segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Gerson, o "Canhotinha de Ouro", completa 70 anos


Gérson
de Oliveira Nunes foi um dos melhores jogadores da história do futebol brasileiro. Dotado de uma incrível capacidade de organização em campo, a precisão de seus lançamentos, sempre com o pé esquerdo, era tanta que lhe rendeu um apelido que virou praticamente um sobrenome: “Canhotinha de Ouro”.

Nascido em Niterói, em 11 de janeiro de 1941, começou a dar seus primeiros passos no gramado com a camisa do Flamengo. Em 1959, se destacou no Campeonato Carioca, mostrando que não seria um jogador comum.

Dois anos depois foi campeão do Torneio Rio-São Paulo, o primeiro de muitos títulos que viria a conquistar. Figura polêmica, não tinha papas na língua, e sempre falou o que pensa. Em 1962 demonstrou publicamente sua insatisfação com o Flamengo, reclamando do valor dos “bichos” dados nas vitórias rubro-negras. Neste mesmo ano reclamou também do técnico, Flávio Costa, que o colocou para atuar como falso ponta na tentativa de "parar" Garrincha -o que não deu muito certo.

Em 1963 conquistou o primeiro de seus títulos cariocas, mas pouco participou da campanha rubro-negra. Jogou apenas três jogos e marcou três gols: dois na estréia, contra o Canto do Rio, e um contra a Portuguesa (seu último jogo pelo Fla), todos de pênalti. Às vésperas de uma partida contra o Botafogo, voltou a reclamar e teve o passe posto à venda. Seu próximo destino seria, exatamente, o alvinegro carioca.

Passou seis anos em General Severiano, e pelo Botafogo conquistou o maior número de títulos de sua carreira, vivendo, em um clube de futebol, sua época mais gloriosa. Em 1964 veio o primeiro troféu como jogador do Botafogo: o Torneio Rio-São Paulo. Gérson conquistaria o mesmo título em 1966, ano em que foi convocado para sua primeira Copa do Mundo, na Inglaterra. Na Terra da Rainha, fracassou assim como todo o grupo, mas, foi escolhido como um dos principais culpados da eliminação precoce da seleção.

Após o trauma da eliminação, Gérson passaria os próximos anos se aperfeiçoando em campo para se destacar na próxima Copa, que seria realizada no México. Em 1967, sob o comando de Zagallo, venceu o Campeonato Carioca sendo peça importantíssima de um fantástico time. Com seis tentos marcados foi, ao lado de Roberto Miranda, o artilheiro do Glorioso no certame. Em 1968 fez três gols a mais em relação ao ano anterior, ajudando a garantir o bi-alvinegro. Neste mesmo ano venceu também a Taça Brasil – a final foi disputada somente em 1969- e, antes da Copa do Mundo, foi transferido para o São Paulo.

No México, vestindo a “amarelinha”, o Canhota de Ouro consagrou de vez sua perna esquerda. Dentre muitos lançamentos perfeitos, fez o segundo gol da vitória brasileira, por 4 a 1, na final contra a Itália. Quando voltou ao São Paulo, ainda conquistou o bi-campeonato paulista.

Em 1972 voltou ao Rio de Janeiro para defender seu clube de coração, o Fluminense. Ficou nas Laranjeiras até 1974 e conquistou mais um Campeonato Carioca -em 1973- antes de se aposentar dos gramados. Em 1976 voltou a aparecer graças a um comercial de cigarros, consagrando uma expressão que passou a ilustrar o “jeitinho –malicioso- brasileiro”, a “Lei de Gérson”. Posteriormente, o ex-craque se arrependeu de ter sua imagem associada a tal comportamento ético. Hoje, é comentarista de rádio e participa de um programa de mesa redonda na televisão.

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