quinta-feira, 21 de abril de 2011

Libertadores: Fluminense chuta a matemática dos gramados e conquista, de forma épica, a classificação para a próxima fase

jogadores comemoram com a torcida o primeiro dos quatro gols que classificaram o Fluminense

As chances eram de 8%. A classificação, improvável. O Fluminense não dependia de suas próprias forças para avançar para as oitavas de final da Libertadores da América. O adversário era o Argentino Juniors, que também brigava pela classificação. Com tudo contra, o Fluminense mostrou mais uma vez que parece funcionar melhor quando está a beira do abismo e, em uma partida emocionante, venceu por 4 a 2 e garantiu sua classificação para a próxima fase da Libertadores. Nem a feroz covardia dos argentinos no final do cotejo tirou o brilho do terceiro milagre tricolor desde 2009.

Muito melhor em campo, o Fluminense levava perigo ao gol dos argentinos desde o início da peleja. Antes de Júlio Cesar abrir o placar para o Flu, aos 17’, após passe de Marquinho, o Tricolor Carioca já havia acertado a trave adversária. Os Bichos chegavam ao ataque somente na base do “chutão”. A tática acabou dando certo quando Gum cometeu pênalti em Salcedo, que, na cobrança, demonstrou muita tranquilidade e empatou a partida.

O Flu não diminuiu o ritmo. Após outras tantas chances, o segundo gol saiu aos 40’, em falta cobrada de longe – e com muita força - por Fred. O goleiro Navarro falhou feio. A vitória por 2 a 1 ainda não garantia a classificação tricolor; em Montevidéu, Nacional e América empatavam sem gols. A equipe de Enderson Moreira precisava de mais um tento. Antes do apito que selou o final da primeira etapa, o habilidoso Neil, que infernizou defesa do Flu no Engenhão, quase marcou de bicicleta, mas a bola bateu na trave.

O Fluminense voltou sem mudanças para o segundo tempo, e continuava superior. O terceiro gol quase saiu aos 5’, mas Marquinho, na frente do gol, desperdiçou. Quem acabou marcando foi o Argentinos Juniors. Sempre alçando bolas na área tricolor, a redonda chegou aos pés de Oberman, que chutou para o gol e contou com o desvio de Valência para comemorar o empate.

Os tricolores sentiram o golpe e diminuíram o ritmo. A nova injeção de ânimo no time veio após o gol de Rafael Moura, aos 22’. O “He-Man” aproveitou o rebote de Navarro, após cabeçada de Valencia, para somente empurrar a bola para o fundo das redes. Vendo que a eliminação era iminente, o time do técnico Pedro Toglio se lançou ao ataque. O empate classificava os argentinos - bastava um gol para a equipe que revelou Diego Maradona ao mundo se classificasse para a próxima fase. O jogo tomava contornos dramáticos.

A partida entrou em seus cinco minutos finais com Fred quase marcando o gol salvador, Navarro fez boa defesa e colocou a bola para escanteio. A entrada de Araújo no lugar de Diguinho ilustrava bem o espírito de se lançar ao ataque. A essa altura, a comissão técnica tricolor já sabia que a partida de Montevidéu acabara sem gols; o Fluminense precisava de mais um para se classificar. E foi dos pés de Araújo que começou a jogada crucial da peleja. O meio campista lançou Edinho, que entrou na área e caiu; o juiz marcou pênalti. Fred bateu bem e fez o gol que classificou o Tricolor Carioca.

Após o final do jogo, confusão no estádio. Os jogadores começaram a se agredir sob os olhos de uma ineficiente polícia. O time que havia encurralado, na bola, o adversário durante toda a partida, agora era empurrado contra o muro pelos jogadores do time argentino.Voltando para o vestiário literalmente como “guerreiros”, os tricolores cantaram músicas para comemorar a incrível e épica vitória. Um novo campeonato começa agora para o Flu, e o oponente será o Libertad, do Paraguai.

*De volta para o passado:

Em 2008, a última partida do Fluminense na fase de grupos da Libertadores foi contra a LDU, no dia 17 de abril, no Maracanã. Naquele ano, a situação do Tricolor Carioca no certame continental não era tão difícil como a que testemunhamos nesta temporada. Os times, que posteriormente decidiriam o título, decidiam naquele dia a liderança do Grupo 8. A vitória de 1 a 0, com gol de Cícero, deu aos tricolores a liderança do Grupo.

COPA DO BRASIL:

BOTAFOGO:


O Botafogo foi até Florianópolis enfrentar o Avaí. Após o empate de 2 a 2 no Engenhão, o Alvinegro precisava de uma vitória simples para se classificar para as quartas de final do torneio. A partida não foi caracterizada pelo primor técnico das equipes, e os gols saíram somente no segundo tempo. Quem abriu o placar foi o Botafogo, com Loco Abreu. O resultado favorecia o Glorioso, mas o time de Caio Júnior permitiu que o Avaí crescesse na partida. O empate, porém, veio em pênalti marcado de maneira absurda pelo árbitro Ricardo Marques Ribeiro. William cobrou e, aos 43', fez o gol que deu a classificação ao Leão da Ilha. 

Ao final do jogo, Loco Abreu fez jus à seu apelido e partiu para a briga com Marquinhos, meio campista do Avaí. Em poucos segundos estabelecia-se um pandemônio na Ressacada; vergonha geral. Para o Botafogo, que além da perda moral, perdeu financeiramente com as eliminações precoces no estadual e Copa do Brasil, é muito fácil reclamar da péssima arbitragem, mas a verdade é que o time, por tudo o que não apresentou na temporada, mereceu ficar sem a vaga. Em "férias forçadas" até o início do Campeonato Brasileiro, no dia 22 de maio, se não fizer contratações de peso, o Alvinegro será forte candidato ao rebaixamento.

FLAMENGO:

O Flamengo também decepcionou, mas não foi eliminado e não protagonizou cenas de violência ao final do jogo. O Rubro-Negro recebeu, no Engenhão, o Horizonte, do Ceará, na partida de ida das oitavas da Copa do Brasil. O time de Vanderlei Luxemburgo perdeu muitas oportunidades antes de abrir o placar, aos 17 minutos, com Wanderlei.
Após o tento, a equipe cearense surpreendeu e levou perigo à meta de Felipe, que foi obrigado a fazer boas defesas. Após muito tentar, o Horizonte empatou após bela jogada de Siloé, que, após a entrada imprudente de David, sofreu o pênalti. Elanardo bateu e marcou. Até o final do jogo, o Fla não conseguiu fazer sequer um gol no modesto time do Ceará. Mais uma vez aquém das expectativas, Ronaldinho Gaúcho chegou até a ser vaiado pela torcida. Final de jogo: 1 a 1. A próxima partida será realizada no dia 27, no estádio Domingão.
VASCO:
                                 
No último dia 13, o Vasco foi para Recife onde enfrentou o Náutico. A partida era considerada difícil, mas o Cruz-maltino, em uma de suas melhores atuações no ano, presenteou o aniversariante do dia, Roberto Dinamite, e conseguiu uma maíscula vitória por 3 a 0 - gols de Dedé, Alecsandro e Bernardo - deixando a classificação para as quartas de final muito bem encaminhada. O jogo de volta será realizado no dia 27, em São Januário.

*De volta para o passado:

Em sua última participação na Copa do Brasil, em 2009, o Flamengo enfrentou o Fortaleza nas oitavas de final. O primeiro resultado também foi decepcionante: jogando em Volta Redonda, o Rubro-Negro ficou apenas no zero a zero com o Tricolor Cearense. No jogo de volta, o Fla se classificaria com um ótimo resultado na casa do adversário...

Em 2010, o Vasco também ficou devendo jogando em São Januário. O Cruz-maltino empatou em 1 a 1 com o Icasa, na primeira partida das oitavas de final. Na segunda partida, o Vasco se classificou com uma goleadapor 4 a 1.

Há duas temporada o Botafogo não chegava sequer às oitavas de final da Copa do Brasil. Em 2008, o time, então comandado por Cuca, recebeu a Portuguesa no Engenhão e empatou em 1 a 1. Na partida de volta, em São Paulo, o Glorioso se classificou para as quartas de final ao vencer a Lusa por 2 a 1. Foi a última vez que o Alvinegro chegou às quartas de final do certame.

Um comentário:

Notícia em Verso disse...

Em 2009, o Fluminense estava praticamente rebaixado
A estatística dizia ter 1% de chance de escapar do buraco
Contra tudo e contra todos, venceu os jogos que precisava
Manteve-se na série A, coisa que ninguém acreditava

Em 2011, outra vez, o tricolor jogou números na lona
Tinha que vencer com dois gols no estádio Maradona
Além de torcer por uma combinação de resultado
E conseguiu: muita competência e sorte ao seu lado

O Argentinos Juniors, seu rival, que jogava em casa
Ao final, transformou seu gramado em Faixa de Gaza
Inconformados com a derrota para os cariocas de 4 x 2
O apito do juiz fez do jogo um campo de batalha depois

Cenas lamentáveis de briga generalizada, pancadaria
O portão dos vestiários trancado. Grande covardia
Segurança insuficiente para conter a barbaridade
Brasileiros encurralados, apanhando à vontade

No retorno da Argentina, recepção merecida
Pela luta em campo de depois da partida
Que ninguém mais duvide da sua capacidade
“Time de Guerreiros” é, sim, a maior verdade

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