terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Cláudio Coutinho, arquiteto do maior Flamengo de todos, faria hoje 72 anos


Cláudio Coutinho foi um pioneiro no futebol nacional. Nasceu na fronteira com o Uruguai, na cidade gaúcha de Dom Pedrito, no dia 5 de janeiro de 1939, mas seu coração era carioca. No Rio de Janeiro seguiu carreira militar, chegando ao posto de Capitão da Artilharia. Anos mais tarde descobriria sua real função: comandante.

Em 1968 conheceu o idealizador do “Método de Cooper”, Kenneth Cooper, e passou a usar o novo aprendizado no esporte, sendo o introdutor da metodologia no Brasil. Termos, até então, estranhos como o “overlaping” passaram a ser constantemente atribuídos a seu trabalho. Em 1970 integrou a comissão técnica brasileira na Copa do Mundo exercendo a função de preparador físico. No mesmo ano iniciou a carreira como técnico, assumindo a seleção peruana. Na Copa de 1974 integrou, novamente, a comissão técnica do Brasil, desta vez como coordenador técnico. Após uma passagem pelo Olympique de Marseille dirigiu a seleção Olímpica nos jogos de Montreal, em 1976, e ficou com a quarta colocação. No mesmo ano voltou como treinador do Flamengo.

Rubro-negro desde a infância -havia conquistado títulos como jogador de vôlei pelo clube da Gávea- começou a montar ali o maior time da história do Flamengo. Em 1977 saiu do Fla para assumir a Seleção Brasileira, após Osvaldo Brandão se demitir. No ano seguinte levou a equipe ao terceiro lugar no polêmico Mundial da Argentina e disse que a seleção, invicta, ganhara o título de “campeã moral” do torneio. A frase entrou para a história. Depois da Copa retornou ao Flamengo.

Contando com craques como Zico, Júnior, Adílio, Cláudio Adão e muitos outros, pôde colocar em prática sua concepção de futebol moderno, com um tempero apimentado de futebol arte. Com apenas uma derrota, levantou seu primeiro troféu, o Campeonato Carioca de 1978. Em 1979 levantou outros dois cariocas pelo Fla e sagrou-se tricampeão estadual. No ano seguinte, a grande conquista: o Campeonato Brasileiro, conquistado após partidas épicas contra o Atlético Mineiro.

Em 1980, após desentendimentos com a diretoria rubro-negra, deixou o clube e rumou para os Estados Unidos, onde treinou o Los Angeles Astecas, seu último time. Aos 42 anos, no dia 27 de novembro, quatro dias após o Flamengo conquistar a Libertadores da América, o mentor da equipe que em pouco mais de duas semanas ganharia o título mundial morreu afogado enquanto praticava um dos seus hobbies, a pesca submarina. No dia 21 de setembro de 1982 foi homenageado pelo exército, que batizou uma pista de caminhadas e trilhas, no bairro da Urca, Rio de Janeiro, com seu nome.

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