domingo, 1 de julho de 2012

Nasce uma nova gigante entre as seleções


A cena se repete: Casillas levanta mais um troféu para a Seleção espanhola
A Espanha foi campeã europeia em 1964 contando com uma grande geração de jogadores, que incluía, dentre outros nomes, o meia-atacante Luis Suárez. Depois disso, com exceção do ouro olímpico em 1992, a vida da Roja foi marcada por fracassos. A cada nova eliminação, a mesma frase: “jogou como nunca, perdeu como sempre”. Faltava sempre alguma coisa. Quando era apontada como favorita nas competições, deixava um rastro de dúvidas. O fracasso parecia ser uma certeza.

A incerteza sobre a capacidade da Espanha perdurou até a final contra a Alemanha, na Euro 2008. O gol de Fernando Torres, que deu o título aos espanhóis, exorcizou os fantasmas e fez com que os jogadores aprendessem a lidar com o favoritismo defendendo a seleção. Na Copa do Mundo de 2010, a Fúria chegou como grande candidata ao título – e favoritas antes de copas geralmente não conseguem um grande final. Na África do Sul, as atuações não foram as mais belas, mas a Copa foi parar nas mãos do capitão Casillas. Os espanhóis rompiam, ali, com o estigma de amarelões e entravam indiscutivelmente no hall das grandes seleções do mundo.

Enquanto curtia o “novo patamar”, a Seleção espanhola também viu seus principais jogadores sendo protagonistas em suas equipes, e não somente defendendo Real Madrid ou Barcelona. David Silva, autor do primeiro gol na goleada por 4 a 0 sobre a Itália na final da Euro 2012, é um dos mais queridinhos do Manchester City, e foi fundamental na campanha do título inglês dos Citizens.

Nesta Eurocopa que acabou de terminar, os espanhóis conquistaram pela terceira vez o troféu. Igualaram-se à poderosa Alemanha em número de títulos europeus (são as maiores vencedoras). É a primeira seleção a vencer consecutivamente o torneio. O time de Vicente Del Bosque confirmou mais uma vez seu favoritismo, e mostrou muito futebol e frieza na decisão contra a pesadíssima camisa da Itália. Tornou-se uma gigante.

Sim, uma gigante. A esquadra de Iniesta, Xavi, Silva, Casillas e Cia. é uma das seleções mais vitoriosas de todos os tempos. Três títulos de tamanha grandeza só foram conquistados de maneira direta pela Seleção italiana na década de 1930: foram dois Mundiais, em 1934 e 1938, e uma Olimpíada, em 1936. Na época, o ouro olímpico valia MUITO MAIS do que hoje. Mas vale o registro de que, em 1934, quando levantou em casa a Jules Rimet pela primeira vez, a Azzurra contou com a ajuda da arbitragem, influenciada pelo Duce Benito Mussolini.

Os feitos da Fúria e de seus jogadores já estão na história. Os gols e belas jogadas poderão ser vistos no YouTube, e lidos em publicações que serão lançadas. É uma das maiores seleções do mundo e da história do futebol.