quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Fausto, "A Maravilha Negra"


Fausto dos Santos nasceu em Codó, no Maranhão, no dia 2 de fevereiro de 1905 e, ainda criança, sua família tentou a sorte no Rio de Janeiro. Morando no subúrbio carioca, deu os primeiros passos nas quatro linhas defendendo a equipe de amadores do Bangu, onde ficou durante dois anos. Em 1929 foi comprado pelo Vasco, como meia-direita, mas o técnico Harry Welfare precisava de um jogador que ligasse a defesa ao ataque e colocou Fausto na posição. A partir daí, o jogador mostrou o seu valor e ajudou o cruzmaltino a ser campeão carioca.

No ano seguinte foi convocado para a Seleção Brasileira, que disputaria, no Uruguai, a primeira Copa do Mundo. Apesar da péssima campanha da seleção, Fausto foi o único jogador que não saiu completamente derrotado, e, devido ao seu grande futebol recebeu da imprensa uruguaia a alcunha de “Maravilha Negra”.

Após o mundial, ao excursionar com o Vasco pela Europa, encantou os dirigentes do Barcelona com seu futebol e foi contratado em uma época na qual o preconceito racial era tão grande que fazia inveja aos atos abomináveis que, infelizmente, ainda acontecem hoje. Talvez até por conta disso, a “Maravilha Negra”, não durou muito na Catalunha. Após um breve período defendendo o Young Fellows, da Suíça, voltou ao Vasco com seis quilos a menos do que o habitual. A boemia já afetava seu físico e o jogador dava mostrava os primeiros sinais da tuberculose que o atingiria.

Mesmo sem ter o fôlego e o preparo físico de antes, ainda era um craque. E em 1934, jogando ao lado de Domingos da Guia, foi campeão estadual pela Liga Carioca de Football, seu último título no futebol. No ano seguinte, rumou para a cidade que lhe rebatizou, Montevidéu, para defender o Nacional. Ficou no Uruguai por um ano e voltou, novamente, para o futebol brasileiro, desta vez para defender seu antigo rival, o Flamengo.

Vestiu a camisa rubro-negra até 1938. Quando o treinador húngaro Dori Kruschner resolveu colocá-lo na zaga, por razões de preparo físico, Fausto não aceitou e colocou o clube na justiça, mas acabou perdendo a causa. Após algumas partidas jogando na reserva, percebeu que deveria abandonar os campos para tratar de sua saúde. Internou-se em um sanatório, onde acabou falecendo em 1939.

Um comentário:

Eduardo Junior - Blog Europa Football disse...

Muito bom, Tauan. Embora eu seja vascaíno, infelizmente não conheço tanto da história do meu time. Legal saber que desde os anos 30 o Vasco já contribuia pra história do futebol brasileiro com jogadores de boa qualidade.