasil.

De volta às terras tupiniquins, Manga, a essa altura já um veterano, foi contratado pelo Internacional. Pelo Colorado, foi tricampeão estadual (74-75-76) e bicampeão brasileiro (75-76), sendo considerado, assim como no Botafogo e no Nacional, um dos melhores goleiros de toda a história do clube. De 1977 até 1978, jogou pelo Coritiba, e foi, mais uma vez, campeão estadual. Depois do Coxa, e após uma rápida passagem pelo Operário-MS, retornou ao Rio Grande do Sul; desta vez, porém, vestiu a camisa tricolor. Pelo Grêmio conquistou o Campeonato Gaúcho de 1959, seu último título em terras brasileiras. Em 1981 transferiu-se para o Barcelona de Guayaquil, ganhou um campeonato equatoriano (81) e se aposentou na temporada seguinte, com 45 anos.

Depois de pendurar as luvas, passou a trabalhar como treinador de goleiros e ficou muito tempo fora do Brasil. Foram tantos anos longe de sua terra natal que, até hoje, quando fala, podemos notar um sotaque um tanto quanto castelhano. Atualmente, Manga mora no Brasil e trabalha no Internacional.


*Em 1967, o jornalista João Saldanha, botafoguense fanático, acusou o goleiro de ter se vendido na final do Campeonato Carioca de 1967, disputada contra o Bangu. Manga teria soltado bolas que normalmente não soltaria. Mesmo assim, o Alvinegro ficou com o troféu. Na festa do título, João Saldanha sacou uma pistola e começou a dar tiros ao chão. Dizem que nunca viram Manga pular tão alto em toda sua vida...

Nenhum comentário: