Copa do Brasil: Vasco, o campeão, voltou

Depois de oito anos o Vasco volta a ter uma foto de campeão

Coritiba e Vasco fizeram ontem (8), no Couto Pereira, uma das melhores finais da história da Copa do Brasil. A partida, cheia de alternâncias, provou a cada disputa, a cada passe, a cada drible e a cada gol, que ambas as equipes mereciam estar na decisão e seriam dignas de levantar a taça. No entanto, em uma final, como dizem no filme “Highlander”, campeão “só pode haver um”. E o campeão foi o Vasco, que, mesmo perdendo por 3 a 2, voltou a levantar uma taça na elite após oito anos de jejum.

Atuando com o time completo, o Cruz-maltino começou pressionado pelo Coritiba, empurrado pela torcida que lotou o estádio paranaense e fez uma belíssima festa. Mesmo com toda a pressão, o primeiro chute do jogo foi de Eder Luis. Aos 8 minutos, Fernando Prass também marcou presença ao fazer uma bela defesa após cobrança de falta. Pouco tempo depois, aos 12’, Diego Souza tocou para Eder Luis na ponta direita e o ligeiro atacante serviu uma bola açucarada para Alecsandro, que só precisou empurrar para o fundo das redes; Vasco 1 a 0.

O time da casa sentiu o gol, e o Gigante da Colina passou a ter um controle maior da partida, mesmo se postando mais atrás. Aos 29’, o Coxa empatou com Bill. O atacante aproveitou o passe de cabeça feito por Jonas para finalizar da mesma maneira. Novamente empurrado pelas vozes do Couto Pereira, o Coritiba voltou a buscar a vitória e conseguiu ainda um importantíssimo gol no final do primeiro tempo, marcado por Davi.

Na volta para a etapa derradeira, o jogo passou a ser mais nervoso ainda; as faltas eram cada vez mais ríspidas. Em um espaço curtíssimo de tempo, o atacante Bill poderia ter sido expulso por fazer duas faltas de cartão amarelo, mas só levou um. Aos 12’, Eder Luis, deslocado agora para o flanco esquerdo, avançou com a bola e chutou da intermediária. O goleiro Edson Bastos aceitou e os cruz-maltinos voltaram a ter uma boa vantagem. Mas enganava-se quem achava que o cotejo seguiria tranquilo, pois, quase dez minutos depois, William acertou um chute espetacular no ângulo de Fernando Prass, reascendendo a torcida e os jogadores alviverdes, que precisavam fazer mais um para serem campeões.

Quando o embate entrou em sua metade final, a disputa de ataque contra defesa foi cada vez maior. O time de Ricardo Gomes se defendia da melhor maneira possível. Felipe e Diego Souza, substituídos por Jumar e Bernardo, respectivamente, tapavam os olhos para não verem o que eu acontecia. Eles não viram que Eder Luis – melhor em campo – parecia incansável. Aos 48’, o camisa 7 fez grande jogada e deixou Bernardo na cara do gol, mas ele desperdiçou. Tudo bem, não era o Gigante da Colina quem precisava marcar. Por isso, quando o juiz apitou o final da peleja, todos os cruz-maltinos puderam voltar a soltar o grito entalado de “Campeão!”.

*De volta para o passado:

Em 2006 o Vasco também chegou à final da Copa do Brasil, mas, ao contrário de ontem, não saiu com o título. Após ser derrotado por 3 a 1 para o Flamengo, os cruz-maltinos tinham uma tarefa difícil de reverter a vantagem do Flamengo, que venceu aquele jogo por 1 a 0.

O último título nacional do Vasco foi no ano 2000, com a Copa João Havelange, que sacramentou o fim de uma era vitoriosíssima. As partidas finais, contra o São Caetano, rendem polêmicas até hoje graças à superlotação do estádio de São Januário. Dentro de campo foram dois jogos. O primeiro terminou empatado em 1 a 1;  gols de César (São Caetano) e Romário (Vasco).

No segundo encontro, desta vez realizado no Maracanã, vitória do Gigante da Colina por 3 a 1. Juninho Pernambucano, Jorginho Paulista e Romário anotaram os tentos vascaínos. Adãozinho descontou para o Azulão.