quinta-feira, 3 de março de 2011

Zico, o maior jogador da história do Flamengo completa hoje 58 anos

"Não trocaria nenhum título que ganhei no Flamengo por uma Copa do Mundo" - Zico

O dia 3 de março é comemorado como se fosse Natal pelos torcedores do Flamengo. Não é para menos. Neste dia, em 1953, nasceu o maior ídolo da história do clube: Arthur Antunes Coimbra, o pequeno Arturzico. O Grande Zico. O garoto, que cresceu jogando bola em Quintino, tinha 14 anos quando foi levado à Gávea pelo radialista Celso Garcia. Começava ali uma das relações de amor mais intensas da história do futebol brasileiro.

Fisicamente muito franzino, o que lhe rendeu o apelido de “Galinho”, Zico teve que fazer um trabalho específico para reforçar sua musculatura e ajudar em seu crescimento. Estreou no time profissional do Fla em 1971. Em 1974, foi protagonista da equipe que conquistou o Campeonato Carioca. A partir daquele momento, e até o final dos anos 80, colecionou inúmeros títulos e recordes com a camisa rubro-negra.

Seu excelente controle de bola, os dribles curtos e, claro, cobranças perfeitas de falta, lhe renderam 701 gols durante toda sua carreira. Em 1978, participou da campanha brasileira no polêmico Mundial da Argentina. No ano seguinte, conquistou mais dois cariocas pelo Fla, que, somados ao título do ano anterior, deram ao clube o tricampeonato estadual. Seu primeiro título brasileiro veio em 1980, após finais épicas contra o Atlético-MG .

A conquista credenciou o Rubro-Negro à disputa da Libertadores da América, em 1981. Tendo em Zico sua maior arma, o Flamengo conquistou o título continental e, em dezembro, ganhou o Mundial Interclubes. No mesmo ano, já havia levantado mais um estadual.

Em 1982, Zico ajudou o Fla a conquistar seu segundo título brasileiro. Meses depois, vestiu a camisa 10 da Seleção Brasileira na Copa do Mundo da Espanha. Sob o comando de Telê Santana, encantou o mundo ao lado de outros tantos craques que, por uma infelicidade do destino, não conseguiram trazer o tetracampeonato para o Brasil. A eliminação ante a seleção italiana doeu tanto que ficou conhecida como “A Tragédia do Sarriá”.

Após conquistar o bicampeonato brasileiro pelo Flamengo, em 1983, rumou para a Itália. Seu destino foi a cidade de Údine, onde defendeu o modesto Udinese. Jogou contra os maiores meio-campistas de sua época, como Michel Platini (Juventus) e Diego Maradona (Napoli), e conseguiu levar uma equipe fraca à disputa de títulos, mas não conquistou nenhum.

Voltou para o Rio de janeiro em 1985, ano que marcou a contusão mais grave de sua carreira. Em partida disputada contra o Bangu, válida pelo Campeonato Carioca, o craque sofreu uma entrada criminosa do lateral Márcio Nunes. Seu joelho nunca mais seria o mesmo. No ano seguinte, ainda se recuperando da lesão, foi convocado para sua última Copa do Mundo, realizada no México. Mesmo sem estar na plenitude de sua forma física, Zico entrou na partida contra a França, válida pelas quartas de final, e perdeu um pênalti. Após a eliminação, sua imagem com a camisa amarela passou a ser relacionada à “falta de sorte”.

Em 1987, jogando ao lado de uma nova safra vitoriosa do futebol brasileiro, conquistou seu último título com a camisa do Flamengo, a polêmica Copa União. Fez sua última partida pelo Fla em 1989, uma goleada de 5 a 0 contra o Fluminense, em jogo válido pelo Campeonato Brasileiro. O beijo de despedida na torcida flamenguista foi um golaço de falta, o primeiro da histórica goleada.

De 1991 até 1994, ajudou o Japão na profissionalização do futebol. Mesmo veterano, exibiu toda sua categoria no oriente, lugar onde também virou ídolo. Fora de campo, foi auxiliar da Seleção Brasileira na Copa de 98 e treinou a seleção japonesa de 2002 até 2006, quando comandou os nipônicos na Copa do Mundo. Após o mundial, foi contratado como treinador do Fenerbahçe, da Turquia. Conquistou o Campeonato Turco e levou o clube de Istambul às quartas de final da Champions League.

Teve ainda passagens pelo Bunyodkor, do Uzbequistão, CSKA, da Rússia, e Olympiakos, da Grécia. Sua última experiência no mundo da bola não foi nada boa. Após quatro meses atuando como diretor-executivo de futebol do Flamengo, o Galinho anunciou seu desligamento da função após desentendimentos com a administração da presidente Patrícia Amorim.

Hoje, aos 58 anos, Zico administra o CFZ (Centro de Futebol Zico) e fica mais perto de sua família. Porém, Pedro Baltazar, candidato à presidência do Sporting de Lisboa, time do coração do pai do Galinho, já fez sua promessa de campanha: se vencer, fará de Zico o treinador de sua equipe.

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