O Moleque da Vila

Apesar das más atuações no pós copa, o Santos era e ainda é o favorito para ganhar a Copa do Brasil. Ontem, o time praiano finalmente voltou a jogar um futebol vistoso, com uma ótima atuação de P.H. Ganso, mas não acertou o pé nas finalizações.

Não é a toa que o primeiro gol do peixe foi feito de barriga, por Neymar. O jogo seguia e o Santos continuou a pressionar, pois sabe que precisa de vantagem para o jogo final no Barradão. Neymar, autor do gol e um dos melhores do time até então sofreu um pênalti, que seria batido por ele mesmo. É aí que mora o episódio central da partida, e que mostra que Neymar tem que baixar um pouquinho a sua crista (ou moicano).

O atacante bateu com a chamada "cavadinha", no maior estilo Loco Abreu, e o goleiro Lee, que ficou parado no meio do gol fez a defesa do que pareceu ser um pênalti ridículo.

A "cavadinha" é uma cobrança arriscada, e quando convertida todos levantam, batem palma e elogiam a coragem do batedor. O problema neste caso não foi o tipo de cobrança que foi feita, e sim o cobrador. Neymar é ótimo jogador, mas tem uma cabeça muito pequena e gosta de brincar muito. Por ter este perfil, todos já sabiam que ele faria tudo, mas não bateria o pênalti de forma clássica, séria.

A maneira com a qual o jogador santista correu para a bola já mostrava que ele se preocupava muito mais com a plasticidade, com sua imagem, do que com o jogo em si. Sorte a dele que Marquinhos, de falta, marcou o segundo tento, aumentando a vantagem do Santos para o próximo jogo, na Bahia.

Neymar tem que entender que um jogador diferenciado como ele, não vira um craque de bola somente por fazer o que é diferente toda hora. Um grande jogador sabe simplificar e ser efetivo quando é necessário, e isso seu companheiro de time P.H. Ganso já demonstrou, e por isso é considerado mais maduro e mais preparado como jogador.

A Vantagem Colorada

Jogo muito bom válido pelas semifinais da Libertadores da América entre Internacional e São Paulo, os últimos brasileiros campeões desta competição. Em 2006, na final à brasileira disputadas pelas mesmas equipes, a partida foi decidida em Porto Alegre. Quatro anos depois, o mata-mata derradeiro entre as equipes será em São Paulo.

O Inter, pela qualidade de seu elenco e pelo fator casa, tinha tudo para começar pressionando o time paulista com toda sua força. E foi isso que fez, mas esbarrou no “ferrolho” tricolor, uma ótima partida dos zagueiros são paulinos. No entanto, se a defesa funcionava bem, o ataque deixava a desejar, principalmente na construção dos contra ataques.

O técnico Celso Roth, em busca de alternativas para melhorar o poder de decisão de seu time fez a substituição fundamental para a história do jogo, tirou Andrezinho e colocou Giuliano, que marcou o gol da vitória colorada. O jovem valor do Internacional foi muito mais efetivo do que Andrezinho. Ainda em busca de uma vantagem maior o time vermelho ainda contou com a participação de Rafael Sóbis, principal figura do título de 2006.

Adiós, Raul!

Hoje é um dia histórico para o Real Madrid. O seu maior xodó dos últimos anos, cria do Bernabéu e que parecia que nunca deixaria o clube merengue, finalmente vai colocar um clube novo em seu curriculum. Raul começou a jogar, ironicamente, nas categorias de base do Atlético de Madrid, o rival local, mas devido as dificuldades que o clube teve para administrar sua base, o menino acabou migrando para o Real Madrid, onde graças aos seus gols, e ao amor dedicado ao clube, virou um dos maiores ídolos e artilheiros.

Raul é um mito de Madrid, mas também é um símbolo da época em que o futebol espanhol não ganhava nada com a seleção. O jogador sempre foi muito supervalorizado, não era e nunca foi o grande craque que a imprensa espanhola achou que ele fosse, mas foi muito efetivo e sabia/sabe fazer gols ( tarefa que devia ser um pouquinho mais fácil que o normal, devido aos jogadores que atuaram com ele no time).

Nos últimos anos, principalmente no último, quando o Real Madrid iniciou sua "segunda era de Galáticos" era notável que a figura antes intocável, quase sagrada, de Raul ficava fragilizada. Mas sempre quando uma história chega ao fim, as lembranças dos melhores dias voltam à tona, e neste caso não é diferente. Iker Casillas, Van Nistelrooy, Hierro, Jorge Valdano, o presidente do clube Florentino Pérez, e até a nova estrela da companhia, Cristiano Ronaldo deram declaraçõs que mostram todo o respeito e gratidão pelos feitos do atacante espanhol. E hoje, em uma emocionada entrevista, o atacante colocou um ponto final em sua história como jogador do Madrid ao anunciar sua transferência para o futebol alemão, onde vai defender ouro time de fanáticos torcedores, o Shalke 04.

Confesso que nunca gostei muito de ver o Raul jogando no Madrid, mas vejo com simpatia ele atuando pelos azuis da Alemanha, que amarguram mais de 50 anos de jejum no campeonato alemão, e que agora ganham um finalizador experiente e vencedor, que pode quebrar com esta escrita.

A Cariocada...

O Corinthians retomou a liderança na 11ª rodada, a última com a participação de Mano Menezes, que aceitou a louca oportunidade de ser o treinador da seleção brasileira até a copa de 2014.

Dentre os cariocas só o Vasco se deu bem. Venceu o Atlético-GO por 2 a 0 em São Januário e conseguiu sair da zona da degola, que acolheu outro alvinegro carioca, o Botafogo. O time da estrela solitária enfrentou o então líder Fluminense no chamado "clássico vovô". O tricolor estava embalado com as últimas vitórias e com o "dia do fico" do técnico Muricy Ramalho, e era o favorito no clássico, mas o jogo terminou empatado em 1 a 1, um dos melhores jogos do campeonato mas que deixou evidente a falta de preparo dos árbitrs brasileiros, principalmente da Federação do Rio.

Em Porto Alegre o Internacional recebeu o Flamengo, invicto no pós-copa, com um time misto. O rubro-negro começou assustando o time colorado, mas logo na sequência Táison acertou um lindo chute que morreu nas redes do goleiro Marcelo Lomba ( que assustou seus torcedores quando resolveu sair jogando com a bola no pé). Os dois times tiveram outras oportunidades para marcarem, especialmente o Flamengo, com um perigoso cruzamento de Petkovic, que complicou a vida do goleiro Lauro, mas no final das contas o Inter bateu o Flamengo, e é favorito nas semi finais da Libertadores contra o São Paulo, que perdeu mais uma, dessa vez para o Santos no "Sansão".

Toco!

Dia de muitas notícias para a seleção brasileira, e de mais uma derrota para Ricardo Teixeira. Pela manhã veio a notícia de que o técnico da seleção seria Muricy Ramalho, e hoje mesmo, no post que analisava de maneira rápida os jogos dos times cariocas no Campeonato Brasileiro, eu já considerava que o treinador do Fluminense já era dado como certo na CBF. Pois eu, e grande parte dos sites que davam como certo a contratação do treinador por parte da CBF se enganaram.

Em entrevista coletiva realizada nesta tarde os dirigentes do tricolor carioca negaram a saída do comandante, deixando claro que Muricy irá cumprir o seu contrato, o que mostra que neste ano o Fluminense está tendo a postura que sempre lhe faltou, principalmente desde quando a Unimed assumiu o clube.

Em 4 meses esta é a terceira grande derrota de Ricardo Teixeira, que perdeu a Copa, o "Piritubão", e agora o técnico. E o Fluminense ganha mais força e moral para o restante da temporada.

A décima rodada do brasileirão terminou ontem, e como previsto aqui mesmo, o Fluminense assumiu a liderança após vencer o Cruzeiro por 1 a 0, em jogo muito equilibrado no Maracanã. O tricolor foi o único clube carioca que conquistou os tão preciosos 3 pontos nesta rodada. Os demais conquistaram somente empates. Mas olha como é o destino, logo quando consegue virar líder, o time das laranjeiras acaba de perder o treinador Muricy Ramalho para a CBF. Realmente é uma perda grande, cabe ver como os atletas vão reagir a isso nas próximas semanas.

O Flamengo empatou em casa com o Avaí após jogar mal mais uma partida, o rubro-negro precisa reforçar seu ataque urgentemente. Um alento para seus torcedores foi a terceira boa partida consecutiva de Marcelo Lomba no gol, placar final, 1 a 1.

O jogo entre Grêmio e Vasco, um jogo feio, que mais parecia pólo aquático, também terminou com um gol para cada lado. O Botafogo, após estar perdendo por 2 a 0, reuniu forças e usando sempre a bola aérea conseguiu empatar o jogo contra o Palmeiras, realizado no Pacaembu. A partida, que decidiu o campeonato brasileiro de 1972, deixou mais uma vez evidente as falhas na defesa alvinegra. De positivo para a estrela solitária, a partida de Jóbson, melhor em campo pelo Botafogo - mas acabou sendo expulso injustamente no final do cotejo. O jogo também mostrou que, se falta qualidade no meio campo e na zaga, sobra ao menos nas jogadas aéreas, e isso porque Loco Abreu ainda não chegou.



No futebol internacional, de notícias significativas só temos o gol, e a bela partida realizada por Thierry Henry, em sua estréia pelo NY Red Bulls. O time nova-iorquino perdeu por 2 a 1 para o Tottenham.

A décima rodada do brasileirão começa hoje. E a minha aposta é a que o Fluminense, mesmo enfrentando um adversário de mais peso, o Cruzeiro, vai assumir a ponta. O líder Corinthians joga contra o Atlético-GO em Goiânia. Minha aposta está baseada fundamentalmente em uma coisa: o poder ofensivo. Enquanto o “jabulanesco” Ronaldo não entra nunca em campo, Fred sempre vai marcando os seus gols, com a ajuda dos garçons tricolores que o servem.

A janela está aberta e o vento está forte! Muitas especulações sobre contratações no velho continente. Na Espanha o Barcelona faz cada vez mais força por Fábregas. Segundo Xavi, meio campista da equipe, a contratação do meia é somente uma questão de tempo, “ Se não vier nesta temporada vem na próxima”. O clube catalão tem como reforços para a próxima temporada o atacante campeão do mundo David Villa, e o lateral brasileiro Adriano, que jogava no Sevilla, e usará a camisa 21. Em Madrid, como sempre uma avalanche de especulações. Hoje, segundo o jornal Marca, a diretoria merengue fará uma ofensiva final para contratar Maicon.

Na Inglaterra o Liverpool apresentou o meia Joe Cole, ex- Chelsea, que usará a camisa 7. O jogador assinou contrato de 4 anos, e tinha propostas do Arsenal e Tottenham. Ainda hoje, o Arsenal confirmou a venda do brasileiro-croata Eduardo da Silva para o Shaktar da Ucrânia por 6 milhões de libras.

Na velha bota as transferências estão mais caseiras, fruto da nova política de contratações imposta dela federação italiana, que busca revelações que possam apagar a imagem deixada pela Esquadra Azzurra na última Copa.

A antítese do que acontece na Itália, acontece na Alemanha. A Bundesliga, o campeonato alemão, que só não conquistou uma vaga a mais na Champions League para esta temporada devido à vitória de um clube italiano, já é uma das mais ricas da sua história, e conta com a presença de vários jogadores, tidos como revelações na Copa. O futebol alemão vai crescendo cada vez mais...

Pintou o Campeão?

Eu sei que é muito cedo para apontar o time que será o campeão, afinal de contas estamos indo para a décima rodada ainda, mas esse time do Fluminense, que ganhou hoje do Santos na Vila Belmiro está pintando como grande favorito. O tricolor passa a ser o vice-líder, atrás do Corinthians, que vem encontrando dificuldades em seus jogos. O favoritismo que eu estou atribuindo não é fruto somente só futebol apresentado pelo tricolor carioca, mas sim pelo seu plantel de jogadores, um jogador de meio campo como Conca, um atacante como Fred, e a chegada de Belletti e Deco. E tudo isso com o técnico Muricy Ramalho no comando.

Falando sobre a situação dos outros cariocas é uma tarefa dolorosa. O Flamengo, apesar da situação conturbada, está ganhando, mesmo apresentando um futebol ruim, no final das contas isso é sempre bom, e o rubro negro vai somando pontos. Mas ver o time jogar está sendo uma tarefa bem chata.

O Vasco ganhou um jogo que não poderia perder, mas o time preocupa muito ainda. Falta qualidade ao time da colina. O Botafogo vem comprovando que o campeonato carioca só ilude. Mas o que impressiona é que o sistema defensivo, outrora uma das especialidades do “professor” Joel, está uma peneira. O meio campo não existe, e os atacantes só caem. Os alvinegros vão ter que melhorar muito se quiserem um ano mais tranquilo do que 2009.

O Campeonato Brasileiro voltou após um mês parado, já estava dando saudades. O retorno foi marcado por bons jogos, mas a falta de ritmo de jogo ficou evidente na maioria das pelejas, o que é natural, diga-se de passagem. Nos 30 dias de paralisação, devido a Copa do Mundo, os times aproveitaram para fazer amistosos, mas como Didi dizia, “treino é treino, jogo é jogo”.

Mas valeu pelo bom número de gols, e pelos jogos abertos. No final desta oitava rodada poucas modificações. O Corinthians, mesmo empatando com o Ceará, continua na ponta da tabela. Isto porque o Fluminense vacilou no Maracanã e só empatou com o Grêmio Prudente. Aliás, os cariocas deixaram a desejar, o único que conquistou os três pontos foi o Flamengo, que ganhou o Botafogo num jogo de nível técnico deplorável.

No velho continente as notícias de contratações vão esquentando a temporada 2010/2011, assim como as especulações. Sobre isso prefiro escrever quando a janela de transferências se encerrar, mas times como Manchester City estão prometendo uma ótima temporada.

E o Futebol Agradece...

Antes da final de hoje, eu ainda não havia escolhido um time para torcer neste jogo. As duas equipes pelas quais eu torcia conseguiram chegar à finalíssima, eram os melhores times não só da Copa ( talvez a Holanda, especificamente desta Copa, não tenha sido melhor do que a Alemanha, mas como os dois não se enfrentaram na África não vamos ficar sabendo), como da Europa nos últimos tempos.

O argumento que sustentava minha torcida pelos laranjas e pelos espanhóis era o seguinte: a Holanda merecia devido à sua história, para fazer jus a camisa vestida por Neeskens e Cruijf. A Espanha pelo futebol mais bonito dos últimos tempos, pelos craques do time azul-grená da Catalunha, no qual Cruijf é também ídolo. Aliás, o neerlandês tem sua dose de responsabilidade neste estilo de jogo da camisa “roja”, o eterno craque não é somente ídolo do Barcelona, é também treinador da seleção da Catalunha.

Quando o jogo começou, pude ver dois estilos distintos em campo, a Espanha sempre com a bola, e a Holanda distribuindo pontapés. Chegou até a lembrar do jogo entre a própria Holanda e Portugal em 2006, que ficou conhecido como “A Batalha de Nuremberg”, o jogo com mais cartões distribuídos em Copas do Mundo. Não demorou muito para eu começar a cornetar e a torcer pelos espanhóis. O jogo em si foi feio, truncado, com muitas faltas. Mas valeu pela emoção. Os gols perdidos por ambos os lados poderiam ter definido o vencedor, mas os goleiros apareceram bem em todos os lances ( contando também com a falte de um “toque especial” pela parte dos finalizadores).

A Espanha mereceu o título pelo que apresentou ao longo dos quatro anos que se seguiram depois do título italiano de 2006. Principalmente depois de conquistar o campeonato europeu em 2008, quando a Fúria somou seu segundo título continental, contra somente um da Holanda. Pelo peso dos títulos, já poderíamos considerar a camisa vermelha mais pesada, mas a memória do Carrossel Holandês do técnico Rinus Michels deve ser difícil de ser tirada da memória dos comentaristas mais velhos, e de quem gosta de ver o videotape dos jogos.

Voltando ao jogo, mais precisamente para parte que interessa, Iniesta, que esbanjou categoria ao longo da peleja, mas também irritou por não finalizar quando teve a chance, fez o gol da vitória, num passe de Fábregas. 1 a 0 na prorrogação, o que comprovou a eficiência e o conhecimento de futebol do.....Polvo Paul! Parabéns para a Fúria, que não perdeu tempo e já costurou sua merecidíssima estrela.

A Holanda, apesar dos craques Sneijder e Robben, não deixou de ser novamente vice-campeã, e herdou a frase que era até então atribuída à seleção espanhola: Jogaram como nunca, perderam como sempre.

Algumas Curiosidades do jogo:

- Casillas é o segundo goleiro a levantar como capitão a Taça FIFA, o primeiro foi Dino Zoff em 1982.

-A Espanha, apesar do futebol bonito e envolvente, é o campeão do mundo com pior ataque, reflexo da falta de chutes ao gol.

-A Fúria é também a primeira seleção européia a ganhar o torneio fora do velho continente.

- Pela primeira vez desde 1954, um time jogou a final da Copa com a numeração de 1 a 11, a Holanda.

-Com o título de hoje a Espanha é o primeiro campeão a perder o jogo de abertura, perdeu de 1 a 0 para a Suíça.

-Heitinga é o segundo jogador a ser expulso por um segundo cartão amarelo em finais de Copa, o primeiro foi o francês Desailly em 98.

-A Espanha marcou pela primeira vez um gol em prorrogações de Copas do Mundo.

E o Polvo acerta denovo!

O jogo entre Uruguai e Alemanha fez jus à boa média de gols nas partidas que marcam a disputa do terceiro colocado na Copa, 3 a 2 para os germânicos, com direito a vira-vira. A Alemanha, melhor ataque do torneio, venceu merecidamente o jogo, contando com uma atuação bisonha do goleiro “muy” amigo Muslera, na pior atuação de um arqueiro nesta Copa. O camisa 1 foi o principal culpado pela derrota, que já havia sido prevista pelo oráculo do futebol, Paul, o polvo.

O primeiro gol foi feito pela revelação Müller, aproveitando o rebote dado pelo goleiro uruguaio no forte chute de Schwesteiger. O empate celeste veio com Cavani, que em jogada rápida recebeu ótimo passe de Suárez (como fez falta contra a Holanda!) e tocou na saída de Butt.

A partida seguia muito disputada, e num lance de muita raça, Arévalo Rios cruzou com categoria para Forlán, que de forma primorosa acertou um belo voleio virando o jogo para o Uruguai, golaço.Eis que em mais um vacilo de Muslera, Jansen escorou de cabeça o gol do empate germânico, que na etapa final, aproveitando nova falha da defesa uruguaia virou a partida.

Ainda no final, no último lance, Forlán mais uma vez bate uma excelente falta, que caprichosamente explode no travessão, deixando os uruguaios novamente com a 4ª colocação, que não vinha desde 1970, em jogo contra a própria Alemanha.

Uma final inédita na África do Sul, na qual qualquer que seja o vencedor o futebol vai agradecer. O jogo que classificou a Espanha para a final foi um dos melhores da Copa. A favoritíssima Alemanha, que vinha matando impiedosamente todas as grandes seleções que enfrentava, pereceu diante da camisa “Roja”, que nos últimos anos ganhou um peso a mais. A Fúria, após exibições que eram somente eficientes, finalmente jogou o futebol que dela se esperava, indo pra cima e buscando a vitória em todos os momentos. Ganhou pela segunda vez consecutiva a seleção germânica, 1 a 0, golaço do catalão Puyol.

A lista de campeões do mundo já ganha seu oitavo membro, já era hora. Desde 1978 na Argentina que não temos uma final entre dois países que nunca ganharam um mundial. Na oportunidade os argentinos venceram exatamente a seleção laranja. A Holanda sempre que chegou na final, jogou contra a seleção da casa, desta vez isso não acontece, a Espanha perdeu por 1 a 0 na primeira rodada para a Suiça, nunca um campeão do mundo começou a Copa perdendo. Será que é um bom sinal para os holandeses? No momento, a única autoridade em adivinhar alguma coisa no futebol é o polvo Paul, vamos esperar uma posição dele.

Gladiadores Celestes

Jogaço entre Uruguai e Holanda, os laranjas chegam mais uma vez às finais da Copa do Mundo após vencerem por 3 a 2. Linda partida, mostrou toda a dignidade da campanha uruguaia na Copa. Muitas vezes ouvimos o termo “raça” e “guerreiro” para definir o time celeste. Eu digo mais, o Uruguai apresentou um time de gladiadores em campo, um time que acrescenta um peso a mais nas entranhas do tecido que constrói a camisa bicampeã mundial. Eu falo de gladiadores pois a história contada no filme de Ridley Scott bate com a história uruguaia na África do Sul.

A Celeste Olímpica tem um passado de glórias, era uma gigante entre as seleções. Com o passar dos anos esse conceito foi caindo, assim como a força do futebol uruguaio, que passou a ser visto com desconfiança, e até indiferença, até sua apresentação na Copa de 2010. Contrariando todos os prognósticos a celeste fez a melhor campanha entre os times sul americanos, demonstrando muita garra, e alguma habilidade, principalmente nos pés de Forlán e Suárez. Mas desde o início a admiração conquistada pela seleção azul-clara era a de reconhecer a dignidade com a qual jogou, sempre sabendo que ela prometia ficar pelo caminho. O que de fato aconteceu hoje. Após uma partida equilibradíssima a celeste surpreendia no jogo, sendo algumas vezes até melhor que a Holanda, isso até levar o segundo gol dos pés de Sneijder, num lance no qual o bandeirinha poderia marcar impedimento devido à posição de Van Persie.

No filme gladiador, Maximus, interpretado por Russel Crowe era um dos principais generais de Roma, com muitas glórias conquistadas, mas acabou se tornando escravo, gladiador. Após indas e vindas, ele consegue retomar destaque considerável quando todos achavam que já estava morto. Morte que estava já anunciada desde o início da película, que mostrava Maximus no caminho de encontrar sua família no paraíso, o que de fato acontece após uma morte digna, na qual mesmo apunhalado faz um grande duelo e morre com honra, e com o reconhecimento e respeito de todos.
Sobre os holandeses, chegaram merecidamente à final, agora é ver se conseguirão superar os feitos da histórica seleção que jogou entre 1974-1978 ou se ficarão mais uma vez com o vice campeonato.

Holanda:
Os laranjas podem chegar a sua terceira final de Copa, não ganharam nenhuma. Em 1974 encantaram o mundo com o time que ficou conhecido como “Carrossel Holandês”, mas perderam a final contra o forte time da Alemanha. Em 1978 a história se repetiu desta vez contra a seleção dona da casa, Argentina, num dos mundiais mais polêmicos da história.

Os holandeses, a partir de então, ganharam o respeito do futebol mundial, e sempre que participam da Copa do Mundo são tratados desta forma. A atual seleção conta com dois craques, Sneijder e Robben, principais nomes de Internazzionale e Bayern de Munique respectivamente, finalistas da UEFA Champions League, mas jogam de uma maneira mais burocrática do que nunca, com uma defesa baixa, porém eficiente. Sneijder e Robben são as principais armas e esperança da Holanda, que conta também com a disposição e entrega de Kuyt, que espera ver o bom futebol de Van Persie, e ainda tem no banco a aposta Elia, opção para um jogo rápido e ofensivo.

Uruguai:
A camisa celeste volta a demonstrar seu peso em Copas do Mundo, e num momento em que não se apostaria muito nela. Classificou-se na partida de repescagem contra a Costa Rica, e foi quebrando jejum atrás de jejum na África do Sul. O ano de 2010 já pode ser considerado como um dos melhores anos para o futebol dos uruguaios, além de igualar até agora a boa campanha da Copa de 1970, seus jogadores têm conquistado vitórias por seus times. Loco Abreu foi campeão estadual pelo Botafogo, cobrando o pênalti que deu a vitória ao time alvinegro, Forlán foi o principal nome do Atlético de Madrid, campeão da Liga Europa desta temporada, e também marcou o gol do título, na prorrogação contra os britânicos do Fulham. Luis Suárez, o mão santa, foi o artilheiro do Ajax no campeonato holandês, com a incrível marca de 29 gols em 48 jogos. O salvador Uruguai não joga a partida contra o país no qual joga, Loco Abreu pode entrar em seu lugar, e caso isso aconteça, o ataque celeste fica muito mais lento, porém ganha muita força no jogo aéreo, que pode ser uma opção já que a defesa holandesa é de baixa estatura.

Não sei se foi a forte carga de emoções durante o jogo entre Uruguai e Gana, válido pelas quartas de finais da Copa do Mundo, mas durante estes últimos dias eu infelizmente fiquei sem internet, logo não pude atualizar em tempo o blog, nem o twitter (@ambrosiotauan) a única coisa que eu fiz foi me estressar com a Oi. Os jogos que classificaram os semifinalistas foram inesquecíveis. A começar com o jogo entre Brasil e Holanda, sobre o qual já falamos por aqui. A atuação esplendorosa da Alemanha na goleada de 4 a 0 sobre a Argentina de Maradona, (show do time de Joachim Low, que joga o futebol mais bonito da competição, e favorito ao título) também impressionou, não pela vitória, mas principalmente pelo placar elástico.

A partida entre uruguaios e ganeses, como dito anteriormente, foi o jogo mais emocionante da Copa, com roteiro digno de filme de sucesso, sendo finalizado apoteoticamente com o “golaço” de pênalti do “muito” Loco Abreu. E a até então chata partida entre Paraguai e Espanha teve um segundo tempo agitado, principalmente pelas lambanças do árbitro Eddy Maillet. Os paraguaios fizeram um papel digníssimo e alcançaram sua melhor marca nos mundiais, os espanhóis se classificam pela primeira vez para uma semifinal de Copa (em 1950 chegou em 4º lugar, mas a disputa era diferente, então a “Fúria” disputou um quadrangular final) jogando muito menos do que se imaginava, e talvez até por isso colocando em cheque o famoso jargão que parecia impedir a classificação da “Fúria” para as semi: “jogou como nunca e perdeu como sempre”.

O primeiro tempo apresentado pelo Brasil hoje foi o melhor da seleção na Copa, ao passo que o jogo neerlandês era uma decepção. Felipe Melo, jogador contestado e sempre arrogante deu um passe primoroso para Robinho marcar o primeiro tento do jogo. Após isso o time perdeu muitos gols, perdendo também a oportunidade de fechar o caixão, e o futebol não perdoa.

A seleção jogava de cabeça quente, reclamando muito de tudo, demonstrava nervosismo, era a imagem do seu treinador. Robinho e Felipe Melo na segunda parte eram só gritos e cara feia, e muito pouco futebol. A Holanda chegou ao empate num chute de Sneijder, desviado por Felipe Melo, que se atrapalhou com Júlio Cesar. Após o empate, os laranjas tomaram conta do jogo e do meio campo. O Brasil jogava feio, recuado, não se encontrava na partida, exceção feita para jogadores como Kaká e Juan. Então, em um escanteio, desviado no primeiro pau por Kuyt, o pequeno Sneijder só escorou de cabeça, sozinho, para o fundo das redes. Foi o golpe que faltava para acabar com o psicológico do time de Dunga. Felipe Melo, personagem do jogo, perdeu a cabeça e foi expulso, nenhuma novidade nisso, todos que assistem o campeonato italiano sabem disso.

Daí pra frente a anarquia tomou o lugar da tática, e o Brasil foi para o “abafa”, dando espaços para o contra-ataque da Holanda, que poderia ter marcado mais gols, e ganhou merecidamente o jogo. O Brasil fracassou, mas evitou o vexame. Daqui a quatro anos espera-se que o nosso time jogue o futebol brasileiro de fato, o futebol que nos consagrou. E que o compromisso, tão enfatizado por Dunga não seja o fator PRIMORDIAL numa convocação, deixando de lado jogadores ótimos, e que seriam muito úteis num jogo como o de hoje.