quinta-feira, 24 de março de 2011

Libertadores:Deco dribla Sobrenatural de Almeida e renasce junto com o Flu

Em sua atuação mais decisiva desde que voltou do futebol inglês, o luso-brasileiro Deco foi o melhor do Fluminense

Jogando sua vida na Libertadores, o Fluminense recebeu ontem (23) o América do México no Engenhão. A partida, válida pela 4ª rodada do Grupo 3, colocava frente a frente o vice-líder da chave contra o lanterna, Fluminense. A vitória era o único resultado interessante para o Tricolor Carioca que, em um jogo repleto de erros, conseguiu, na bacia das almas, uma vitória impressionante por 3 a2. O êxito tricolor embolou o grupo e voltou a colocar o Flu no páreo.

O jogo começou com o Fluminense indo para cima do time mexicano, mas, no primeiro minuto, o goleiro Ricardo Berna se atrapalhou com Digão –substituto do machucado Leandro Eusébio-, em cena que ao longo da peleja se revelaria comum, e assustou a torcida. A primeira chance do Flu foi aos 10 minutos, em chute de fora da área desferido por Valência. Cinco minutos depois, Digão e Berna voltariam a se atrapalhar.

O time adversário isolou a bola, que foi parar na área tricolor. Em um lance digno de “Os Trapalhões”, Berna trombou com Digão e soltou a bola nos pés de Sanchez, que, aos 15’, abriu o placar. Se estivesse vivo, Nelson Rodrigues fatalmente culparia Sobrenatural de Almeida, personagem de sua autoria, pelo bizarro gol. A reação tricolor foi rápida, e também teve ajuda do goleiro. Aos 20’, após cruzamento de Conca, Gum se antecipou à defesa, aproveitou a péssima saída de Navarrete, e cabeceou para o fundo das redes.

O gol fez o ímpeto tricolor aumentar, mas o time não conseguia levar grandes perigos ao fraco Navarrete –substituto de Ochoa, convocado para a seleção mexicana. As oportunidades surgiam nos arremates de longe, como no chute desferido por Souza, aos 42’, defendido pelo goleiro. Mesmo com toda a superioridade do time das Laranjeiras, a última grande chance foi do América, porém, Berna, de forma espetacular, defendeu o chute à queima roupa de Montenegro.

Na volta para a segunda etapa o Flu continuou com o mesmo time. Carlos Reinoso, técnico americano, sacou Oliveira para a entrada de Reina. O Fluminense levou perigo logo no primeiro minuto, em jogada de Fred. Logo depois, Mariano sentiu o joelho e foi substituído por Deco. A substituição mudaria o rumo da partida. O português, que fazia seu primeiro jogo em uma Libertadores, entrou bem. Aos 24’, Rafael Moura entrou no lugar de Emerson, que demonstrava muito cansaço. A aposta nas bolas aéreas aumentaria ainda mais.

Na sequência, mais uma trapalhada de Ricardo Berna. Após cruzamento de Sanchez e péssima saída do goleiro, Digão tentou tirar a bola debaixo das traves, mas acabou balançando a rede junto com a redonda. Novamente a presença do personagem de Nelson Rodrigues veio à mente de milhares de torcedores.  O gol abalou as estruturas do Flu. Logo após o tento do adversário, Araújo entrou no lugar do ineficiente Júlio César, que saiu vaiado.

Demonstrando até certa soberba, o América só esperava o tempo passar e nem se deu o trabalho de marcar Araújo no lance do empate. O camisa 25 aproveitou belo cruzamento de Deco para, de cabeça, empatar a partida e voltar a incendiar o time. O prognóstico do jogo voltou ao que era; pressão tricolor sem aproximação efetiva à área adversária.

Aos 42’, Diguinho chutou a bola para o campo de ataque. A redonda desviou em Fred e no defensor americano. Aproveitando a indecisão de Navarrete, Deco foi mais rápido que o zagueiro que lhe marcava e, com o bico da chuteira, tocou por cima para fazer o gol da vitória que tira o Flu da UTI, porém, não ainda do hospital. O atual campeão brasileiro é, agora, o terceiro colocado e tem um ponto a menos que o América, segundo no Grupo. Para se classificar, o Flu, precisa vencer seus próximos jogos, ambos fora de casa, contra Nacional e Argentino Juniors.

*De volta para o passado:

Esta foi a primeira vitória do Fluminense sobre o América do México. Nos outros 3 confrontos anteriores os tricolores foram derrotados. A última vez na qual havia marcado três tentos em uma partida de Libertadores foi na final de 2008, no jogo final da decisão contra a LDU, que o time perderia nos pênaltis. Na mesma temporada, o Flu havia feito três no Boca Juniors e três no São Paulo.

Jogando como campeão brasileiro, o Fluminense fez três gols no empate com o Vasco, em 3 a 3, na pífia campanha que fez em 1985 pelo torneio continental e venceu, na Venezuela, o Galicia de Aragua por 3 a 1 em 1971.

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