sábado, 29 de janeiro de 2011

Romário, o gênio da área, completa hoje 45 anos


Impossível descrever somente em um post os feitos de Romário de Souza Faria. O baixinho da Vila da Penha foi um dos maiores atacantes da história do futebol. Estreou nos gramados profissionais com a camisa do Vasco, e, no dia 31 de outubro de 1985, após marcar três vezes na vitória de 7 a 1 sobre o Olaria, ganhou o posto de titular da equipe, e passou a fazer dupla de ataque com Roberto Dinamite.

Em 1987 veio o primeiro dos muitos títulos conquistados: o Campeonato Carioca, que teve o Baixinho como artilheiro. No ano seguinte levantou novamente a taça, mas a artilharia ficou com um atacante do Flamengo, que, anos mais tarde, faria com o próprio Romário uma das duplas de atacantes mais inesquecíveis da história das Copas do Mundo: Bebeto.

No ano seguinte, transferiu-se para o PSV Eindhoven, e a primeira parte de sua história em São Januário teve um fim. Na Holanda, o atacante mostrou incrível faro de gols. Foi artilheiro e campeão do Campeonato Holandês. Na mesma temporada, também levantou a Copa dos Países Baixos. Até 1992, seu último ano pelo PSV, venceu mais duas vezes os mesmos campeonatos e faturou também a Supercopa dos Países Baixos. O desempenho chamou a atenção de outro neerlandês, Johan Cruijff, que seria responsável pela sua ida ao Barcelona em 1993.

Com a camisa blaugrana ele já foi mostrando que era “o cara”. Fez uma pré-temporada espetacular e ajudou o Barça a conquistar o tetracampeonato espanhol. Nas partidas contra os times de Madrid, colocou seu nome na história. Contra o Atlético, fez dois “hat-trick”, um em cada turno - nas vitórias de 3 x 4 e 5 x 3. Porém, o que estará sempre no coração dos Culés foi a atuação contra o Real Madrid, quando marcou três vezes e deu uma assistência na vitória por 5 a 0.

O ano de 1994 marcou o auge do craque, que foi o grande protagonista do título conquistado contra a Itália, na Copa do Mundo. Fazendo dupla com Bebeto, Romário marcou cinco gols –todos decisivos- e ajudou a Seleção Brasileira a levantar um título que não vinha desde 1970. Seu desempenho individual lhe credenciou como melhor jogador do mundo. No mesmo ano deixou a Espanha e acertou o seu retorno ao Brasil, onde defenderia o Flamengo, arqui-rival do clube que o revelou.

A primeira temporada com a (centenária) camisa rubro-negra foi para se esquecer. O Fla não venceu nenhum título, foi vice-campeão estadual para o Fluminense, e assistiu o Botafogo ser campeão brasileiro. Em 1996, o Baixinho foi artilheiro e conquistou o Campeonato Carioca de forma invicta, mas acabou sendo emprestado ao Valência, da Espanha. Na terra da sangria, se desentendeu com o técnico Luís Aragonés e retornou à Gávea em 1997, ano em que perdeu as decisões do torneio Rio-São Paulo e da Copa do Brasil para Santos e Grêmio, respectivamente.

Ainda em 1997 voltou brevemente ao Valência, a pedido de Jorge Valdano, mas o retorno ao clube novamente não deu certo. Romário se desentendeu com o treinador Cláudio Ranieri, que o colocou na reserva de Marcelinho Carioca. Em 1998 ele voltou ao Fla e, mais tarde, foi cortado da Copa do Mundo, na França, uma mágoa que o Baixinho não digeriu durante muito tempo, e que rendeu polêmicas e provocações à Zagallo e Zico.

Em seu último retorno ao Clube da Gávea, ajudou a equipe na conquista da Copa Mercosul, porém não jogou a segunda partida da semifinais nem os jogos do título –contra o Palmeiras- pois teve o contrato rescindido pelo presidente Edmundo Santos Silva após sair para uma boate, no mesmo dia de uma derrota para o Juventude, pelo Campeonato Brasileiro.

Sem clube, foi repatriado pelo Vasco, que disputaria o Mundial de Clubes da FIFA no Rio de Janeiro. Com a camisa cruzmaltina, o Baixinho fez dupla de ataque com Edmundo, seu futuro desafeto. O Vasco perdeu o título mundial e, ao longo da primeira parte da temporada, os maus resultados foram alimentando as rusgas entre os atacantes. Após um jogo contra o Olaria, Romário falou que na “corte vascaína” existia um rei (Eurico Miranda), um príncipe (ele próprio) e o bobo seria Edmundo. O Animal seria emprestado para o Santos.

No segundo semestre de 2000, a sorte voltou a sorrir para o Gigante da Colina, que venceu, de forma heróica, a Copa Mercosul – Romário marcou três vezes na histórica final, contra o Palmeiras- e a Copa João Havelange, o primeiro Brasileirão conquistado pelo camisa 11.

Após alguns desgastes, deixou o Vasco em 2002 para jogar no Fluminense. No mesmo ano não foi convocado para a Seleção Brasileira, que conquistou o pentacampeonato mundial sob o comando de Luís Felipe Scolari. Em seu primeiro jogo com a camisa tricolor, que naquele ano completava o centenário de seu futebol, marcou duas vezes na goleada obtida ante o Cruzeiro, por 5 a 1.

Após um hiato no qual foi defender o Al-Sadd, do Qatar, por três meses, voltou às Laranjeiras e marcou um de seus mais belos gols, de bicicleta, na vitória de 5 a 2 contra o Guarani. Foi também contra o Bugre que o Baixinho jogou pela última vez com pelo Flu, na derrota por 4 a 1. Despediu-se do clube em 2004, sob vaias da torcida, e, sem nenhum troféu conquistado. Após muita especulação sobre uma aposentadoria, acertou seu retorno para São Januário.

Com um novo projeto, o de alcançar os mil gols, Romário marcou 22 vezes no Brasileirão de 2005 e, com 39 anos, passou a ser o jogador mais velho a ser artilheiro do Campeonato Brasileiro. Com o objetivo de marcar mais tentos em sua contagem, passou um período jogando em Miami e depois na Austrália. Quando retornou, pela quarta vez, ao Vasco, marcou o milésimo gol no dia 20 de maio de 2007, em partida contra o Sport. Chegou também a exercer a função de técnico-jogador. Pouco tempo depois, no dia 14 de abril de 2008, anunciou sua aposentadoria.

Em nome do pai, Edevair, notório torcedor do América, que faleceu no mesmo ano em que o filho pendurou as chuteiras, Romário voltou aos campos em uma partida oficial no dia 25 de novembro de 2009, no jogo que deu ao time rubro o título da segunda divisão do Campeonato Carioca.

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