domingo, 21 de novembro de 2010

BR-2010: Três cores, dois jogos e uma mão na taça



Não vou falar se o São Paulo entregou ou não. Durante a temporada inteira, o tricolor paulista não foi capaz de repetir a campanha dos últimos anos e não teve cacife para almejar algo maior no campeonato. Enquanto jogou com onze jogadores em campo foi digno, apesar de muito inferior ao Fluminense, que fez um de seus melhores jogos na temporada toda.

O tricolor carioca venceu por 4 a 1, mas poderia ter feito mais um, ou dois ou três. O primeiro veio aos 35, com o zagueirão Gum, sempre nas jogadas aéreas. Ao final do primeiro tempo, as duas torcidas cantavam felizes no estádio.

No segundo, Lucas Gaúcho descontou para o São Paulo, de letra, como já havia feito contra o Vasco, em São Januário. Vaiado pelos dois lados, Washington, novamente perdeu gols inacreditáveis. O Coração Valente foi substituído e, ironicamente ou não, com a entrada de Rodriguinho a máquina tricolor passou a funcionar a todo vapor. A superioridade ainda aumentou após as expulsões de Xandão e Richarlyson, assim como pareceu aumentar a baliza defendida por Rogério Ceni.

A liderança veio aos 29 minutos. Conca (sempre ele!) recebeu na área e bateu forte, sem chances para Rogério. Todos no estádio comemoraram o tento. Fred fez o terceiro aproveitando rebote do goleiro sãopaulino, e Conca,novamente, transformou a vitória em goleada. O Fluminense, como eu disse no último post, colocou a mão na taça do Brasileirão 2010.

VASCO e BOTAFOGO:

Apagão. Essa palavra descreve perfeitamente o primeiro tempo do Vasco no jogo contra o Cruzeiro, em Sete Lagoas. Adicionando uma pitada de “falta de vontade” demonstra também a incrível derrota do Botafogo para o time reserva do Internacional, no Engenhão.

Em Minas Gerais o Vasco, que não luta por mais nada, conseguiu tomar três gols em três escanteios no primeiro tempo. O argentino Montillo acrescentou três assistências em seu caderninho. O primeiro gol foi aos 16 minutos. Roger, em um carrinho que pegou a bola de “bate-pronto”, estufou as redes de Fernando Prass, que não teve culpa em nenhum dos gols. O segundo foi no escanteio seguinte. Desta vez quem marcou foi Henrique. Edcarlos fez o terceiro.

O cruzmaltino não demonstrava nenhum poder de reação, mas ainda conseguiu diminuir ao final da primeira etapa. Renato Augusto (que não é o ex-flamenguista, que atualmente brilha no Bayer Leverkusen), acertou um belo chute, que foi aceito por Fábio. O segundo tempo foi morno, e a vitória celeste não foi ameaçada. Placar final Cruzeiro 3, Vasco 1.

No Engenhão a apatia apresentada pelo Botafogo foi incrível. O time, muito mal escalado por Joel Santana, conseguiu a façanha de perder para o time reserva do Inter. Com todo respeito aos jogadores da equipe gaúcha, mas um time que diz brigar por posições altas não pode engolir uma derrota destas.

O alvinegro se mostrou atrapalhado desde o início. A zaga batia cabeça, a saída de bola era insuportavelmente complicada e o meio de campo, completamente ausente. Mais uma vez Lúcio Flávio justificou as vaias que recebe, e recebeu. Apesar do primeiro tempo apático, foi o Glorioso quem teve as melhores chances, e elas vieram (acredite se quiser) dos pés de Fahel.

Para a segunda etapa, Joel desfez um de seus erros. Sacou Túlio Souza para colocar Jóbson. Depois tirou o maior equívoco da temporada, seu camisa 10. Aos 20, a surpresa que se anunciava: após falha de Leandro Guerreiro (mais uma)e Márcio Rosário, Andrezinho chutou forte no canto direito de Jéfferson e abriu o placar, 1 a 0. Aos 29 minutos Rafael Sóbis fez o segundo. A incredulidade foi completa, e a tentativa de recuperação, tardia. Aos 30 Antônio Carlos, impedido, descontou. O time de General Severiano tentou e ainda perdeu mais oportunidades. Perdeu também o jogo e, praticamente, a chance de chegar à quarta colocação, que neste ano dá o direito de torcer para uma classificação na Copa Libertadores.

FLAMENGO:

O jogo foi encarado como decisão pelo rubro-negro, que se não ganhasse do Guarani teria as possibilidades de rebaixamento aumentadas assustadoramente.

O início do clube da Gávea foi melhor do que o torcedor havia imaginado. Aos 2 minutos, Renato abriu o placar em um golaço de falta, sem chances para o goleiro. O Flamengo seguiu partindo para cima, mas a frágil defesa assustava a torcida. Aos 12 minutos o Bugre chegou o empate com Baiano, que aproveitou mais uma falha de Marcelo Lomba.

Sentindo uma lesão, Deivid foi substituído ainda no primeiro tempo por Diego Maurício. A alteração foi crucial no desenrolar do jogo, que seguia fraco tecnicamente. As chances de gol eram sempre nas bolas paradas. Inspirado com o golaço que fizera no início do cotejo, Renato voltou a cobrar faltas, nenhuma morreu dentro das redes.

O desempate veio com Diego Maurício, revelação rubro-negra no campeonato. O “Drogbinha” aproveitou a sobra de uma intervenção equivocada feita pelo zagueiro do time de Campinas, ao tentar desarmar Diogo, invadiu a área pela direita e chutou forte, contando com uma ajudinha do goleiro. Alívio e alegria nas arquibancadas do Engenhão.

Na frente, o Flamengo voltou para o segundo tempo menos agressivo, mas demonstrava vontade. O jogo continuava nervoso, pois o Guarani também estava jogando sua sobrevivência. Kléberson, atuando como meia, mais uma vez irritou os torcedores com sua falta de atenção. Petkovic entrou em campo, mas não fez diferença no placar, que terminou em 2 a 1. Com a vitória, o time da Gávea afastou praticamente qualquer chance de rebaixamento.

*De volta para o passado:

Pela 36ª rodada do BR-2009, uma situação inusitada. Flamenguistas torciam fervorosamente pelo Botafogo, que jogava sua vida contra o São Paulo no Engenhão. E o alvinegro fez por onde e, de maneira emocionante venceu o postulante ao título. Jóbson sbriu o placar com um golaço. No fim do primeiro tempo Washington empatou e no início do segundo Jorge Wágner virou para os sãopaulinos. O Botafogofez 2 a 2 com Renato e virou na última jogada, com Jóbson.

O Flamengo recebeu o Goiás no Maracanã e decepcionou sua torcida e empatou em zero a zero. Muito se falou sobre o São Paulo ter oferecido uma "mala branca" para os goianos, ma nós próximos posts veremos que não foi bem assim.

Com gols de Zé Antônio, Fred e Conca, o Fluminense venceu o Sport por 3 a 0 na Ilha do Retiro. O tricolor chegou a sentir o gostinho de sair da zona de rebaixamento por alguns instantes, mas ao final da rodada voltou a ocupar a 17ª colocação.

Pela Série-B,o Vasco já estava garantido na primeira divisão. Para comemorar, o Gigante da Colina jogou no Maracanã usando uma camisa especial, com uma faixa vertical em dourado. Com esta nova roupagem o cruzmaltino enfrentou o América de Natal, com a casa cheia e venceu por 2 a 1, confirmando o título da divisão de acesso. O primeiro gol foi de Lúcio, do time potiguar, Élton e Alex Teixeira marcaram para o Vasco.

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