sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Os 64 anos da "Patada Atômica"


Se o ano de 2011 for tão bom quanto o personagem do post de hoje, será um ano para entrar para a história. No dia 1 de janeiro de 1946 nascia, em São Paulo, um dos maiores jogadores do futebol brasileiro e mundial: Roberto Rivelino.

Rivelino foi revelado pelo Corinthians. Jogou pelo Timão de 1965 até 1975. Pelo time do Parque São Jorge não conquistou os títulos que a torcida esperava. O único de maior expressão foi o Torneio Rio-São Paulo de 1966, que foi dividido com Botafogo, Vasco e Santos. O “Reizinho do Parque”, como era chamado pela Fiel, não teve moleza enquanto jogou em São Paulo. O Campeonato Paulista contava com craques como Pelé, Ademir da Guia e Pedro Rocha.

Foi convocado para Copa de 1970, onde apresentou ao mundo a “patada atômica”. Foi um dos protagonistas de uma das maiores equipes de futebol de todos os tempos. Só não marcou em dois jogos - contra a Inglaterra e contra a Itália, na final. Graças aos seus dribles, e ao seu chute forte com a perna esquerda, ganhou inúmeros admiradores, o mais famoso deles é Diego Maradona, que em várias ocasiões disse que Rivelino foi o melhor jogador que ele viu jogar. Em 1974 teve a árdua tarefa de herdar a camisa 10, deixada por Pelé. Fez três gols, um deles na vitória por 2 a 1 na Argentina, mas, desta vez, não repetiu o sucesso do último mundial. Foi neste mesmo ano que o bigodudo deixou de jogar pelo Corinthians.

O jejum de títulos fazia com que a torcida corintiana pressionasse ainda mais o craque que, após perder a decisão do paulistão de 1974 para o Palmeiras, resolveu mudar de ares. O dono da patada atômica acabou sendo contratado pelo Fluminense.

Vestindo as cores do tricolor das Laranjeiras, Riva marcou logo em seu primeiro jogo pelo Campeonato Carioca, uma vitória de 3 a 0 sobre o Madureira. O certame foi decidido em um triangular entre Fluminense, Vasco e Botafogo. No último jogo, mesmo perdendo por 1 a 0 para o Botafogo, o Flu levantou o caneco, graças ao saldo de gols. Rivelino fez 13 gols na competição. No ano seguinte a história se repetiu, e Rivelino foi novamente campeão pelo Flu. Nos mesmos anos chegou às semi-finais do Campeonato Nacional, mas perdeu para o Internacional, em 75, e para o seu querido Corinthians, em 76.

Em 1978, atuando pelo New York Cosmos, ainda foi convocado para a Copa do Mundo da Argentina, mas ficou a maior parte dela no banco de reservas. Resolveu, então, desbravar áreas que eram, até então, desconhecidas para o futebol. Riva decidiu fazer dinheiro no chamado mundo árabe, usando a camisa do El Helal. Jogou pelo clube até pendurar as chuteiras, em 1981. Levantou quatro canecos pelo clube árabe: uma Copa da Arábia Saudita (1980) e o tricampeonato nacional (79, 80, 81).

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Championship: Nottm e Derby na disputa pela memória de Clough

Não vou falar aqui sobre um jogo de primeira divisão. Caso queira saber como foram os jogos de hoje, pela Premier League, acesse o site http://premierleaguebrasil.com.br/ e veja. A resenha da partida entre Arsenal e Wigan foi feita por este que vos escreve.

Hoje, pela Championship, segunda divisão do Campeonato Inglês , Nottingham Forest e Derby County se enfrentaram no City Ground, campo do Nottm. As duas equipes tinham o mesmo número de pontos (30) e se encontravam na 11ª e 12ª posição, respectivamente.

A rivalidade entre os times teve como embrião o título da Copa da Inglaterra de 1898, vencido pelo Forest. Porém o grande catalisador da disputa entre as duas equipes foi um homem chamado Brian Howard Clough. Clough chegou ao Pride Park em 1967 para treinar o Derby, que estava na segunda divisão. Sempre contando com a ajuda de seu fiel escudeiro, o assistente Peter Taylor, conseguiu levar os Rams para a elite do futebol inglês na temporada seguinte. Não satisfeito, ainda foi campeão da primeira divisão em 1972.

No ano seguinte foi semifinalista da Copa dos Campeões da Europa, perdendo a vaga na final para a Juventus. Clough ainda deixaria seu nome marcado na história deste troféu. Depois deste episódio, brigou com a direção do clube e foi demitido. A vida no Pride Park nunca mais seria a mesma. Para piorar, brigou também com seu assistente, Peter Taylor, e ambos seguiram caminhos opostos.

Durante um período de 44 dias, o treinador viveu o inferno na terra ao dirigir o Leeds United. Esta história está registrada no excelente filme “The Damned United” (Maldito Futebol Clube, em português). Após a experiência, Clough se entendeu com Taylor e os dois voltaram a trabalhar juntos. Em 1975 a dupla seguiu os passos de Robin Hood e foi se aventurar em Nottingham. Novamente pegaram um clube na segunda divisão. Conquistaram o acesso no campeonato de 76/77 e na temporada seguinte não fizeram cerimônia: foram campeões da Inglaterra e da Copa da Liga Inglesa.

Campeão nacional, o Forest jogou a Copa dos Campeões e fez história. Levantou o título mais importante do continente ao derrotar o Malmo, da Suécia, por 1 a 0. No ano seguinte repetiu o feito, vencendo, desta vez, os alemães do Hamburgo. Brian Clough foi técnico do Nottm até 1992. Assim como aconteceu com o Derby, o clube nunca mais foi o mesmo após a saída do comandante, e na mesma temporada acabou sendo rebaixado. Clough ainda voltou em 1999, mas, desta vez, sem sucesso.

Agora a disputa entre Nottm e Derby é por Brian Clough, que morreu em 2004. Desde 2007, em qualquer encontro entre as equipes (seja em campeonato, liga ou amistoso), é disputado o Troféu Brian Clough. O último a vencer havia sido o Derby, no dia 30 de janeiro deste ano. O gol da magra vitória foi anotado por Rob Hulse, de cabeça, aos 33 do segundo tempo. Hoje a história seria diferente.

* O jogo de hoje:


O jogo de hoje, válido pela 24ª rodada da Championship, foi muito movimentado. Logo aos 2 minutos Luke Chambers abriu o placar para o Nottm. O Derby chegou ao empate com Moore, aos 14’. Ainda no primeiro tempo o Forest fez mais dois, ambos anotados por Marcus Tudgay.

Aos 8 minutos da segunda etapa, Earnshaw transformou a vitória em goleada: 4 a 1. Os Rams ainda diminuíram com Commons, mas, ao apagar das luzes, Earnshaw fez o quinto do Nottm que, com a vitória, volta a ter o Troféu Bryan Clough e pula para a 8ª colocação. O Derby continua na 12ª.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Premier League: Manchester City goleia, e encosta em seu maior rival


A Maratona de jogos de fim de ano na Terra da Rainha não pára. Hoje, pela 20ª rodada, o Manchester City recebeu o Aston Villa e, sem piedade, deu uma “chinelada” de 4 a 0 nos Lions. Com três gols do italiano Balotelli, e um do zagueiro Lescott, os SkyBlues encostaram no líder, Manchester United, que empatou hoje com o Birmingham. Os rivais de Manchester possuem os mesmos 38 pontos, mas o United tem melhor saldo- e dois jogos a menos, adiados por conta da nevasca que assola a Europa.

No Estádio City of Manchester o jogo foi muito fácil. Logo aos 7 minutos de partida, o juiz marcou pênalti duvidoso em Adam Johnson. Balotelli, com sua marra característica, bateu sem chances para o goleiro Friedel. Cinco minutos após o penal, o zagueiro Lescott, ex-Everton, cabeceou para o gol dos Villans. O meio-campista Barry achou ter evitado o gol, mas a arbitragem disse que a bola passou da linha e validou o tento para o City, 2 a 0.

O terceiro veio após tabela de David Silva com Yayá Touré. O espanhol chutou contra a meta de Friedel. O goleirão soltou a bola nos pés de Balotelli, que não perdoou. O italiano completou o hat-trick (marca atingida somente por quatro italianos no Campeonato Inglês) também de pênalti. O Aston Villa vai caindo na tabela. Terminou a rodada na 15ª posição e começa a ver que brigar contra o rebaixamento parece ser, infelizmente, o seu papel nesta temporada.

* De volta para o passado:


A última vitória dos Villans sobre os Citizens, foi na abertura da Premier League 2008/2009, e também teve quatro gols e um hat-trick. No dia 17 de agosto de 2008, no Villa Park, John Carew abriu o placar no primeiro lance do segundo tempo. O hat-trick ficou na conta de Agbonlahor, que marcou aos 68’, 74’ e 76’. A diferença foi que o City deixou sua marca nas redes do Villa Park. Elano, de pênalti, e Corluka, ao apagar das luzes, marcaram para os SkyBlues. Placar final, 4 a 2.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Premier League: Arsenal bate o Chelsea e volta à segunda colocação


Arsenal e Chelsea jogaram, no Emirates Stadium, pela 19ª rodada da Premier League. Os Gunners não venciam o rival londrino há 5 partidas, quatro pelo Campeonato Inglês e uma pela F.A. Cup. O começo do jogo foi bastante movimentado. A primeira chance foi dos Blues, com Drogba, mas o marfinense chutou para fora. Os dois times chegavam com facilidade ao ataque, aproveitando os espaços deixados por suas defesas, mas pecavam na hora das conclusões.

Pouco a pouco, a equipe da casa começou a ter mais a posse da bola e, consequentemente, passou a levar mais perigo para o gol adversário. Aos 40’ Nasri bateu colocado e obrigou Peter Cech a fazer uma defesa espetacular. Os Gunners dominavam o final da primeira etapa e, aos 44 minutos, Song apareceu como fator surpresa para tabelar com Wilshere e abrir o placar. O gol do camaronês foi como música para os ouvidos dos fanáticos torcedores.

A segunda etapa começou exatamente como havia terminado a primeira, com gols do Arsenal. No primeiro lance de perigo Fábregas aproveitou a falha da defesa azul, e o passe de Walcott, para ampliar o placar. Três minutos depois, Fábregas retribiu a gentileza. Walcott roubou a bola no meio de campo, tabelou com o espanhol, e chutou para o fundo das redes de Cech: 3 a 0.

Após a chuva de gols, o Chelsea melhorou. Aos 11’, Ivanovic aproveitou a falta cobrada por Drogba e, de cabeça, diminuiu o marcador. O Arsenal passou a jogar no contra-ataque mas, graças aos gols feitos, não teve problema em segurar o placar e fazer a alegria dos 60.112 espectadores que lotaram o seu moderníssimo estádio. Com o resultado, os Gunners voltam à vice-liderança, empatados em ponto com o Manchester City. O Chelsea, em crise, ainda é o quarto colocado.

* De volta para o passado:

Como disse anteriormente, o Arsenal não vencia o Chelsea há 5 partidas. A última vitória dos Gunners sobre os Blues aconteceu no dia 30 de novembro de 2008. O jogo, no Stamford Bridge, era válido pela 15ª rodada da Premier League, temporada 2008/2009. O primeiro gol foi do Arsenal, mas a favor do Chelsea. O defensor Djourou marcou contra a própria meta. A sorte do marfinense/suíço foi que Robin Van Persie estava em um dia iluminado e, em um espaço de três minutos, virou o jogo a favor dos Gunners. Final de jogo vitória por 2 a 1, na casa do adversário.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Premier League: Manchester United presenteia seus torcedores com mais uma vitória


Os ingleses são tão fanáticos por futebol, que nem na época das festas de fim de ano eles deixam de ver seus times em campo. A rodada do “Boxing Day” já é uma tradição na Terra da Rainha. A partida de abertura foi entre Fulham e West Ham. Os Hammers, últimos colocados, venceram os donos da casa por 3 a 1.

As equipes de Manchester enfrentaram as do norte. O City pegou o Newcastle ( 3 a 1 para os Citizens), o Manchester United, o Sunderland. No Old Trafford os Red Devils foram avassaladores no primeiro tempo. Logo aos 4 minutos, Giggs puxou contra ataque e tocou para Rooney, que cruzou para a área. Berbatov aproveitou para testar contra as redes de Gordon, 1 a 0.

Aos 9’, após bela troca de passes, Rooney quase marcou um golaço de cobertura. Logo depois, o brasileiro Anderson (o melhor do primeiro tempo) deixou, com um passe primoroso, Berbatov de cara para o gol. O búlgaro acertou a trave. Cinco minutos depois foi a vez do próprio Anderson acertar a trave dos Black Cats. A posse de bola do United chegava a 70%, mas depois de tantas chances o jogo esfriou. O placar magro não refletiu o tamanho da superioridade vermelha na primeira etapa.

O Sunderland voltou um pouco melhor para o restante da partida. A primeira jogada de perigo do segundo tempo foi também o primeiro chute à gol, da equipe do norte, contra a meta de Van der Sar. O jogo era fisicamente mais disputado. Aos 12’, Berbatov, de trivela, fez o seu segundo tento no jogo. O camisa 9 aproveitou o passe de Anderson que, no maior estilo Ronaldinho Gaúcho, olhou para um lado e tocou para o outro.

O brasileiro, que teve excelente atuação, foi substituído aos 18’ junto com Giggs para a entrada de Gibson e Macheda. A alteração feita por Ferguson teve como objetivo preservar os atletas, que enfrentarão uma longa maratona de jogos. À exemplo do ocorrido nos primeiros 45 minutos, o Manchester United só precisou administrar a partida e esperar o tempo passar. Com o final da peleja os Red Devils continuaram na ponta da tabela.

*De volta para o passado:


No dia 26 de dezembro de 1982, Manchester United e Sunderland se enfrentaram pela Division One, a antecessora da Premier League. Nesta temporada, os Red Devils contavam com jogadores como o atacante Mark Hughes, o goleiro Gary Bailey, e com o meia Steve Coppel.Os Black Cats tinham o escocês Ally McCoist no ataque. Jimmy Nichol e Barry Venison eram os defensores. A partida terminou em um empate sem gols.


Neste ano (1982/1983), o United ficou em terceiro lugar, atrás de Watford e do campeão, Liverpool. O Sunderland terminou na 16ª colocação.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Em 1972 o Botafogo ficou a um gol da glória


Há 38 anos dois dos principais times do Brasil decidiam o Campeonato Brasileiro de 1972, Botafogo e Palmeiras. O alvinegro contava com craques como os tricampeões Brito e Jairzinho. A lateral esquerda tinha Marinho Chagas, que dois anos depois seria eleito o melhor, em sua posição, do mundial da Alemanha. Carlos Roberto e Nei Conceição eram meio campistas da equipe, que ainda contava com o argentino Fischer no ataque. O lado alviverde tinha, simplesmente, Ademir da Guia, ídolo no Palestra Itália devido aos títulos já conquistados. O gol era defendido por uma fera: Emerson Leão. A equipe, comandada pelo excelente Osvaldo Brandão, ainda contava com Dudu, Leivinha e Luís Pereira.

O certame contou com 26 times e foi dividido em quatro etapas: primeira e segunda fase, semifinal e final. Nestas duas últimas, os jogos eram únicos e o time com melhor campanha tinha a preferência do empate. O Palmeiras era este time. O Botafogo não foi bem na primeira fase, e teve de mostrar sua força nos turnos posteriores. O alvinegro chegou à decisão após eliminar o Corinthians, no Maracanã, com vitória por 2 a 1, gols de Nei Conceição e Jairzinho. Nélson Lopes fez o do Corinthians.

O Verdão encarou o Internacional, no Parque Antártica, e empatou por 1 a 1. Nei marcou pelo Palmeiras. Pelo Inter, quem balançou as redes foi Tovar. O resultado favoreceu o time paulista, que avançou para a grande final, a ser realizada no dia 23 de dezembro de 1972, no Estádio do Morumbi.

O Palmeiras tinha a vantagem de, com mais um empate, chegar ao título nacional. A equipe de Osvaldo Brandão já havia conquistado, de forma invicta, o campeonato paulista no mesmo ano. O empate sem gols, em um jogo muito disputado fisicamente, favoreceu o time que mais pontos fez no campeonato, e o título ficou com o Palmeiras que, de fato, foi melhor durante a partida, levando sempre mais perigo ao gol defendido por Cao.

A vingança do Glorioso veio no ano seguinte, na Libertadores da América. Os dois times, praticamente os mesmo do ano anterior, ficaram com a mesma pontuação no Grupo B. Foi marcado, então, um jogo extra para definir quem passaria para a próxima fase. O alvinegro venceu por 2 a 1. Entretanto, a derrota sofrida ante o Colo-Colo, vice campeão do torneio, vencido pelo Independiente, tirou dos botafoguenses o sonho de levantar uma taça, o que não ocorria desde 1968.

Em 1972 os times entraram em campo da seguinte forma:

Botafogo: Cao, Valtencir, Brito, Osmar e Marinho Chagas, Carlos Roberto e Nei Conceição; Zequinha, Jairzinho, Fischer e Ademir Vicente (Ferreti). Técnico: Sebastião Leônidas.

Palmeiras: Leão, Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu (Zé Carlos) e Ademir da Guia, Edu (Ronaldo), Leivinha, Madurga e Nei. Técnico: Osvaldo Brandão.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Aos 83 anos morre Enzo Bearzot, técnico da Itália de 1982


Enzo Bearzot é o típico caso do zagueiro mediano que virou protagonista na área técnica. Enquanto correu entre as quatro linhas, no papel de xerifão da zaga, defendeu quatro clubes: Pro Gorizia, Internazionale, Catania e Torino. Chegou até a defender a seleção nazionale em uma oportunidade.

Após encerrar sua carreira, em 1964, Bearzot foi galgando, aos poucos, o caminho que o levaria ao comando técnico da seleção italiana. Após a Copa de 1974 passou a dividir o banco da azurra com o Ferruccio Valcareggi, campeão da Eurocopa de 1968 e vice-campeão mundial em 70, e três anos depois assumiu total controle da seleção italiana. No ano seguinte disputou sua primeira Copa do Mundo, quando ficou na quarta colocação, no polêmico mundial da Argentina. Em 1980 levou a Itália, novamente, a uma quarta colocação, desta vez na Eurocopa. Sua glória estava destinada a ser inesquecível, e aconteceria dois anos depois.

Em 1982, na Copa da Espanha, teve seu trabalho tão contestado pela imprensa da “velha bota” que chegou a fazer greve de silêncio. A Azzurra também sofria com outros problemas. O atacante Paolo Rossi havia sido convocado após um longo período de dois anos inativo, fruto de uma punição recebida pela sua participação no Totocalcio, um escândalo de manipulação de resultados na loteria esportiva italiana. Tanto Paolo quanto Bearzot se redimiram.

A vitória sobre o Brasil de Zico, Sócrates, Falcão e tantos outros craques, entrou para a história do futebol. A “tragédia do Sarriá” transformou os dois italianos em vilões para alguns, e heróis para seu povo. As vitórias por 2 a 0, sobre a seleção polonesa na semifinal, e por 3 a 1, na final disputada contra a Alemanha, deram à Itália o terceiro título mundial.

Já com o grande feito de ter levado a Azzurra ao topo do mundo, Bearzot ainda treinou sua seleção na Copa seguinte, até ser eliminado pela França nas oitavas de final. Após a derrota, o treinador pediu o boné e ficou, durante um bom período, sumido dos noticiários futebolísticos. De 2002 até 2005 foi diretor da Federação Italiana de Futebol, a FIGC (Federazione Italiana Giuoco Calcio). Na noite de ontem, aos 83 anos, o técnico que fez o Brasil chorar faleceu.

Agora, Bearzot poderá comandar, lá de cima, uma seleção italiana capitaneada por Giuseppe Meazza. Quem sabe não acontece outro embate contra um time armado por Telê Santana? O estádio pode ser até o mesmo, já que o palco da tragédia brasileira foi implodido no dia 20/09/1997. Mas, desta vez, com todo respeito a “Il Vecchio”(O Velho), como Enzo era chamado, Telê conta com estrelas de primeira grandeza e já deve conhecer melhor os atalhos das nuvens. É favoritíssimo.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Há dez anos o Vasco fez o impossível: a "Virada do Século"


“O Vasco é o time da virada”. Nunca uma frase entoada por uma torcida se justificou tanto em um jogo como no dia 20/12/2000. Palmeiras e Vasco se enfrentavam pela final da extinta Copa Mercosul. As duas equipes se classificaram na segunda posição de seus respectivos grupos. O Vasco, atrás do Atlético Mineiro e o Palmeiras atrás de outro time de Minas Gerais, o Cruzeiro.

Cariocas e paulistas já haviam feito duas partidas pela final do certame. Na primeira, vitória por 2 a 0 do Vasco, em São Januário. Em São Paulo, vitória palmeirense por 1 a 0. Como não havia saldo de gols, a decisão ficou para a terceira partida, realizada no Palestra Itália.

A equipe cruzmaltina vivia um momento turbulento. O técnico Osvaldo de Oliveira havia sido demitido pelo poderoso chefão da colina, Eurico Miranda. Em seu lugar veio o carismático Joel Santana. Como está escrito no excelente post de André Rocha, do blog “olho tático”, no globoesporte.com, o Natalino só fez uma mudança no time. Sacou Paulo Miranda e colocou Nasa no meio campo.

O jogo começou melhor para o Palmeiras, que aproveitava a afobação da zaga vascaína para construir suas oportunidades. Hélton foi obrigado a mostrar o seu trabalho debaixo das traves. Justamente quando o Vasco começou a se acertar na partida, o Palmeiras, nos 15 minutos finais da primeira etapa, fez uma avalanche de gols. O primeiro foi em um pênalti cometido por Júnior Baiano, que quase colocou tudo a perder neste dia. O zagueiro, sabe-se lá por que, resolveu colocar a mão na bola. O Paraguai Arce bateu forte e converteu a penalidade. A repetição do gol ainda era vista na TV quando, para a alegria dos alviverdes, Magrão aproveitou o rebote de Hélton, após defender chute de Tuta, para marcar, de cabeça, o segundo do Verdão.

Antes de Márcio Rezende de Freitas apitar o final do primeiro tempo, Tuta anotou o que parecia ser o tento da vitória. Um chute fraco e rasteiro no canto direito de Hélton. Se tivesse alguém que ainda acreditasse no título cruzmaltino, este poderia ser internado em um sanatório.

Acreditando que a vitória estava garantida, o Palmeiras recuou demasiadamente. Tudo o que os alviverdes queriam era que o tempo passasse rápido. Do outro lado, como franco atirador, Joel Santana colocou o veterano atacante Viola em campo. O Vasco aproveitou a postura do time da casa e começou seus ataques. Aos 13 minutos, Juninho Paulista sofreu pênalti. Romário bateu e diminuiu. O gol deu ânimo ao time vascaíno, que ainda perdeu mais chances de gols. A superioridade do Gigante da Colina começou a mexer com os nervos dos palmeirenses, que já começavam a fazer “cera”.

Aos 22', outro pênalti em Juninho Paulista, outro gol de Romário. A atuação do Palmeiras era tenebrosa. O segundo tento vascaíno desestabilizou ainda mais os palmeirenses. Os Juninhos, Pernambucano e Paulista, infernizavam o meio campo do Verdão. Romário, Euller e Viola levavam o perigo à meta de Sérgio. Mas, aos 32 minutos, Júnior Baiano apareceu para, novamente, prejudicar o Vasco. O estabanado zagueiro levou o segundo cartão amarelo, após fazer falta no meio-campista Fábio, e foi expulso.

O jogo entrava em sua parte final. Aos 41, veio o inesperado empate. Romário, dentro da área, finalizou mal, na sobra Juninho Paulista fez o terceiro gol. A reação despertou um sentimento duplo nos jogadores e comissão técnica do Vasco. Os atacantes, acreditando que a vitória ainda era possível, se lançavam ao ataque. Na defesa, os jogadores pouco subiam, e agora contavam com a entrada do experiente Mauro Galvão, para dar mais suporte ao setor. Aos 48', quando a disputa de pênaltis já era uma realidade aceita por ambas as equipes, Romário fez o inimaginável. Viola partiu com a bola e entrou na área, mas foi atrapalhado por um próprio companheiro. A redonda sobrou nos pés de Juninho Paulista, que chutou. A finalização do pequenino meio campista desviou em Tiago Silva e foi parar nos pés de um outro baixinho, “o” baixinho. Romário só precisou empurrar a gorda para as redes e sair para o abraço.

Na volta do Gigante da Colina ao Rio de Janeiro, na tarde do dia seguinte, uma multidão esperava os heróis da virada, que seguiram em desfile de carro aberto até São Januário. Uma vitória épica, digna de um time que tem como nome o herói de “Os Lusíadas”. Vasco da Gama, Campeão da Copa Mercosul.

Vasco: 1-Hélton; 29-Clébson, 3-Dovan, 13-Júnior Baiano e 18-Jorginho Paulista; 5-Nasa (9-Viola) e 2-Jorginho (7-Paulo Miranda); 31-Juninho Pernambucano e 23-Juninho Paulista; 17-Euller (4-Mauro Galvão) e 11-Romário. Técnico: Joel Santana.

Palmeiras: 12-Sérgio; 26-Arce, 13-Gilmar, 4-Galeano e 19-Tiago Silva; 5-Fernando, 6-Magrão e 15-Taddei; 20-Flávio; 8-Juninho e 9-Tuta (11-Basílio). Técnico: Marco Aurélio.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Bundesliga: Veja o que rolou, até agora, no Campeonato Alemão


Desde que este blog foi criado, por este que vos escreve, cometi o grande erro de não falar sobre a Bundesliga, o Campeonato Alemão. O campeonato vem ganhando mais força a cada ano, e está cada vez melhor. Na Europa, é a competição que possui as maiores médias de público. Hoje, foi realizada a última rodada do primeiro turno. Confira abaixo um rápido resumo do que rolou, até agora, no certame:

A Bundesliga 2010/2011 começou com uma grande surpresa, o Mainz. A equipe da cidade homônima teve o melhor início da história da Bundesliga: 21 pontos nos primeiros sete jogos. Entretanto, os comandados do técnico Thomas Tuchel não aguentaram a pressão e terminaram o primeiro turno na segunda colocação, com os mesmo 33 pontos do Bayer Leverkusen que, contando com um Renato Augusto cada vez melhor, terminou como terceiro na tabela.

O líder, com folgas, é o Borussia Dortmund, que ficou com o título simbólico de campeão do inverno. Os Borussians, contando com uma equipe jovem, e com o inspirado japonês Kagawa, são favoritíssimos para levantar a Salva de Prata desta temporada, troféu que o time não levanta desde 2002. Maior rival do time de Dortmund, o Shalke 04 teve um início tenebroso, e habitou a zona de rebaixamento durante boa parte do certame. Porém, os Azuis Reais cresceram de produção na reta final e já começam a sonhar com vagas nas ligas européias. No momento, a realidade do Shalke é a 10ª posição.

Assim como os azuis de Gelsenkirchen, outros times de renome no futebol alemão também decepcionaram. Stuttgart , Wolfsburg e Werder Bremen brigam na parte de baixo da tabela. O Stuttgart é o penúltimo colocado, na frente, somente, do Borussia Monchengladbach. Na 17ª rodada, os campeões de 2006/2007 perderam para o Bayern de Munique por 5 a 3. Os bávaros, vice-campeões da última edição da Champions League, decepcionaram seus torcedores e dirigentes. Após uma derrota sofrida na sétima rodada, ante o Borussia, o presidente da equipe, Rumennigge, disse que o time estava “atolado na merda”. O Bayern terminou a primeira parte da Bundesliga na quinta posição.

Devido às festas de fim de ano, a Bundesliga volta com força toda somente no dia 14 de janeiro de 2011.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Mundial de Clubes: Não tem zebra, a Inter é campeã mundial!


Após 45 anos, a Internazionale entrou em campo para jogar uma final de Mundial de Clubes. A equipe italiana disputou, por duas vezes, a antiga Copa Intercontinental, que reunia os campeões da Europa e da América do Sul. Nos anos de 1964 e 1965, os nerazzuri enfrentaram o Independiente da Argentina, e nas duas oportunidades saíram com o troféu.

Hoje, na final do torneio, agora realizado pela FIFA, a equipe de Ráfa Benítez enfrentou o Mazembe, do Congo. Foi a primeira vez que um time sul-americano não disputou o título mundial (como já sabemos, o Internacional perdeu para o Mazembe por 2 a 0). Melhor para o time europeu, que não encontrou grandes dificuldades para conquistar seu 5º título no ano.

Após um início difícil, principalmente nos 10 primeiros minutos, a Inter tomou conta do jogo. Aos 12’, Eto’o deixou Pandev na cara do gol. O jogador da Macedônia não desperdiçou a oportunidade, e tocou para o fundo das redes de Kidiaba. Logo depois, aos 16, Eto’o deixou sua marca. O camaronês recebeu na entrada da área e chutou cruzado para ampliar o placar. Ainda no primeiro tempo, Milito, sozinho, desperdiçou duas claríssimas chances de transformar a vitória em goleada.

Na segunda etapa a Inter relaxou e o Mazembe ameaçou um pouco mais. Os congoleses perderam algumas chances de gol, mereciam marcar ao menos um, mas quem acabou balançando as redes foi Biabiany, que fez o terceiro da Internazionale, tricampeã mundial.

* De volta para o passado:

No dia 26 de setembro de 1964 a Internazionale conquistava seu primeiro título mundial. A partida foi realizada em Madrid. Nos dois primeiros encontros dos nerazzuri contra os Diablos Rojos de Avellaneda, uma vitória para cada lado (1 a 0 para o Independiente, na Argentina, e 2 a 0 para a Inter, na Itália). A terceira partida foi realizada no Santiago Bernabéu, e a Inter, vestida de branco, venceu por 1 a 0, com belo gol de Mário Corso, que matou no peito e fuzilou o gol defendido por Santoro.



No dia 8 de setembro de 1965 um placar de 3 a 0, assim como o de hoje, acabou garantindo o segundo título interista, na primeira partida das finais contra o mesmo Independiente. Quem abriu o placar foi o espanhol Pieró. Os outros dois foram anotados por Sandro Mazzola, um deles, um golaço! No segundo jogo, realizado uma semana depois, o empate sem gols deu à Internazionale, pela segunda vez, o título intercontinental.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Champions League: Definidas as oitavas-de-final


Foi realizado, hoje, o sorteio dos confrontos das oitavas de final da Champions League. Roma e Chelsea, teoricamente, tiveram mais sorte. A equipe italiana vai enfrentar o Shakhtar Donetsk, e o Chelsea pega o Copenhague. Um jogo que promete bastante equilíbrio será entre Milan, líder do campeonato italiano, e Tottenham, em franca ascensão na Premier League e na Champions. As duas equipes se enfrentaram em 1972, pelas semifinais da Taça UEFA, atual Europa League. Naquele ano, a competição foi vencida pelo Tottenham. No primeiro jogo, vitória por 2 a 1 dos Spurs no White Heart Lane. No segundo, empate por 1 a 1 em San Siro.

Barcelona x Arsenal, e Internazionale x Bayern de Munique serão os confrontos que reeditam finais recentes da competição. Na temporada passada Inter e Bayern se enfrentaram no Santiago Bernabéu, pela final da Champions. Com dois gols de Milito, os nerazzuri conquistaram a cobiçada taça. Na temporada 2006/2007, pela fase de grupos da competição, o Bayern saiu invicto nos confrontos. Foi uma vitória por 2 a 0 na Itália, gols de Pizarro e Podolski, e um empate de 1 a 1 no Allianz Arena, com tentos de Roy Makaay e Patric Vieira.

Também na temporada 2006/2007 o Barcelona defendia o título conquistado um ano antes, em final contra o Arsenal vencida por 2 a 1. Nas últimas cinco partidas entre os times, ampla vantagem para os catalães, que venceram três e empataram duas. No último encontro, pelas quartas-de-final da Champions League 09/10, o Barça massacrou os Gunners no Camp Nou, no que eu considero como a melhor exibição de Messi com a camisa blaugrana. O argentino marcou, simplesmente, todos os quatro gols da vitória por 4 a 1. Bendtner marcou para o Arsenal.

*Outras partidas

Real Madrid x Lyon: Nesta fase não existe mais jogo fácil, porém o Madrid é o favorito no confronto. Caso se classifique para a próxima fase a equipe espanhola acabará com a “maldição das oitavas”. A última vez que os merengues conseguiram vaga para as quartas-de-final foi na temporada 2003/2004, quando foi eliminado pelo Mônaco.

Valência x Shalke 04: As equipes vivem momentos distintos. O Valência teve um ótimo início de temporada, após vender David Silva e Villa, e chegou a liderar o Campeonato Espanhol. No entanto, após alguns tropeços, caiu na tabela. Na Champions, conseguiu se classificar com a segunda colocação de seu grupo. O Shalke começou a temporada cheio de pompa, com a contratação do ídolo merengue Raul. Na Bundesliga, passou grande parte do primeiro turno na zona de rebaixamento, mas, pouco a pouco, vai subindo na tabela. Na Champions, os Azuis Reais tiveram um comportamento diferente e se classificaram em primeiro lugar.

Manchester United x Marseille: Com todo respeito ao Olympique de Marseille, único time francês campeão da Champions, o United é favoritíssimo para vencer. Em 1999 as equipes se enfrentaram na fase de grupos e cada uma saiu com uma vitória. Na França, o Marseille venceu por 1 a 0. Na Inglaterra, vitória de 2 a 1 dos Red Devils.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Mundial de Clubes: A final já é histórica


A maior zebra da história do Mundial de Clubes foi uma zebra autêntica. Preta e branca, de origem africana e atropelou, à galope, o seu oponente; o Internacional de Porto Alegre. Antes do jogo, como todos, falei que o Inter deveria ter cuidado. O Mazembe não era bicampeão da África (quatro títulos no total) à toa. Mas, sinceramente, era um pensamento mecânico, igual a entrevista de jogador de futebol. Não acreditava que a equipe congolesa ganharia e, estava já preparando o post para o pós jogo de Internacional x Internazionale. Assim como a equipe de Celso Roth, eu fui surpreendido.

Os fatores que contribuíram para a derrota que deixou todos os colorados vermelhos de raiva e vergonha foram muitos. Falando de maneira simples podemos enumerar alguns: soberba, falta de planejamento de Roth (que teve um brasileirão inteiro para montar uma equipe, e chegou ao mundial sem um time coeso), falta de sorte nas finalizações e, porque não, até a reza dos africanos, que por dois jogos fechou a área defendida pelo exótico Kidiaba.

Brincadeiras à parte, fato é que o Inter perdeu gols imperdoáveis no primeiro tempo. No segundo, sentiu a pressão de ter de resolver logo o jogo, e tropeçou nas próprias pernas. O primeiro tento da equipe africana, feito por Kabangu, desestabilizou ainda mais o time, que após o gol perdido por Giuliano, de cara para a meta, ficou desesperado. O gol de Kaluyituka, aos 40 minutos, foi o tiro de misericórdia. Tudo o que Rafael Benítez, técnico da Inter de Milão, e a FIFA queriam. O Mundial de Clubes nunca mais será o mesmo.

Hoje(15/12), quem entrou em campo foi a supercampeã européia e italiana. A Internazionale enfrentou o Seongnam Ilhwa. Os nerazzuri não tiveram dificuldades para garantir a vaga na final. O jogo começou com um susto. Sneijder saiu no primeiro minuto de partida e engrossou a lista de jogadores no departamento médico. Porém, na jogada seguinte, Stankovic abriu o placar para a Inter.

A equipe italiana passou a administrar a peleja. A Inter não passava sufoco, se assustava somente com as entradas desleais dos jogadores adversários. Aos 32 minutos, Zanetti e Milito fizeram uma belíssima tabela, que culminou no gol do capitão nerazzuri, Zanetti.


Principal nome da final da Champions League, quando marcou os dois tentos da vitória interista, Milito foi o melhor jogador da partida, e seu prêmio veio aos 28’ da segunda etapa. Eto’o recebeu pela direita, avançou e bateu contra o gol. Jung Sung-Ryong defendeu parcialmente. Um pouco desajeitado, porém sem desistir, o atacante argentino aproveitou o rebote para garantir a vaga nerazzuri na final do Mundial de Clubes. A primeira da história sem um Sul-Americano. Em 2000, no mundial realizado no Rio de Janeiro, a final foi disputada por Vasco e Corinthians. Foi a primeira vez que um mundial de clubes foi decidido sem a presença de um europeu.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Premier League: Manchester United vence o Arsenal e volta à ponta


Manchester United e Arsenal se enfrentaram, ontem (13/12/10), no Old Trafford. A partida, válida pela 17ª rodada da Premier League, reunia o líder (Arsenal) e o vice-líder (United, com um jogo a menos). A vitória dos Gunners seria essencial não somente para somar três pontos, mas para acabar com um grande estigma. Nas últimas vezes que enfrentou um adversário do chamado “Big Four”, composto por Manchester United, Liverpool, Chelsea e o próprio Arsenal, a equipe de Arséne Wenger não conseguiu a vitória (exceção feita aos confrontos ante o Liverpool). No final do campeonato, as derrotas acabavam tendo um peso maior para o clube londrino, que não conquista nada desde 2005, quando venceu a Copa da Inglaterra ao bater, nos pênaltis, justamente os Red Devils.

Neste ano o frio chegou mais cedo e forte à terra da rainha, mas o jogo já prometia ser quente. Evra, lateral do Manchester, fez algumas declarações nem um pouco amigáveis sobre o rival. Disse que ninguém se lembraria do futebol jogado pelos londrinos e, ainda, que faltava experiência ao jovem elenco.

Quando a bola rolou, o Arsenal teve uma postura muito fechada, e fez muitas faltas. A dificuldade de jogar sem Fábregas, que estava na reserva e volta e meia no departamento médico, é muito grande. Aos 40 minutos, após jogada de Nani pela direita, o coreano Park Ji-Sung conseguiu, com muito esforço, cabecear a bola para o fundo das redes.

No segundo tempo o Arsenal voltou melhor, mais agressivo. Mas quem teve as primeiras oportunidades foi o time da casa. Aos 54 minutos, Anderson (que fez uma bela partida), tabelou com Rooney e ficou de cara para o gol, mas o goleiro Szczesny evitou o tento. Na jogada seguinte foi a vez do Arsenal perder grande oportunidade, com Chamakh.

Após alguns lances de perigo para o Arsenal, os Red Devils voltaram a dominar a partida. Aos 72 minutos, o bandeirinha viu pênalti de Clichy. Howard Webb consentiu. Rooney estava a um passo de resolver a partida, mas, no maior estilo Roberto Baggio, isolou a bola. O erro não teve maiores consequências, mas é fato que o jogador faz uma péssima temporada. Com a vitória o Manchester United, com um jogo a menos, se tornou o novo líder da Premier League. O Arsenal segue vacilando nos jogos importantes.

*De volta para o passado:


A última vitória Gunner, neste clássico, foi no dia 08/11/2008, quando venceu por 2a 1 no Emirates Stadium pela 12ª rodada da Premier League. Os dois gols do Arsenal foram marcados por Nasri, que vêm fazendo uma excelente temporada 2010/2011. No primeiro, o Francês aproveitou uma sobra de escanteio, bateu forte para o gol e contou com o desvio da zaga. No segundo, bateu forte, da entrada da área. O United diminuiu aos 45 do segundo tempo, com um golaço do brasileiro Rafael.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Calcio: Contra a Lazio, Krasic resolve para a Juventus


Inicialmente a comparação com Nedved era meramente estética, mas, ao longo da temporada, Krasic vêm mostrando na bola que pode ser um novo ídolo da torcida juventina. O sérvio marcou, nos acréscimos, o gol que deu a vitória à Juventus no importante jogo contra a Lazio, válido pela 16ª rodada do Campeonato Italiano. Um golaço!

O embate entre as equipes era de fundamental importância para ambas. Na quarta colocação, com três pontos a menos em relação aos biancocelesti, uma vitória colocaria a "Velha Senhora" na briga pelo Scudetto. Para a Lazio, os três pontos a deixariam a três de desvantagem em relação ao líder, Milan, que venceu por 3 a 1 o Bologna, abrindo seis na tabela. Além disso os romanos não venciam a Juventus há 12 jogos em partidas oficiais. Agora são 13.

O jogo já começou movimentado. Com pouco mais de um minuto, o zagueiro Chiellini, de cabeça, abriu o placar para os bianconeros. Aos 15, Zárate aproveitou a confusão que se instalou na área juventina, após escanteio, e empatou o jogo. A partida seguiu equilibrada até o final do apito do primeiro tempo, mas a Juve teve mais oportunidades de gol.

A segunda etapa seguiu sem grandes emoções, mas a Juventus continuava melhor. A criação do meio-campo da Lazio teve dificuldades com a marcação exercida, principalmente, por Felipe Melo. Del Piero obrigou Muslera a fazer grande defesa, em cobrança de falta no finalzinho do jogo. Aparentemente seria a última chance de gol da peleja. Eis que surge Krasic que, em belíssima jogada individual, deu um toque sutil que enganou Muslera. A vitória deixa o Calcio com três times na vice liderança: Juventus, Napoli e Lazio (30 pontos). O Milan continua no topo, com 36 pontos.

* De volta para o passado:

A última vitória da Lazio sobre a Juventus foi no dia 06/12/2003. Era a 12ª rodada do Campeonato Italiano 2003/2004. O jogo foi realizado no Estádio Olímpico de Roma. Os biancocelesti jogavam com seu tradicional uniforme, a Juventus estava vestida com o histórico uniforme cor de rosa. A partida terminou em 2 a 0 para a equipe romana.

O primeiro gol foi anotado por Corradi, de cabeça, aproveitando o cruzamento de Stefano Fiore, pela direita. No segundo tento da partida, que sacramentou a vitória dos aquilotti, os papéis se inverteram. Corradi , também pela direita, serviu Fiore, que chutou forte contra o gol defendido por Buffon. O que foi, até agora, a última vitória da Lazio sobre a Juve , na época, foi a nona partida de invencibilidade dos biancocelesti contra os bianconeros.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Premier League: Uma rodada de grandes jogos



A 17ª rodada da Premier League, está repleta de jogos importantes. Na próxima segunda-feira, dia 13, Manchester United e Arsenal se enfrentam no Old Trafford. É o duelo do vice-líder contra o líder, e você vai ficar sabendo aqui como foi o jogo. Hoje, já pudemos ver partidas que reúnem bastante tradição e muita história.


O embate entre Stoke City e Blackpool, no Britannia Stadium, reuniu os times do eterno craque inglês Stanley Matthews. O velho Mago do Drible foi o primeiro jogador britânico a receber o título de “Sir”. A partida foi vencida pelo Blackpool, por 1 a 0 (gol de DJ Campbell), clube onde Matthews conquistou seu maior troféu, a Copa da Inglaterra de 1953, no jogo que ficou conhecido como “Matthews Final”. Os Tangerines perdiam de 3 a 1 para o Bolton e , graças a uma atuação espetacular do atleta (na acepção da palavra, pois durante toda sua vida sempre se preocupou com alimentação e preparo físico),em 15 minutos, a partida virou para 4 a 3 e o título ficou com o Blackpool, com Matthews.

Outro jogo que agitou os fãs do futebol na terra da rainha foi entre Newcastle e Liverpool. Em 1996, no Anfield Road, os times protagonizaram uma das partidas mais espetaculares da história recente da Premier League. O Newcastle vivia dias melhores que os de hoje e, apesar de não ter conseguido títulos, brigou pelo topo da tabela na temporada em questão (1995-1996) e na seguinte (1996-1997). Os Magpies ficaram com o vice-campeonato nestes dois anos, atrás do Manchester United. A vitória do Liverpool, maior rival dos Red Devils, foi fundamental para sacramentar o vice-campeonato dos Toons.


No dia 30 de abril de 1996, foi o Liverpool quem marcou primeiro, com Fowler. O Newcastle chegou ao empate com Les Ferdinand, aproveitando jogada pela ponta-direita. Logo depois, Ginola aproveitou contra ataque e virou o jogo para os Magpies. Já no segundo tempo, Fowler voltou a marcar, e devolveu a igualdade à partida. O colombiano Asprilla (sim, ele mesmo!) fez o terceiro do Newcastle.


Porém, a equipe vermelha não carrega a frase “You´ll never walk alone” a toa, e a virada espetacular veio nos pés de Collymore que, ao anotar dois tentos, deu a vitória para o Liverpool. Na temporada seguinte, no dia 10 de março, o resultado voltou a aparecer em Anfield. O Liverpool estava na segunda colocação, cinco pontos na frente do Newcastle. Novamente, os Reds venceram por 4 a 3. Os gols foram marcados na seguinte ordem: McManaman (Liverpool), Berger (Liverpool), Fowler (Liverpool). Gillespie (Newcastle), Asprilla (Newcastle), Warren Barton (Newcastle) e Fowler (aos 90 minutos, Liverpool).

Na presente temporada, a partida realizada no St. James Park hoje (dia 11/12) apresentava equipes passando por momentos inversos. O Liverpool, crescendo na tabela após seu pior começo de campeonato dos últimos 50 anos. A questão financeira do clube era a principal razão da crise. Após indas e vindas judiciais o clube foi comprado pelo grupo norte-americano NESV (New England Sports Ventures), o mesmo que é dono do Boston Red Sox, tradicionalíssima equipe de baseball dos EUA.

O Newcastle vinha fazendo uma campanha digna, acima da expectativa para alguns, após um ano na segunda divisão. Mas não foi o bastante. Mike Ashley, contestadíssimo dono do alvinegro britânico, demitiu o técnico Chris Hughton. A demissão causou a ira dos torcedores, que há tempos clamam pela saída do “owner” do clube. Para o lugar do treinador, veio Alan Pardew. Sua partida de estréia foi hoje, contra o Liverpool, e para sua sorte, os Magpies venceram por 3 a 1, resultado que os colocam na frente dos Reds na tabela, no oitavo lugar.




O jogo foi muito equilibrado, e o fator Andy Carroll foi primordial para a vitória dos Toons. O atacante do English Team deu dois passes para gol (o primeiro de Nolan, o segundo de Barton) e, no final do jogo, acertou um petardo nas redes de Pepe Reina. O gol dos Reds foi de Kuyt, após falha de Sol Campbell. Após a peleja, Joey Barton, autor do segundo gol, dedicou a vitória ao antigo treinador, Chris Hughton.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Sul-Americana: O retorno do Rey de Copas



O pré-jogo foi marcado pelo clima hostil da torcida dos Diablos Rojos de Avellaneda, que fez foguetório na noite anterior à partida e jogou pedras no ônibus do esmeraldino.

Quando a bola finalmente rolou, Independiente e Goiás fizeram um primeiro tempo muito movimentado. Os argentinos preferiram não usar a tradicional camisa rubra (para alívio dos gremistas). Vestiram-se de azul, em um uniforme que remete às origem do clube. Empurrado por sua fanática torcida, o Rey de Copas começou pressionando o Goiás. O ímpeto argentino deu certo e, aos 18 minutos, Velázquez aproveitou rebote de Harlei para abrir o placar no Estádio Libertadores de América. Três minutos depois Rafael Moura, que despertou o interesse de outras equipes portenhas, confirmou sua fase iluminada. O atacante usou a cabeça e empatou o jogo.

O tento esmeraldino poderia ter derrubado o time da casa, mas a equipe do treinador Antonio “El Turco” Mohamed não marcou bobeira. Virou e ampliou o placar com dois gols de Parra. O primeiro tempo terminou com o placar de 3 a 1, resultado que levava a peleja à prorrogação.

Após muita demora, a segunda etapa começou e, durante 30 minutos, o Goiás mostrou toda sua gana para conquistar o inédito troféu. Rafael Moura seguia afim de jogo, e quase marcou um golaço, mas a partida acabou indo para a prorrogação.

O tempo extra seguiu com o esmeraldino melhor. O Independiente não tinha pernas para correr e segurou o resultado o máximo que pôde até a hora da decisão por pênaltis, que acabou chegando.

Na marca da cal dizem que não há favoritos, e neste caso era verdade. Se os Diablos tinham alguma vantagem ela estava na estatura de seu goleiro, Navarro. O Goiás começou a série com Rafael Tolói, que bateu com categoria. Antes, Velázquez, já havia convertido para os argentinos.

Parra, que em situações mais complicadas anotou dois tentos no jogo, não teve maiores problemas para promover o encontro da redonda com as redes, e recolocar os Diablos na frente. Everton Santos e Gracián mantiveram o equilíbrio nos penais.

O momento capital veio na cobrança de Felipe, que entrara no lugar de Otacílio Neto e vinha jogando bem. O atacante acertou a trave direita de Navarro. Matheu colocou o Independiente na frente da disputa. Rafael Moura ainda deu uma sobrevida ao Goiás, mas Tuzzio converteu a cobrança derradeira, e mostrou por que o time é chamado de Rey de Copas. Com o resultado o regulamento inicial do Campeonato Brasileiro é mantido, sendo assim, Grêmio e Flamengo mantém suas vagas para as Copas Libertadores e Sul-Americana, respectivamente.

Champions League: Roma empata mas garante classificação



O futebol europeu é mais evoluído, conta com grandes estádios e os melhores jogadores do mundo. Isso é fato. Mas os problemas de racismo, recorrentes em partidas de futebol no velho mundo, mancham toda essa imagem. Hoje, no empate de 1 a 1 entre Cluj e Roma, pela última rodada da fase de grupos da Champions League, tivemos o desgosto de ver novamente tal cena.

A Roma só não se classificaria para as oitavas-de-final se acontecesse uma catástrofe. Os giallorossi foram até a Romênia enfrentar o Cluj, lanterna de seu Grupo. Com Adriano na reserva, o técnico Cláudio Ranieri escalou o ataque com Totti e Borriello. Após 15 minutos sonolentos, a equipe romana passou a ameaçar mais. Aos 21 minutos, Borriello recebeu pela direita, avançou, e abriu o placar. Com uma marcação bastante forte no meio campo, que empurrou a equipe de Ranieri para sua defesa, o Cluj melhorou na partida e obrigou o goleiro Lobont (que substituía o contundido Júlio Sérgio) a mostrar o seu trabalho. Mesmo assim, o primeiro tempo terminou com os italianos na frente.

Na segunda etapa a Roma começou melhor, mas já antevendo sua classificação, pois o Bayern vencia facilmente o Basel, relaxou em campo. Após muito tentar, o atacante Traoré conseguiu marcar seu tento, aos 43 minutos. O jogador, no entanto, saiu em direção de sua torcida fazendo uma “banana”. O marfinense passou o jogo inteiro ouvindo manifestações racistas de sua própria torcida. Falta saber qual vai ser a punição que a UEFA vai aplicar ao clube romeno. Enquanto a pena for branda, episódios como estes, infelizmente, vão continuar.

A Roma, assim como o Milan e a Internazionale, se classificou com a segunda vaga de seu grupo. A última vez que todos os clubes italianos presentes na Champions League se classificaram na segunda colocação foi na temporada 97-98, com Juventus e Parma.

* Outras partidas:

08/12

Bayern de Munique 3 x 0 Basel
Olympique de Marselha 1 x 0 Chelsea
Zilina 1 x 2 Spartak Moscou
Milan 0 x 2 Ajax
Real Madrid 4 x 0 Auxerre
Shakhtar Donetsk 2 x 0 Braga
Arsenal 3 x 1 Partizan

07/12

Werder Bremen 3 x 0 Inter de Milão
Twente 3 x 3 Tottenham
Lyon 2 x 2 Hapoel
Benfica 1 x 2 Schalke
Bursaspor 1 x 1 Rangers
Manchester United 1 x 1 Valencia
Copenhague 3 x 1 Panathinaikos
Barcelona 2 x 0 Rubin Kazan

*Classificados para a próxima fase.
* Europa League.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Romerito ou Conca? Veja os números dos gringos em 1984 e 2010



A grande coincidência que une os títulos brasileiros de 1984 e 2010, do Fluminense, são os protagonistas estrangeiros da equipe. Em 1984, Romerito veio do Cosmos, dos Estados Unidos, e deu o toque de qualidade que faltava para o então bicampeão carioca alçar vôos mais altos. O paraguaio foi o protagonista do título tricolor e marcou o gol que garantiu o caneco, no primeiro jogo da final vencida por 1 a 0 contra o Vasco.

Em 2010, o argentino Darío Conca foi, sem sombra de dúvidas, o melhor jogador da campanha que deu o tão esperado título ao Fluminense. A regularidade do enganche do Flu não é novidade. Em 2007, quando defendia o Vasco e em 2008 pelo tricolor carioca Conca jogou 30 partidas. Em 2009 esteve em campo em 36, das 38 do campeonato nacional.

Aproveitando a coincidência dos protagonistas sul-americanos, o blog faz um raio-x simples do desempenho dos jogadores no ano em que estes conquistaram o brasileirão.

Romerito (1984):


O campeonato de 1984 teve 26 jogos. Romerito disputou 12 partidas. Esteve presente em 7 vitórias das 15 obtidas pelo Flu, empatou 5 e marcou 5 gols. Seu principal jogo foi a final contra o Vasco, quando na primeira partida marcou o gol da vitória, que deu o título ao tricolor.





Jogos em que marcou:

Fluminense 1 x 0 Vasco (1)
Fluminense 5 x 0 Coritiba (1)
Coritiba 2 x 2 Fluminense (1)
Fluminense 4 x 2 Portuguesa (2)

Conca (2010):


Conca foi o único jogador de linha a disputar todas as partidas do BR-2010. O feito é mais impressionante pelo fato do argentino ser um meio-campista de criação, sujeito a lesões e cartões. O camisa 11 fez 9 gols e deu inúmeras assistências. Disputou 38 partidas, com 20 vitórias, 11 empates e 7 derrotas. Seu principal jogo foi contra o Grêmio, no Engenhão. A partida, válida pela 32ª rodada, foi dificílima e Conca desequilibrou fazendo os dois gols da vitória, o primeiro deles um golaço.

Jogos em que marcou:

Fluminense 2 x 1 Flamengo (1)
Vitória 1 x 2 Fluminense (1)
Fluminense 1 x 0 Avaí (1)
Atlético-PR 2 x 2 Fluminense (1)
Fluminense 2 x 0 Grêmio (2)
Fluminense 1 x 1 Goiás (1)
São Paulo 1 x 4 Fluminense (2)

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

BR-2010: Depois de 26 anos, o Fluminense é o campeão brasileiro



As camisas eram de pano, o mundo ainda era bipolarizado entre EUA e URSS e, pasmem, não existia internet. Muita coisa era diferente. Uma ainda é igual: a paixão do torcedor pelo seu clube. Em 1984, milhões de tricolores comemoraram o título brasileiro, conquistado contra o Vasco, com um gol do paraguaio Romerito. Hoje, 26 anos depois, o torcedor pó de arroz pode soltar o grito, em um mundo repaginado e, cada vez mais, sujeito a grandes mudanças.

O jogo do título, contra o rebaixado Guarani, não teve a carga de emoção de uma final, mas foi muito mais complicado do que se imaginava anteriormente. Os 90 minutos passaram devagar no cronômetro das Laranjeiras. O time de Muricy Ramalho entrou em campo sentindo a grande responsabilidade em seus ombros. A torcida, muito otimista, já havia presenciado duras derrotas nos anos anteriores, nas finais contra a LDU, e não queria ver mais um título escorrendo pela suas mãos. E não viu.

Em campo, o Bugre usava uma marcação forte, principalmente em Conca, mas as limitações que fizeram com que o campeão brasileiro de 1978 fosse rebaixado não deixavam de aparecer. O Fluminense começou a jogar, de fato, a partir dos 35 minutos, mas o primeiro tempo terminou sem gols. A apreensão só não era maior, porque Corinthians e Cruzeiro empatavam seus jogos e, com os resultados, o Flu continuava na ponta da tabela.

A segunda etapa não foi muito diferente. Mas aos 16 minutos, veio o gol histórico. Carlinhos avançou pela esquerda, escapou da marcação e cruzou a bola para a área. Washington desviou a redonda, que encontrou a colorida chuteira de Emerson. O Sheik tratou de promover o encontro da gorducha com as redes, 1 a 0. Coube aos jogadores e torcedores vigiar o tempo e escutar os resultados dos outros postulantes ao título (Cruzeiro 2 x 1 Palmeiras ; Goiás 1 x 1 Corinthians). Aos 47 minutos, o árbitro Carlos Eugênio Símon apitou o fim da peleja pela última vez em sua carreira, o Flu pode comemorar o merecido título brasileiro, e Muricy Ramalho pode homenagear Telê Santana, seu mestre.

A última vez que o Rio de Janeiro teve campeões brasileiros em anos consecutivos foi em 1982-1983-1984. Justamente Com a dupla Fla-Flu.

BOTAFOGO:

O segundo jogo que mais prendeu atenção dos cariocas foi entre Grêmio e Botafogo, em Porto Alegre. A partida valia a quarta colocação no Campeonato. Contando com André Lima, Jonas e Douglas,os protagonistas que ajudaram na impressionante arrancada, da zona de rebaixamento à zona da Libertadores, o Grêmio bateu facilmente o alvinegro, que teve atuação desastrosa.

O Glorioso perdeu por 3 a 0, e poderia ter levado mais. Quem abriu o placar foi o ex-botafoguense André Lima, aos 20 minutos, aproveitando rebote de Jéfferson. Aos 38, Jonas ampliou o placar. O tento, um chute forte, que chegou a beijar a trave antes de entrar, foi o de número 75 do atacante com a camisa do Imortal. Renato Gaúcho, atual técnico e maior ídolo da história do clube, tem 74.

Logo no início da segunda etapa, Jéfferson afastou mal a bola da defesa. Ela parou nos pés de André Lima que, com facilidade, driblou o goleiro e tocou para Douglas marcar, 3 a 0. Vitória fácil do Grêmio, que poderia ter feito mais. A importância deste jogo será avaliada somente no dia 8, quando Independiente e Goiás jogarem a grande final da Copa Sul-Americana. Apesar do fim de temporada decepcionante, o Botafogo fez sua melhor campanha desde que foi campeão, em 1995.

VASCO:

Uma vitória tranquila assegurou a vaga do Vasco para a próxima Copa Sul-Americana. O técnico PC Gusmão reencontrou, em São Januário, o Ceará, último time do treinador antes de assumir o cruzmaltino.

Sem muito apelo emocional, o jogo foi tranquilo, assim como a vitória do Gigante da Colina. Quem abriu o placar foi Dedé, aos 31 do primeiro tempo, coroando seu excelente campeonato. O zagueiro aproveitou a cobrança de escanteio, e de cabeça, deixou sua marca. Muito desfalcado, o time vascaíno tinha dificuldade no entrosamento, e o jogo era ditado muito mais pela disposição do que pela técnica.

O segundo do Vasco veio logo aos 2 minutos da etapa derradeira. Após confusão e bate-rebate na área cearense, a bola sobrou para Bruno Paulo, que fez o seu primeiro com a camisa cruzmaltina. E o jogo ficou nisso. Vasco 11º colocado em sua temporada de retorno à primeira divisão.

FLAMENGO:

As duas equipes, que decidiram o Campeonato Brasileiro de 1983, fizeram na Vila Belmiro uma partida só para cumprir tabela. Flamengo e Santos entraram em campo pensando no futuro, na próxima temporada. Prova disso foi a escalação do rubro-negro, que contava com alguns jogadores pouquíssimos utilizados em 2010.

O jogo, como era de se esperar, não foi bom. Para piorar, faltou emoção... e gols. Um zero a zero sem graça, que deu ao Flamengo a 14ª colocação no campeonato, um resultado catastrófico para quem na última temporada comemorava o título nacional. Resta ao Fla, agora, se unir ao Grêmio e secar o Goiás na final da Sul-Americana. Caso o esmeraldino perca o título continental para o Independiente, o time da Gávea terá como prêmio de consolação uma vaga na Copa Sul-Americana.

* De volta para o passado:

A última rodada do BR-2009 apontou o Flamengo como grande campeão. O rubro-negro lotou o Maracanã para ver a vitória ante o Grêmio, por 2 a 1. Muito se disse sobre o entrega-não-entrega, já que o Internacional, grande rival do tricolor gaúcho, era um dos postulantes ao caneco. Dentro de campo, o Grêmio foi quem abriu o placar, com Roberson, aos 21 minutos. Aos 29, David empatou e aos 24 do segundo tempo, Ronaldo Angelim desferiu a cabeçada que deu ao Fla o título de 2009.

No Engenhão, o Botafogo jogava sua vida na Série-A. O alvinegro contou com a ajuda de sua torcida para enfrentar o Palmeiras. A vitória por 2 a 1, garantiu o Glorioso na Série-A e tirou do Palmeiras a chance de disputar a Libertadores. Wellington e Jóbson marcaram pelo alvinegro. Robert, na última jogada da partida, descontou para o alviverde.

Se o Fluminense não jogou uma grande final para ser campeão em 2010, o título de hoje veio graças a uma arrancada, e um empate, em 2009. O “Time de Guerreiros” de Cuca foi a Curitiba enfrentar o Coritiba, e precisava de um empate para não ser rebaixado. O Coxa tinha que vencer para continuar na Série-A. O empate por 1 a 1, com gols de Marquinho (Fluminense) e Pereira (Coritiba), garantiu o Flu na elite do futebol brasileiro. Com o rebaixamento do Coxa, seus torcedores invadiram o campo, e o clube (que hoje, com dignidade foi campeão da Série-B) levou uma grande punição.

Pela Série-B, o Vasco, pensando já na primeira divisão, perdeu para o Ipatinga por 2 a 0. O resultado garantiu o time mineiro na segundona. Os gols foram de Amilton e Thiago Mathias

sábado, 4 de dezembro de 2010

Calcio: Hernanes "Il Profeta", o protagonista da Lazio



Quando Hernanes saiu do São Paulo para a Lazio, eu não esperava que o meio-campista responderia tão bem em seu ano de estréia nos gramados europeus. Alguns achavam até que o momento dele já havia passado, mas a transferência deu certo e o jogador, chamado de “Il Profeta” pelos tifosi biancocelesti, vêm fazendo sua melhor temporada. No jogo contra a Internazionale, pela 15ª rodada do Campeonato Italiano, Hernanes fez sua melhor partida no ano.

Jogando no Estádio Olímpico de Roma, a Lazio enfrentou a equipe do (cada vez mais) ameaçado Ráfa Benítez, que entrou em campo repleta de desfalques. Uns cumpriam suspensão (Eto’o), outros estão no departamento médico (Thiago Motta, Júlio César...). Foi a última partida da atual pentacampeã do cálcio antes de viajar para a disputa do Mundial de Clubes da FIFA. A “despedida” não foi nada boa.

Aos 26 do primeiro tempo, Biava incorporou Renato Gaúcho e, de barriga, abriu o placar para o time da casa. Na segunda etapa, Hernanes, que já havia participado da jogada do primeiro gol, fez um lançamento excepcional para Zárate, que colocou a gorda no fundo das redes de Castelazzi, com categoria. Com muita luta, Pandev conseguiu diminuir para os nerazzuri aos 29’.

Coroando sua grande exibição, Il Profeta deixou sua marca no final da partida. O ex-sãopaulino encheu o pé para bater a falta que foi morrer no canto de Castelazzi. A última vitória da Lazio sobre a Internazionale tinha sido no dia 21/12/2003. Com os três pontos somados, a equipe da capital segue na vice-liderança. O líder é o Milan, que hoje não teve dificuldades para vencer o Brescia. Boateng, Robinho (que vai jogando cada vez melhor), Ibrahimovic (golaço) marcaram os gols na vitória rossonera.

A Juventus, terceira colocada, joga amanhã (5) contra o Catania no Angelo Massimino.

A Roma, com Adriano em campo, abriu dois gols (ambos de Fábio Simplício) mas permitiu a reação do Chievo, que chegou ao empate no final do cotejo.

Última rodada do BR-2010:



Pré-Jogo:

O Fluminense joga contra o Guarani, no Engenhão, e vive a ansiedade do título. Da mesma maneira como vimos na final da Libertadores da América, em 2008, muita confusão para o torcedor pó de arroz conseguir seu ingresso. Uma vergonha. Mas a nova “farra dos ingressos” não vai manchar a festa dos tricolores, que após 26 anos poderão bater no peito e falar “sou campeão brasileiro!”. Muitos vêm dizendo sobre a polêmica mala branca, que será (ou já foi) oferecida ao Bugre. O time, que ainda estará desfalcado, é muito inferior ao de Muricy Ramalho. Não acredito que o dinheiro, neste caso, fará milagre.

Flamengo e Vasco procuram somente a confirmação da vaga na Sul-Americana. O Fla entra com uma equipe cheia de mudanças no jogo contra o Santos, na Vila Belmiro. Nas duas últimas vitórias do rubro-negro na casa do Peixe, Vanderlei Luxemburgo estava presente. Em 1976, quando jogava pelo Fla, Luxa marcou o gol da vitória rubro-negra, em um amistoso. No ano passado o treinador comandava o Santos, na derrota para o Flamengo. O Vasco enfrenta, em São Januário, o Ceará (ex-time de PC Gusmão) que, com um ponto a mais, está na frente do cruzmaltino.

Grêmio e Botafogo farão, em Porto Alegre, um jogo que promete bastante emoção. As duas equipes irão decidir quem ficará com a quarta posição na tabela e, consequentemente, quem vai secar o Goiás, no dia 8, quando o esmeraldino enfrentar o Independiente, pela final da Sul-Americana. Será um duelo de “velhos conhecidos”. Pelo tricolor gaúcho, Rafael Marques e, mais recentemente, André Lima já atuaram pelo Glorioso. Já o Botafogo conta com Dani Morais e Marcelo Cordeiro que, por serem vinculados ao Internacional, prometem entrar com sangue nos olhos em nome, também, da rivalidade.