sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Divina saudade



Muito já se falou sobre a divindade que alguns jogadores acabam conquistando ao longo de sua carreira. Aqui no blog já falei sobre três deles. Pelé, Garrincha e Maradona, simplesmente. O futebol, por ser um esporte de massa sempre tem e terá jogadores que, quando jogam, são capazes de fazer até o mais cético admirador acreditar que alguma coisa superior dita o ritmo, e o movimento que um craque faz nos gramados.

Uma dessas primeiras divindades do futebol brasileiro foi Domingos Antônio da Guia, que se estivesse vivo faria 98 anos hoje. Domingos foi um dos maiores zagueiros da história do nosso futebol. Sua audácia em sair driblando os atacantes adversários, após retomar a posse de bola, era uma de suas marcas registradas. A habilidade era tanta que até mesmo Heleno de Freitas, conhecido por sua "animosidade" em campo, se rendeu aos talentos do defensor, após ser driblado de forma categórica.

Revelado pelo Bangu, jogou de 1929 até 1932 e depois, de 1948 até 1949, quando pendurou as chuteiras. Domingos possui uma ligação tão forte com o clube alvirubro, que foi eternizado no hino do Banguzão.


”O Bangu tem também a sua história,
Sua glória,
Enchendo seus fãs de alegria!
De lá, pra cá,
Surgiu
Domingos da Guia.”


Jogou ainda no Vasco, onde foi campeão carioca em 1934, e no Flamengo, onde colecionou seu maior número de título (foram três conquistas estaduais, em 39, 42 e 43). A lista de títulos não respeitou fronteiras, numa época em que o êxodo de jogadores era infinitamente menor do que atualmente. O “Divino”, como ficou conhecido, foi campeão nacional no Uruguai (1933) e na Argentina (1935), jogando pelo Nacional e pelo Boca Juniors respectivamente. Também atuou pelo Corinthians.

Vestindo a então camisa branca da CBD, foi um dos responsáveis pela primeira grande participação da Seleção Brasileira em Copas do Mundo, em 1938, quando o Brasil ficou na terceira colocação no Mundial da França. Ainda pelo Brasil, conquistou duas Copas Rio-Branco(31-32) e uma Copa Roca (45).

Irmão de Ladislau da Guia, maior artilheiro da história do Bangu Atlético Clube, e
pai de Ademir da Guia, maior ídolo do Palmeiras, para Obdúlio Varella (capitão da seleção uruguaia no Maracanazzo e um dos maiores defensores da história do futebol mundial) o Divino foi um dos melhores jogadores da história de nosso futebol: “Campeão lá (Brasil), aqui (Uruguai) e na Argentina”. Domingos da Guia faleceu no dia 18 de maio de 2000.

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